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[P.O.V Autora]

Já se passavam duas horas que tinham partido do castelo, a carroça passava em uma pequena rua de terra, bem feita e bem limpa. Mesmo com toda a calmaria, BangChan acordou em desespero, se levantando bruscamente. Ele precisou olhar para seu amado dormindo tranquilo para se certificar que realmente estava livre, assim arrumando a coberta que pendia para o lado direito de seu corpo, deixando uma parte exposta ao frio leve e nada saudável para sua hipotermia. A perturbação não deixou o Bang dormir novamente, já se sentia melhor, nada de febre e seus batimentos pareciam mais calmos, mesmo assim, o pesadelo com Cristal não tinha sido agradável.

Durante seu sono, um pesadelo encheu sua mente, buscando todas suas dores e as juntando num pesadelo. Lembrava, em partes, que no sonho Cristal matava Jeongin com a espada reluzente que seu pai usava, e que agora deveria estar perdida nos destroços do Reino Yang, e em seguida o enforcava com uma força anormal para a mulher de estatura baixa e magra. Depois de deixar sua mente vagar pela lembrança ruim, percebeu que Nako e Eunbi dormiam em outra cama improvisada ali do lado, tendo Seungmin, Chaewon e Jena comandando o transporte. Bangchan pouco conhecia os ajudantes da sua fiel amiga, no entanto já sabia que eram deveras inteligentes. Quem mais admirava era Jena que, diferente dos outros que deveriam estar na casa dos vinte/vinte e cinco anos, ela já beirava aos seus quarenta anos e ainda tinha a determinação de um búfalo.

O Bang sentiu uma mão pequena e gélida tocando seu braço, identificando rapidamente o dono da mãozinha. Na hora sorriu involuntariamente e olhou com ternura para o Yang ainda com uma carinha pálida, mas fofa pelo sono. BangChan saiu de seus devaneios e se acomodou, ainda sentado, ao lado do outro

─ Não deveria estar descansando também? ─ O mais novo soou baixo, porém com a voz normalizada e menos trêmula. ─

─ Já me sinto melhor, meu anjo. Você deveria mais que qualquer um dormir um pouco mais. ─ Jeongin se esforçou um pouco para deitar sua cabeça sobre a perna do amado. ─ Acordou agora?

─ Não exatamente agora. Quando você acordou tão assustado, eu fiquei preocupado e te observei para ver se tinha alguma reação.

─ Oh, perdão por te acordar. ─ Bangchan acariciou a bochecha do mesmo enquanto olhava para os lindos olhos de raposa , mal por ter o acordado. ─

─ Não peça perdão, está tudo bem. Só exijo que descanse um pouquinho mais. Ouviu o Seungmin, repouso absoluto. ─ O cortou antes que o mesmo tivesse alguma brecha para protestar. ─

Bang riu soprado e aceitou mais um pouco de descanso, deitando-se ao lado de Jeongin, que carregava um sorriso vitorioso. Ambos estavam quase adormecendo novamente com o balanço calmo da carroça, quando sentiram uma parada brusca e um resmungo de Chaewon, dizendo algo como "Vamos chegar mais tarde". Eunbi e Nako já se encontravam sentadas, ainda lerdas pelo sono e sem entender muito ao seu redor, já o Yang, estava sentado, confuso igual a todos. Preocupado, o príncipe mais velho saiu de baixo da coberta e foi até a frente da carroça entender o que afligia os outros três.


─ O que aconteceu? Os cavalos se machucaram? ─ Questionou se apoiando numa beira do banco de madeira que os outros estavam sentados. ─

─ Os cavalos estão bem, o que não está bem é o trânsito. ─ Explicou Chaewon se inclinando para permitir que Bangchan visse. ─ Há várias carroças paradas pela frente. Acho melhor alguém ir ver o que está acontecendo.

─ Pode deixar que eu vou. ─ Nako, mesmo que sonolenta, se ofereceu para ir. ─

A garota colocou um casaco para cobrir sua pele do frio leve do começo das planícies e pulou dos fundos da carroça, se dirigindo ao viajante à cavalo em sua frente. Pareciam ser homens de trinta anos, um aparentemente forte e com um rosto muito amigável, apesar de um pouco amedrontador se visto ao longe, diferente de seu amigo em outro cavalo, magro, com olhar assustador e tedioso.

─ Boa tarde senhores. Desculpe-me o incomodo, mas gostaria de saber o porquê deste trânsito nas planícies. ─ Perguntou educadamente. ─

─ Ah, é só alguns guardas idiotas! Pararam o caminho para revistar todos os transportes por causa do príncipezinho fugitivo. ─ Nako gelou enquanto o homem de cara amarrada falava. ─


─ Você saberia me dizer se há outro caminho que possamos cortar por aqui?

─ Existe uma estradinha de terra pequena pelo meio da floresta. ─ O homem de feição calma, demorou à responder, apontando para algumas árvores e o possível começo da estrada. ─ Tomem cuidado, ela é bem perigosa, cheia de buracos e galhos caídos.

─ Tomaremos cuido, muito obrigada pela informação. Boa viagem.

─ Por nada. Tenham uma boa viagem também.

Nako saiu brevemente dali e voltou para a carroça, finalmente relaxando um pouco, mas não deixando seu medo passar despercebido. Jena sinalizou para ela sentar perto e assim fez.

─ Qual é o problema, Nako?

─ Os guardas reais já chegaram nas planícies, unnie. Devem ter vindo de cidades ao redor. Estão fazendo uma revista de veículos à frente. ─ Ditou nervosa. ─ Aqueles homens gentis me disseram que há outro caminho pela floresta e que podemos cortar caminho por lá. Nosso único problema é a condição em que a estrada se encontra, está esburacada e difícil de se passar.

Os outros companheiros olhavam nervosos para a mais velha, como crianças perdidas esperando a grande solução da mãe. Agora, tanto Bangchan quanto Jeongin estavam nervosos. Tão nervoso que o menor decidira se levantar e ficar em pé também, mais preocupado com a situação atual do que consigo mesmo.


─ Bom, não temos como passar pelos guardas, vamos ter que seguir por este caminho.

Por estarem mais descansadas, Nako e Eunbi trocaram de lugar com Seungmin, Yena e Chaewon. O príncipe mais velho até tentou convencer a amiga mais velha a deixa-lo ajudar à comandar a carroça, mas ela e o curandeiro não permitiram por nada, alegando que ele ainda não estava em seu melhor estado, fora que tinha seu namorado para cuidar e auxiliar. Enfim desistiu e foi sentar-se perto do fim da carroça, numa parte aberta minimamente dos fundos junto com o amado ainda em recuperação. Nenhuma palavra foi trocada por ambos, tinham o mesmo pensamento:

"Em que momento nossa vida desandou tanto assim...?"


Continua... 

Prince - JeongchanOnde histórias criam vida. Descubra agora