Acabo de sair da casa de Kenma e se não tivesse vergonha, e fosse uma criança de cinco anos, com certeza estaria saltitando. Não conseguia tirar o sorriso do rosto mesmo me sentindo gelado pela brisa fria da noite. Mesmo sabendo que teria que andar pelo menos uma hora até minha casa. Mas, nada disso importa porque, agora, eu tenho ele.
E pensar que passamos por tudo aquilo, que fiz todas aquelas burradas, e ele ainda me escolheu.
No sofá, enquanto ele dormia, eu só pensava no quanto eu quero ele na minha vida o máximo possível, e foi naquele momento em que decidi pedir Kenma em namoro. Passamos por coisas demais, acho que agora precisamos de algo estável, sem questionamentos.
Chegando em casa, as luzes estavam todas apagadas. Aquela casa enorme parecia sombria de noite, então, acendo uma das luzes e quase morro quando vejo meu pai no sofá olhando para o nada.
— Pai? Tá tudo bem?
— Onde estava? — Ele pergunta normalmente. Não parece que sabe de algo, mas, quando souber, quero que saiba por mim.
Acho que vou contar. Não sei se esse é o melhor momento mas dizem por aí que não vale a pena esperar o momento certo, né?
Engulo seco antes de começar a falar.
— Com o Kenma. — Torcia os dedos como se fosse arrancá-lo. E meu coração batia tão rápido que queria vomitar. Pior sensação de todas. E isso piora quando ele me olha por/entre os óculos quadrados.
— E faziam o que? — Ele pergunta e por um momento sinto vontade de rir. Minha ideia não era mentir, mas agora não tem como eu falar a verdade.
— Conversando. — Digo. — Assistimos um filme na casa dele.
— Hm... e você dormiu lá, por quê?
— Porque estava tarde para eu voltar a pé sozinho. — A conversa pararia por aí normalmente, porque ele simplesmente pega o celular, mas eu continuo. — E também... porque ele é meu namorado. Quer dizer ele ainda não é, m-
— O que você disse? —Ele se levanta do sofá, mas não se aproxima, o que é bom. Então eu repito.
— Kenma é a pessoa que eu amo.
— Você largou Misha por um... cara? Por um casinho com um homem, Kuroo Tetsuro?! — Ele começa a gritar, mas depois fica em silêncio, como se tivesse lembrado que minha mãe estava dormindo.
— Kenma não é um casinho. — Sussurro como uma criança, ficando acuado.
— Ah... eu não acredito que terminou com aquela mulher pra ter um casinho de criança com uma puta. — Ele fala mais para ele do que para mim, andando de um lado para o outro com as mãos no resto do cabelo que tinha na cabeça dele.
Franzo minhas sobrancelhas e sinto a raiva subir, quente como o inferno, desde as pontas dos pés até as pontas das orelhas e quando menos percebo minha mão estava indo em direção a cara dele. O baque e dois passos para trás foi o suficiente para ele me olhar assustado.
— O lance todo com a Misha foi mentira. — Falo normalmente me afastando dele, sentindo uma calmaria repentina. — Ela foi meu "casinho", não o Kenma. — Dou de ombros subindo para o meu quarto.
— Onde você pensa que vai? — Ele pergunta limpando o sangue do nariz.
— Dormir.
— Aqui nessa casa você não dorme. Aqui você não pisa um pé mais! Sai! — Ele grita histérico, apontando o dedo para a porta.
— Ótimo.
Não digo nada além disso e começo a andar para qualquer lugar longe da minha casa. Quando acho um banco, me sento e relaxo a lombar, que estava ardendo em dor.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Posion
Fanfic"Ele dizia olhando para o cara de cabelos pretos, olhos amarelos e penetrantes, porte alto e sorridente. Arqueio uma sobrancelha. Quem fica feliz dedicando a vida para estudar química? - Bonitão. - Yaku sussurra. - Hm. - Murmuro indiferente. - Acho...