Lisa Carten

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A chuva caia lentamente, o dia estava frio, chuvoso, era mais um dia em Nova York, e eu continuava presa no dia da morte dos meus pais, 28 de junho de 2004, já fazia um bom tempo, que a pequena Lisa, vulgo eu, teria se tornado órfã, isso já fazia exatamente 14 anos.
Minha vida nunca foi fácil, depois que saí do orfanato ao completar meus míseros 18 anos, tive que dar o meu melhor, estudar, trabalhar, arrumar tempo pra mim, e desde aí, a solidão sempre me acompanhou.
Eu sou uma pessoa muito sozinha, só tenho uma única amiga, a querida Hanna, uma menina meiga e doce, com seu cabelo comprido e preto, seus olhos jabuticabas, com sua pele gélida e morena, ela sempre foi uma grande amiga, saiu comigo do orfanato e veio morar comigo, mas ela nunca foi capaz de preencher o vazio que meus pais deixaram, creio que a única que chegou perto de preencher a falta da mamãe, foi a tia Célia, ela era incrível, cuido de mim desde que cheguei lá, me tratava muito bem, eu me sentia em casa com ela, ela sempre me disse, que queria ver eu conquistar minha liberdade, ter filhos pra chamá-la de vovó, já que ela nunca pode ter filhos. Mas perdi a tia Célia a 5 anos, desde aí, esse vazio só aumentou com o passar dos dias, claro que as outras mulheres que cuidavam de mim eram boas, mas nenhuma era a tia Célia, ah como ela faz falta, minha Célia.
O orfanato era um lugar enorme, recebia crianças de todos os lugares possíveis, o orfanato Clarck era um dos famosos de NY, ele era lindo, a luz do sol caia bem em suas janelas, a luz natural era presente, a brisa fresca que ali passava no verão, capaz de levar embora todo aquele calor, a neve caia bem em suas escadas no inverno rigoroso, capaz de alegrar todos que ali residiam, possível de fazer muitos anjos na neve, era lindo, a primavera encantava o local, sempre muito confortável e alegre, suas paredes coloridas me davam esperanças que eu teria uma vida alegre. Mas essa breve palavra "esperança" foi totalmente destruída quando botei os pés fora daquele lugar, as responsabilidades, boletos, dívidas vieram como uma tsunami em cima de mim, pensei que não daria conta de tudo, foi quando achei aconchego na música, meu hobby sempre foi escrever, mas cantar foi uma novidade, eu poderia passar o dia todo fazendo canções de amor e dedicando para alguém, mas esse alguém nunca existiu. Dizem que o amor é para os fracos, mas eu não concordo, nunca me apaixonei, só foram atrações passageiras, mas amor, as borboletas na barriga, nunca foram presentes, nunca senti nada disso, nunca amei alguém, não por falta de escolha, mas por ninguém nunca me atrair o suficiente, me acho normal por isso, até me considero sortuda.

- Hanna cadê a chave do meu carro??- pergunto apressada, a chuva havia aumentado do lado de fora do minúsculo apartamento.

- Eu não sei Lisa, você sempre perde suas coisas, tente olhar na sua bolsa- Reviro a minha bolsa, e lá estava ela, escondida atrás do pó de banana.

- Você é um anjo Hanna, já vou indo, beijinhos- Digo me virando para a porta.

Hoje a noite eu queria espairecer, abrir a mente, beber e só curtir uma música, nada melhor que uma balada do centro de NY. Chegando ao local, vejo muitas pessoas na fila de entrada, não sei se me arrependo de querer encarnar a minha jovem de 22 anos que vive na profundezas do meu corpo, talvez ser uma velha de 50 anos, e ficar sempre em casa, não é uma má ideia.
Depois de 1 hora na fila, entro no espaço  cheio, com uma música muito alta, pessoas se beijando nos cantos, pessoas bêbadas, outras dançado loucamente, isso não era pra mim, mas sigo em frente, não mata ninguém me divertir um pouco.

- Com licença senhor, poderia me dar uma dose de whisky?- Peço ao bartender que se encontrava de costas pra mim.

-Sim senhorita, tá na mão- O rapaz me entra o pequeno copo, olhando profundamente para mim.

Quando percebo que o meu pedido foi atendido, levanto o meu olhar que estava preso na tela do meu celular,e olho para o rapaz na minha frente. Por um momento todo aquele barulho terrível, ficou silencioso, as conversarsas ali parecia ter acabado, eu entendi, pela primeira vez, o significado de "o mundo parou ali", ele era lindo, seus olhos verdes brilhantes que me encantou, sua pele levemente bronzeada, seu cabelo loiro, cacheado e bem cortado, uma boca carnuda que me atraiu no primeiro instante, o seu perfume exalava naquele local, lutava contra o cheiro de álcool e cigarro que ali encontrava, seu corpo devidamente definido, com certeza o homem mais lindo que havia pisado na terra.

-Moça, tá tudo bem?- Ele me pergunta ao perceber que eu secava sua alma com o olhar.

-Ah, me desculpe, me perdi na mente, me chamo Lisa aliás

-Prazer Lisa, me cham...

-Querido, não está trabalhando? Quem é esta?- O belo rapaz é interrompido por uma garota loira de cabelo curto.

-Essa é a Lisa gata, acabamos de nos conhecer, ela parecia não estar muito nem- Ele diz olhando profundamente para os meus olhos.

-Prazer querida, eu sou Kori, namorada dele- Diz me olhando com desdém.

Não respondi nada a Kori, ela era muito bonita, com um corpo perfeitamente evoluído, sua beleza natural com certa atraia muitos rapazes.
As horas passaram, e resolvo ir embora, mas a caminho de casa, aquele rapaz não saia da minha mente, eu mal l conhecia eu já pensava nele.

-Hanna, preciso de ajuda- digo rapidamente ao entrar pela porta de casa me deparando com Hanna no sofá assistindo algum filme desconhecido por mim.

-Diga.

-Na balada, eu conheci um garoto, a gente mal conversou, ele é muito bonito,  eu não paro de pensar nele e sua beleza extraordinária, mas ele namora, tem esse porém- Digo ao me sentar do lado da garota com um pedaço de chocolate em mãos.

-Eu conheço isso hahaha, parece que você está obcecada por um estranho, que sua obsessão se torne amor hein, ouuu você só se sentiu atraída por ele, mas relaxa que não é nada de doidice de obsessão.

Obsessão?

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⏰ Última atualização: Sep 15, 2023 ⏰

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