Capítulo 1

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🔥 Meus Pêssegos Suculentos, acabou de surgir uma história aqui nesta mente safadinha.
🔥 Já estou desenvolvendo outras duas histórias, mas vou postando está aqui, enquanto me organizo.
🔥 Então, logo teremos capa, título e tudo que merece.
🔥 Não se esqueçam dos votos e comentários, vocês sabem o quanto fico feliz com isso.

Pâmela

Termino de fechar a última caixa, as poucas coisas que poderei levar comigo, conforme especificado na carta que recebi.

Olho a última vez para meu quarto, a pequena cama de solteiro no canto, perto da janela aberta, que chorei mais vezes do que me lembro.

O guarda roupas já gasto, com as portas fechadas, completamente vazio e as caixas, são cinco no total, mais as duas malas já deixadas na sala.

Suspiro ao pensar em como tudo que conheço será deixado para trás, as memórias serão as únicas coisas que terei do meu passado.

Não que as coisas tenham sido fáceis, desde que passei a morar no sítio com meus avós, após a morte dos meus pais.

A vida aqui sempre foi difícil, manter os animais e a pequena produção de hortaliças, nos fazia ficar horas sob o sol quente.

Tudo piorou quando vovô faleceu e dois meses depois, foi a vez da minha avó.

Minha mãe era filha única, então, não me sobraram parentes.

Isso era o que eu acreditava.

Isso me foi dito durante anos.

E agora, recebo uma carta, um mês depois que minha avó partiu, de um homem, afirmando ser meu tio.

Isso é o mais estranho, meu pai nunca falou sobre um irmão, sobre qualquer família na realidade.

Tentei entrar em contato com meu suposto tio, não vejo qualquer lógica na mudança, quero ficar no sítio, continuar o trabalho e a vida que conheço.

Um dos seus advogados me informou que meu tio quer me encontrar pessoalmente, que preciso apenas levar meus itens pessoais e que no momento certo, me mostraria as possibilidades.

Toda e qualquer justificativa que arrumei, foi colocada em segunda opção e entendi que mesmo com vinte e um anos, não tenho alternativas quanto a isso.

O som de um carro reverbera no silêncio do sítio. Pego uma caixa e vou para a parte externa.

Conversei com um dos vizinhos e aluguei as terras, para que a pessoa pudesse trabalhar, morar e lucrar com o que já temos preparado.

Vejo o carro elegante, um modelo que nunca vi e que certamente, não foi feito para as estradas esburacadas do interior.

O homem é silencioso, apenas me cumprimenta e abre o porta malas grande.

O processo de organização é rápido, tranco a porta e deixo a chave no vaso de flores.

Olho pela última vez a casa simples, antes de entrar no carro e partir, sem uma data certa para voltar.

A viagem é longa, sinto minhas pernas adormecidas, quando percebo o emaranhado de prédios ao longe.

Meu coração dispara no peito, uma agonia esquisita se apodera de mim e não sei como vou sobreviver meio a esse amontoado de casas e pessoas.

Os vidros estão fechados, me sinto sufocar dentro do veículo, cercado por outros, numa loucura organizada da cidade grande.

Um portão grande, de ferro, pintado de branco, se abre e  vejo a imensa casa no fundo do terreno espaçoso.

É um imóvel de dois pavimentos, repleto de janelas e varandas. É simplesmente linda e o completo oposto do que estou acostumada.

O motorista estaciona e abra a porta para mim. Olho minhas roupas e me sinto ainda mais estranha, sei que não pertenço a esse lugar.

Um homem alto e muito bonito, sai das portas duplas, outro, um pouco menor, o acompanha, com alguma coisa na mão.

O primeiro me olha com desprezo, sei que o vestido gasto e puído, assim como as chinelas manchadas, não agradam ao homem elegante, vestido em seu terno.

Eu não queria estar aqui e agora sei, que meus dias nesta casa luxuosa tem data certa para acabar.

- Me acompanhe. - Ele ordena, como se eu fosse uma de suas empregadas.

Não vou entrar em um embate com ele, quero apenas entender o que ele tem a me dizer e voltar para o sítio, o mais rápido possível.

O sigo até a parte interna da casa, ele caminha com passos rápidos e quase preciso correr atrás dele.

Ele abre uma porta grande e dispensa o homem menor, com apenas um aceno de cabeça.

- Feche a porta. - Escuto sua voz e obedeço.

Estamos em um escritório, a primeira coisa que me atinge é o frio, o ar condicionado ligado arrepia a minha pele e sinto meus mamilos enriquecerem.

Empurro a porta e escuto o estalo de fechamento, antes de me virar de frente para o homem.

Ele está sentado na cadeira, atrás da mesa grande e escura, de onde indica onde devo me sentar.

Suas sobrancelhas estão unidas, os olhos quase fechados e a boca, em uma linha severa.

Sinto meu coração batendo forte. Engulo em seco antes de me aproximar da poltrona branca.

Imediatamente minha mente grita em alerta, certamente vou sujar o tecido e é capaz de que meu tio me faça pagar pelo móvel.

Me acomodo bem na beiradinha, ajeito a saia do vestido sobre as coxas e arrumo a minha postura.

Encaro o homem, que mantém o semblante fechado, me impedindo de tentar entender o que se passa em sua mente.

Ele continua em silêncio e fico incomodada com isso. Cada minuto que passa, me sinto ainda mais deslocada.

- O que exatamente estou fazendo aqui? - questiono, cansada da verificação dele.

- Aqui é o seu lugar. - Ele olha para meu corpo, a sobrancelha erguida, para então, me encarar novamente. - Não será tão fácil com imaginei.

- Meu lugar é no sítio, é lá que vou ficar.

- Você é uma Gutierrez e vai agir como tal.

- Olha. - Tento argumentar. - Você não me quer aqui, da mesma forma que eu não vou me adaptar a esse lugar.

- Menina, seu pai abandonou a nossa família, decidiu viver como um hippie sem causa e fodeu com tudo. - Vejo meu tio ficar de pé. - Ele está morto, então você vai assumir cada maldita responsabilidade dele.

- Eu não quero nada disso. - Esse cara é louco, só pode.

- Não perguntei a sua opinião. - Ele caminha até a porta e abre, onde o homem de antes está parado ali, esperando. - Leve a garota ao quarto dela, faça com que tome um banho e encomende roupas para ela.

Respiro fundo, conto de dez a um, tentando manter a calma.

- Já tenho roupas e, se era só isso, estou indo embora daqui.

O som da porta batendo me faz pular de susto. Não tenho tempo de recobrar, sou puxada por meu braço, até que meus seios estão esmagados no peito dele.

- Vou avisar apenas desta vez. - Ele inclina a cabeça até que nossos olhos estejam tão próximos, que consigo ver as pupilas dilatadas. - Não pense, por um milésimo de segundo, que pode brincar comigo, sua moleca.

Ainda com o agarre firme em meu braço, ele me leva até a porta e ordena que o homem me deixe em meu quarto.


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