Quando te conheci

Seis

Seis

Ainda na madrugada Regina  acordou sem conseguir dormir mais, pra janela podia-se ver que a tempestade estava mais branda, sabia que Robin  a queria longe da fazenda e ela não ficaria ali mais um dia sequer, se levantou e tomou um banho quente, começou a arrumar suas poucas coisas dentro da mala, arrumou a cama minimamente e saiu pela casa carregando sua mala na mão, um cheiro maravilhoso de café fresco vinha da cozinha.

Com certeza tudo que ela não queria era cruzar com Robin ,  principalmente depois daquele beijo que acontecerá na noite anterior, ele jamais deveria ter acontecido, permitiu que Robin  a beijasse e mais, gostou dos lábios dele nos seus, Regina  deveria ter perdido o pouco de sanidade que havia lhe restado.

A morena deixou a mala em cima do sofá e caminhou até a cozinha tomar um gole de café antes de sair.

Regina  caminhou até a varanda e se sentou um pouco em uma das cadeiras de balanço, estava muito cedo e tudo escuro, ela respirou fundo e ficou ali parada por alguns segundos.

A ideia de não ter como se sustentar, de não ter para onde ir e pedir ajuda a fazia se sentir completamente apavorada, Regina  tinha tantas coisas mal resolvidas que não sabia por onde começar, não sabia como encontraria sua filha, como conseguiria o perdão da sua família e muito menos de como provaria que ela foi também uma grande vítima de Daniel .

Seus pensamentos voltaram-se para Robin  e o beijo da noite anterior, talvez fosse melhor mesmo ir embora logo de uma vez, quanto antes fosse embora, menos seu coração lhe meteria em uma grande encrenca.

Robin  chegou na varanda da casa.

-Quanto de dinheiro você tem Mills?

-O que?

-Estou ter perguntando se você tem dinheiro.

-E porque raios quer saber se eu tenho ou não dinheiro? Você não tem nada haver com a minha vida - ele seria a última pessoa para quem Regina  diria que ela mal tinha alguns tostões.

-Não seja teimosa, vai morrer de fome!

-Não precisa se preocupar comigo senhor Locksley , eu sei me cuidar.

-Como o dia em que te encontrei na estrada com aquele homem com as garras em você?

Regina  bufou.

-Quanto eu lhe devo senhorita?

-Nada, você me deu abrigo e comida durante a tempestade, isso já é o suficiente.

-Você trabalhou duro Regina , merece receber pelos seus serviços.

-Eu já recebi, guarde seu dinheiro senhor Locksley , eu não posso aceitar pagamento uma vez que já paguei com meu trabalho tudo que fez por mim. Mesmo contrariado eu morreria naquela estrada, me trouxe até  sua casa e me deu abrigo. Esse dinheiro não me pertence.

-Senhor senhor Locksley ! - Eddie chegou na varanda ofegante - Alguns bezerros fugiram, precisamos de ajuda para achá-los.

-Vamos procurá-los então -Robin  disse colocando o chapéu na cabeça.

-Eu vou ajudá-los - Regina  disse indo logo atrás.

Após algum tempo de procura não foi muito difícil achar os bezerros sumidos que logo foram colocados de volta com suas mães.

Depois Regina  alcançou o celeiro , que ficava perto do curral, das cocheiras e dos estábulos. Em sua frente rugiam dois tratores. Um deles avançou para o campo aberto. O outro parecia aguardar algo ou alguém. Um grito soou sobre a máquina. Era Robin  que mandava que ela subisse.