O que sentíamos

44 2 26
                                    

Olive

Hoje consegui passar o dia inteiro com o Cooper e a Gwen até estas horas, 22:13. Fizemos todo o tipo de coisas que apenas 3 seres que partilham os mesmos neurónios podem fazer.

Foi derivada de tanta agitação que cheguei a casa exausta e morta por descansar. Tinha o top e os calções de pijama vestidos e terminava de falar com os «meus insuportáveis» sobre as informações que partilhamos hoje, sobre pessoas mais ricas e mais bem sucedidas do que nós (também conhecidas como "famosos") quando o Jake entra subitamente pela minha janela.

Sendo que já é a segunda vez que acontece, começo a equacionar colocar-lhe um cadeado.

- Vieste à procura da tua irmã outra vez?

- Não. Desta vez vim mesmo ter com a babysitter dela.

- Ok? Em que posso ajudar?

- Só queria esclarecer que eu e a Harper não temos nada. Mesmo.

- Não 'tou a ver onde queres chegar.

- Nós acabámos. Definitivamente. - aproxima-se.

- Deixa ver se eu entendi, acabaste de terminar com ela e o teu corpo 'tá praticamente em cima de mim? Não me soa muito inteligente. Aliás, eu ainda não entendi porque é que acabaste tudo.

- Porque eu tinha mais vontade de te foder a ti do que à minha namorada. - o meu cérebro entra em perplexidade e a única coisa que me ocorrer perguntar é:

- E ainda tens?

- Yep. - neste instante o meu raciocínio volta, fazendo-me chegar à conclusão mais lógica.

- Então vai pra casa e dorme. - acrescento. - Sem pensar em mim, porque isso seria estranho.

Repito que eu estava especialmente cansada hoje e pronto a cena de ontem ainda me estava muito fresca na memória, como devem calcular a primeira coisa que me ocorre com as declarações dele é um «sim claro... agora se puderes fazer o favor de sair, que uma pessoa quer dormir».

- Não me 'tás a levar a sério.

- Claro que não Jake. Isso foi só a bebida a falar, além disso tu és um homem.

- Gosto de pensar que a bebida só faz aquilo que sóbrios não temos coragem de fazer.

- Ok, isso é uma visão otimista das cenas... mas tu não podes 'tar a falar a sério.

- Foda-se. Podes fazer o que quiseres comigo depois disto, dar-me um estalo, o que te apetecer... mas eu vou fazê-lo à mesma.

Beijou-me antes que eu pudesse pronunciar sequer alguma palavra.

Provavelmente eu estava a sonhar. Aterrei na cama e aconteceu de sonhar com o gajo da frente da minha casa, o gajo mais fodidamente atraente que conheço neste momento.

Tenho de dar os parabéns ao meu cérebro porque, foda-se... podia sentir o sabor dele na minha língua.

E isso é impossível acontecer num sonho!

Como é que eu estou a beijar o meu vizinho? E a gostar. Espera ele gosta de mim, como eu gosto dele?

Afasto os nossos lábios. Pergunto-lhe:

- Há quanto tempo é que queres fazer isto?

- Desde o primeiro dia que te beijei.

- Demorou...

- Tu não facilitaste.

- Ok agora vou ser honesta contigo e pedir-te o maior favor da minha vida.

- Tudo o que quiseres.

- Podemos levar isto com calma? Tipo ver onde - aponto para nós os dois - vai dar.

- Ya claro, eu posso levar as cenas com calma.

- O que eu 'tou a dizer é do tipo sem compromisso, porque honestamente não me quero magoar, outra vez...

- 'Tás-me a dizer, que se eu perceber que 'tou realmente apaixonado por ti não te posso pedir em namoro?

- Imagina...

- Não. Tudo bem, eu entendo, e respeito e essas cenas todas. Só quero voltar a ver-te sorrir quando 'tás comigo.

Abraço-o e no fim de uma longa demonstração de carinho, porque no final de contas era o que sentíamos um pelo outro: uma profunda dose de apreço; ele deu-me um beijo na testa e regressou a casa.

24 dias depois

Sinceramente posso ter depositado muito poucas expectativas no Jake, todavia já estamos "juntos" à 3 semanas e gosto mesmo dele.

Mas nós não namoramos.

Also, o melhor de tudo isto foi desta vez poder contar ao Cop e à Gwen, que claro insistem que estou realmente apaixonada pelo Jake, aliás eles têm a certeza de que ele sente mais que amizade ou eventualmente desejo por mim.

Houve um dia que me ocorreu isso: quando ele teve um stress com o pai, senti que realmente confiava em mim ao ponto de se abrir comigo e partilhar o que se passava naquele coraçãozinho (que cada vez mais me tem mostrado que é enorme).

O meu vizinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora