Simone Tebet<<<
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Coberta por um fino lençol branco, eu ainda mantinha meus olhos em Soraya, que dormia serena, estava de costa pra mim, fiquei sua costa um pouco desnuda, ainda sem acreditar que eu e ela tivemos uma noite de amor incrível.
Todo esse tempo valeu à pena, eu recebi seu perdão, demorou, mas recebi, estou feliz por isso, me mostra que podemos recomeçar, morar juntas, criar a nossa filha, e quem sabe até ter mais outras crianças, é tudo o que mais quero.
Passei a mão suavemente por cima de seu braço, beijei seu ombro, e me lembrei de ontem, sem nenhum medo ela se entregou pra mim, disse que me amava, e que nunca deixou de me amar.
Levantei com cuidado, vesti minha roupa, e fui até a cozinha, preparei o café, fui rápido em uma padaria, e voltei, deixei tudo pronto, mas, para total infelicidade minha naquele momento, me ligaram.
Fui informada de que havia um caminhão transportando drogas, e eu tinha que ir, mas minha maior vontade era ficar ali com ela, não quero acordá-la, então deixarei um bilhete, ouvi a porta bater.
_Oi, você aqui uma hora dessa?_ Ilda perguntou.
_Eu... eu acabei dormindo aqui_ falei.
_Dormiu aqui? cadê Soraya?_ perguntou.
_Ah, ainda dormindo_ ela me olhou desconfiada.
_O que foi que houve entre vocês, ontem?_ perguntou.
_Nada de mais... deixei ela em casa, começamos a conversar, e quando vi..._
_Comprou pão?_ olhou pra mesa.
_Sim, eu fui rápido em uma padaria_ ela deixou suas coisas ali em cima.
_Vou chamá-la pra tomar café com a gente_
_Não dona Ilda, não precisa, eu tô indo pra delegacia agora_ expliquei à ela.
_Bem, de qualquer forma, agradeço por fazer isso pela minha filha_ assenti.
Como dona Ilda foi ao banheiro, aproveitei e fui até o quarto de Soraya de novo, deixei um beijo em sua cabeça, e encostei a porta, Ilda apareceu e eu falei que já iria.
Peguei meu carro e passei em casa rápido, tomei um banho, coloquei uma nova roupa, e fiquei na frente do espelho enquanto eu começava a abotoar minha blusa.
Passei meus dedos por cima da tatuagem que tenho, lembrei de sua tocar tocar nela, de seus olhos admirados por descobrir que a letra S era do seu nome, sorri.
_Todo tempo e todo esforço valeu à pena_ sussurrei, olhando no espelho.
Bati a palma da mão na testa por lembrar que não deixei o bilhete pra Soraya, fiquei conversando com dona Ilda e acabei esquecendo, não quero que Soraya pense que nossa noite não significou nada pra mim.
Peguei meu celular, mas o mesmo estava descarregado, iria carregar no carro, e aí eu mandaria mensagem pra ela explicando o motivo de ter saído assim sem avisar ela.
Coloquei uma jaqueta, soltei meus cabelos do coque que fiz, passei um batom não muito forte, passei por minha cabeça o distintivo, ficando pendurado, minhas chaves e sair de casa.
Soraya Thronicke<<<
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Assim que abri meus olhos, logo um sorriso apareceu em meu rosto, cenas da nossa noite passada tomou conta da minha cabeça, suspirei e arrepiei-me toda quando meus pensamentos foram em um pontinho específico.
