Meu presente a ti

Que darei eu ao Senhor, por todos os benefícios que me tem feito? Salmos116:12

Na igreja o pastor fala algo para a congregação que pega todos de surpresa:
- Amados irmãos, no próximo culto teremos uma festa, vamos agradecer a Deus o presenteando, cada um deve trazer pra Deus um presente, algo que seja sua maior riqueza.
Dito isso foram feitas as orações finais e o povo foi despedido debaixo das bênçãos de Deus.

Um grupo de pessoas saindo do culto começa a cogitar o que traria no próximo culto.
O irmão Mário foi o primeiro - ele sempre se perguntava porque Deus o tinha enviado para aquela igreja tão simples sendo ele alguém de posses, mas em sua nada humilde opinião era para que ele amenizasse as mazelas financeiras do lugar, então ele logo expôs o que faria:
- Bom eu herdei da minha vó um anel de ouro 24k com esmeraldas e rubis vou trazer pra obra do Sr. Essa é minha maior riqueza.

Irmã Glória,costureira exemplar, logo diz rápido e radiante:
- Eu recebi minha rescisão do trabalho então vou comprar uma cortina nova pra igreja, eu já estava com isso no meu coração então foi confirmação.

Enquanto isso, uma das pessoas fica extremamente calada, pensativa, sua frio, sente um nó na garganta, e tudo isso porque se lembra da sequência de zeros que havia aparecido no saldo de sua conta naquela tarde.

E o grupo continuava conversando e levantando hipóteses; a esposa do irmão Mário, irmã Renata sempre desconfiada queria saber o porquê de tudo aquilo:
-Ainda não entendi porque o pastor inventou essa história de presente pra Deus, é muito estranho, ele lê Ageu 2:8 com a boca cheia " Minha é a prata, e meu é o ouro, disse o Senhor dos Exércitos." e depois vem falar de dar presente pra Deus? Muito estranho.

Rafael sempre questionador já logo sequenciou:
-Olha, pra mim isso é desculpa pra pedir dinheiro, ele tinha dito no começo do culto todo evasivo que ia começar uma obra na igreja e depois vem falando de trazer suas riquezas? Sei não, posso até me voluntariar pra trabalhar na reforma que vai ser feita, mas já dou o dízimo e não posso ficar trazendo o sustento todo da minha família pra igreja porque senão vou ser negligente.
Todo aquele falatório e ele ainda envolto em seus pensamentos, mas por pouco tempo porque Rafael sempre queria alguém pra apoia-lo e nada delicado acotovela João que num susto sai dos seus devaneios:
- Né João, você não concorda?
-Não sei Rafael, o pastor não é esse tipo de pessoa - falou e voltou a se perder nos pensamentos.
João era sujeito simples sempre humilde e solícito, por mais que pensasse não conseguia se lembrar de nada de valor pra dar a Deus.
Chegando na próxima esquina o grupo se desfez indo cada um por seu caminho.