Capítulo 1

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SAKURA NARRANDO

A faculdade é uma bosta.

No meu último ano de medicina, eu posso falar isso sem peso nas costas. A faculdade é uma grande fodida arrombada bosta.

Quando estava fazendo o vestibular, morrendo do coração e sem nenhuma unha para contar história, eu imaginaria que a faculdade seria o sonho mais aconchegante e delicioso.

Mas depois de quatro fodidos anos de trabalhos incansáveis, seminários detestáveis, provas filhas da puta, eu digo com clareza: A faculdade é um grande pau no cu.

Bem, eu amo medicina. Sempre amei muito poder ajudar os outros e conhecer mais sobre nossa anatomia. Mas puta que pariu, a vontade é de não acordar nunca mais da minha cama.

E agora, no último ano, que tudo deveria melhorar um pouco, eu estou fodida. Estava tão ocupada com a vida acadêmica, que esqueci a PORRA DO ESTÁGIO.

Isso é essencial para eu me formar e a querida euzinha não fui atrás disso.

QUEM NO MUNDO ESQUECE A PORRA DO ESTÁGIO?

E agora estou em frente a minha professora, que está com uma grande cara de cu enquanto eu conto isso para ela.

— Você está brincando, certo, Sakura? — Tsunade perguntou.

A mulher é um gênio da medicina, mas é uma fera também. Eu realmente não sei como ela está tão calma.

Eu amo Tsunade, ela me ajudou muito com meus estudos, mas as vezes parecia que ela poderia me dar um soco.

Eu suspirei triste.

— Eu queria que não fosse. Eu estava tão focada no resto que esqueci o essencial. — Falei, abaixando a cabeça.

Tsunade negou com a sua, desacreditada.

A mulher suspirou, se apoiando mais na própria cadeira.

— Não sei como você pôde esquecer isso, Sakura. Você depende disso para estar formada. — Meus ombros encolheram mais. — Não faça essa carinha de cachorro abandonado. Você tentou entrar em contato com alguns hospitais ou consultórios?

Me sentei na cadeira em sua frente, me sentindo mais deprimida.

— Sim. — Suspirei. — Todos estão com vagas cheias ou não estão pegando ninguém para estágio.

Eu não consigo entender como eu fui capaz de cometer um erro desse. Eu sempre fui extremamente organizada e focada no meu futuro, não consigo acreditar que cometi esse erro.

Um erro tão bobo, mas ao mesmo tempo, fatal.

Senti uma mão no meu braço.

Olhei sem entender para Tsunade.

— Eu deveria te matar, mas daí estaríamos perdendo tempo. — Tsunade sorriu de forma materna para mim. — Olharei meus emails, vou ver se consigo alguma vaga para você, Sakura, mas não posso te dar certeza.

Meu sorriso foi imenso.

— Obrigado, Tsunade-sama! Obrigado! — Eu pulei nos braços da mulher, a abraçando com tudo. — Você está me salvando. — A apertei mais forte.

Tsunade deu algumas batidinhas nas minhas costas, querendo me afastar.

Me desaproximei, com algumas lágrimas de felicidade nos olhos.

— Sakura, estou fazendo isso por você, porque sei o quanto você se esforçou na faculdade e sei da sua mente brilhante. — Tsunade disse séria, mas não consegui deixar de me sentir emocionada. Não é todo dia que a melhor médica do país (senão do mundo) te elogia. — Sei que será uma grande médica, por isso não quero que nada te atrapalhe nessa jornada. Entenda, eu não faria isso por qualquer um.

E eu não tenho dúvidas dessas palavras.

Assenti ansiosa e grata.

— Eu serei eternamente grata, professora, muito obrigada.

Eu com certeza tenho um sorriso gigante no meu rosto, não conseguindo conter minha felicidade.

Tsunade revirou os olhos, mas tinha um sorriso leve nos lábios.

— Fique esperta com o celular, a qualquer momento te mandarei o estágio.

— — S2 — —

SASUKE NARRANDO

— Duas costelas fraturadas e torção no pescoço, sem contar nos ferimentos leves. – Karin, minha amiga e funcionária, falava. – Nada muito grave, mas você precisará de um tempo para se curar, ou seja, descanso.

Suspirei frustrado e irritado, sentindo o ferimento em minha cabeça doer.

Eu vou matar esse Uchihas imbecis.

— Já descobriu alguma coisa? — Perguntei para Naruto, ignorando as ordens de sua prima.

Ouvi um suspiro da médica.

O loiro negou com a cabeça.

— O carro claramente foi sabotado, mas não temos nenhuma pista de quem possa ter feito isso. Neji e Shikamaru estão trabalhando duro para conseguir qualquer pista.

Tentei passar as mãos no rosto, furioso, mas um ganido de dor saiu de mim.

Péssimo, isso é péssimo.

Descontarei toda essa dor que estou sentindo no modo que farei o culpado sofrer.

— O lado bom é que você já pode ir para casa, mas deve estar em descanso geral.

Assenti, mesmo sabendo que isso é ruim.

Não posso ficar parado com alguns Uchihas medíocres tentando me derrubar. A pessoa que fez isso queria me matar, então vai tentar fazer isso de novo.

E, bem, não temos nem provas ou pistas de quem foi, talvez seja bom que ela ache que conseguiu...

Ou quase.

Olhei para Karin.

— Já avisou minha família? — Karin negou. — Então, eu entrei em coma.

A minha fala fez todos da sala me olharem estranho.

— Acho que estou ficando surdo. — Naruto disse, se jogando na cadeira de forma dramática.

Dei de ombros, sentindo uma dor por todo meu corpo.

— A pessoa vai tentar se aproveitar desse tempo que eu estiver em coma, então vamos descobrir qual deles está tentando me mandar para cova. — Karin negou com a cabeça, colocando a mão no rosto. — Karin, arrume a papelada. E dê seu jeito de eu ir para casa, não vou ficar no hospital nem mais um segundo.

— Você ficou louco de vez! Coma? E outra, onde no mundo alguém em coma fica em casa? Você enlouqueceu de vez! — A mulher tagarelava sem parar.

— Sasuke, você acha mesmo que a pessoa que fez isso não vai perceber que é um plano? — Naruto questionou genuinamente.

Neguei com a cabeça.

Os Uchihas conhecem minha loucura, mas eles não achariam que eu chegaria a esse ponto.

Mas, bem, eu chego.

— Arranje um médico, qualquer pessoa, para ficar algumas horas na minha casa. Use como desculpa que melhorarei em um ambiente familiar e que terá um médico me auxiliando.

Os primos iam contrariar, mas fui mais rápido:

— Vamos, arrumem as coisas.

Por Acidente - SasusakuOnde histórias criam vida. Descubra agora