Capítulo dezenove

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A feição do Jungkook era instável, eu sabia e conhecia quando ele estava instável. Isso quer dizer, bastava a mínima coisa para tirar ele do sério, o que sinceramente eu sabia de que iria acontecer. Mas sentia receio. Não queria vê-lo brigando comigo. Mas a mentira no final perdurou exclusivamente por minha causa, então eu não podia fazer muita coisa sobre e apenas ouvir calado, caso ele realmente decidir falar algo ou só jogar todos os cachorros em cima de mim.

Ele estava me olhando com os olhos marejados, pensativo. E eu não conseguia falar nada, com receio de magoar ele ainda mais.

— Por que você me escondeu isso? — Ele questionou, num tom magoado e até meio bravo.

Meu coração até errou as batidas. Por quê? Nem eu sabia, honestamente. Ele sempre se mostrou presente e me deu qualquer apoio de que eu precisasse. Mas as coisas no momento não colaboravam muito para isso. Foram muitas coisas a se pensar e a minha mente estava me sabotando demais. E eu não via um final feliz para isso tudo que me deixei levar por uma ilusão cruel.

— Jungkook, eu senti medo. Eu achei que...

— Medo? — O tom dele foi desacreditado. — Eu sempre fiquei do seu lado, até quando você quase me expulsava. Quando queria a presença de todo mundo, menos a minha. Da porra do pai dessas... — Respirou fundo, já que elevou o tom de voz. E esperou acalmar. Após me olhando firme e parecia ainda com raiva, mas controlado. — Foi na comemoração, não foi?

Eu apenas assenti.

Ele bufou.

Parecia tremendamente magoado, chateado. E com toda a razão do mundo. Eu não conseguia argumentar com ele sobre meus erros, afinal não tinham explicações. Eu apenas agi errado e sabia disso. E estava lidando com as consequências desses erros.

Jungkook parecia pensativo, nervoso, me olhando sem dizer nada.

Mas abruptamente ele se aproximou de novo, lento, mas especialmente de minha barriga. Onde agachou no chão, bem na minha frente e arqueou a minha blusa, olhando a minha barriga de dois meses de que estava um pouco volumosa, e sorriu. Com os olhos marejados. E mesmo que magoado por eu ter mentido, perdeu a sua pose ao olhar para a minha barriga onde tinham dois filhotes nossos. Meu e dele.

Seus braços foram postos ao redor de meu dorso e ele me apertou contra si, apoiando a sua bochecha após em minha barriga. E eu não contive de segurar a merda de minhas lágrimas sensíveis e derrubei uma ou duas, mas logo tratei de enxugar.

— Eu consigo mesmo sentir eles... — Disse baixo, com os olhos fechados e admirando a presença de nossos lobinhos. — Agora as coisas estão tão claras... — Sussurrou.

Ele beijou a minha barriga antes de levantar e me vestir adequadamente. Ao me olhar, suspirou, como se estivesse sim, magoado, mas não mais com raiva ou disposto a brigar. E eu não poderia agradecer mais a ele por isso. Era maturo de sua parte, coisa que anteriormente faltou em mim. Seus olhos me olhavam profundamente, mas agora de uma maneira diferente. Não havia filhos de outro alfa, mas dele. E ele sabia agora. Ele não me olhava como um amigo olha para outro amigo, mas como um alfa olha para seu ômega.

— Por favor... me desculpa. — Fui sincero.

Ele apenas assentiu, incapaz de dizer algo, mas seus olhos ainda demonstravam mágoa por eu ter escondido isso dele, era claro. Mas ele lutou contra seu próprio orgulho, mais uma vez, quando me abraçou firme. E em seus braços eu encontrei paz e tranquilidade, sabia de que tudo havia acabado e que não haveria mais mentira para ser perdurada, agora a verdade veio à tona e eu não precisaria mais me esconder sobre nada. O peso em meus ombros havia saído e eu estava, finalmente, tranquilo.

O abracei de volta, inebriado pelo gostoso cheiro de que aquele alfa possuía, e ele deixou aquilo evidente, liberando seu cheiro e presença para mim. Me adornando e me deixando envolto de seu instinto de alfa, como se estivesse acolhendo nossos lobos e a mim. E eu ômega interior adorou aquilo. Confesso que eu também.

Ao afastar, vi que ele havia pegado seu celular e estava ligando para alguém, e eu fiquei confuso, olhando-o. Mas ele sorriu para mim, como se pedisse por calma, e após a pessoa da outra linha atender, me olhou animado.

— Pai? Cadê a mamãe? — Eu pus a minha mão em minha própria boca, cobrindo-a de nervoso e de surpresa, pensando o que ele queria com aquela ligação apesar de já imaginar, mas ele passou um de seus braços em minha cintura e me prendeu contra ele, esperando pela resposta da outra linha, e não conseguindo não tirar o sorriso de sua face, feliz, apesar de tudo. — Eu tenho uma notícia para dar a vocês...

Sim, ele tinha.

Ele estava construindo sua matilha comigo.

NOTAS: OS CAPÍTULOS SERÃO TODOS EM SUA MAIORIA NESSE TAMANHO E EU ESPERO QUE VOCÊS TENHAM CURTIDO. AS ATUALIZAÇÕES SERÃO DE DOIS EM DOIS DIAS OU DE UM EM UM, NÃO ESQUEÇA DO VOTO E COMENTÁRIO QUE SEMPRE ME MOTIVAM DEMAIS. SZ.

Obrigada pelos 1500+ de votooooos, eu estou num restaurante agora e eu fiz esse capítulo para vocês pq não queria deixar vcs sem hoje, gostaram? Me perdoem se não ficou bom, mas juro que tentei

Gostaram da reação do nosso Jungkook? Vocês reagiriam como?

Best Mistake • JIKOOKOnde histórias criam vida. Descubra agora