PRÓLOGO

17 1 0
                                    

O som de gotas caindo da banheira transbordando era tudo que ela conseguia ouvir, seu corpo já não era mais capaz de a manter consciente e ela não fazia o mínimo esforço para mudar aquilo.
Os remédios pareciam estar fazendo efeito, seu corpo estava cada vez mais leve, cada vez mais impossível manter os olhos abertos. Era como se estivesse com um sono muito pesado, os remédios faziam esquecer a dor em seus pulsos.
Os gritos de desespero com seu nome que vinham do lado de fora do banheiro eram apenas como eco distante.
  Um estrondo quase a fez se sobressaltar ( se tivesse forças) e algo veio abaixo.
"Me deixem em paz", ela achou que havia dito, mas sua voz apenas ecoava em sua mente, não conseguia ter certeza de que havia saído alguma palavra de sua boca, pensar parecia ficar cada vez mais difícil, o único som capaz de fazê-la recobrar o mínimo de consciência foram os prantos de sua irmã e seus olhos giraram quase inconscientes a fazendo ver o ambiente obsoleto, a água já não lhe parecia mais tão transparente com aquele tom de escarlate que escorria pelo chão enquanto era carregada nos braços se alguém

Uma Linda BagunçaOnde histórias criam vida. Descubra agora