Tendências?

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    Billy manteve seu corpo estático por breves segundos, analisando aquilo que lia na página principal do jornal escolar. Stu o encarava, uma sobrancelha arqueada e olhar curioso. O que tanto o assustava? O que assustava Billy fucking loomis. O menor, ao perceber o tempo que ficou ali, deu uma tossida, recobrando a pouca sanidade que ainda o restava.

— Tendência homossexual? – elevou a voz, levantando bruscamente da escrivaninha, com um forte tapa na mesma.

— O que? – Stu, confuso, indagou.

— Lê essa merda, Stu! Estão dizendo que eu tenho tendências gay. – tremendo, apontou ao computador.

    Stu se manteve em silêncio, contando mentalmente. 1...2...2... Sua atenção saiu dos números ao errar, dando uma alta risada, beirando a insanidade – não que ainda tivesse muita.

— Doque está rindo, animal? – Loomis aproximou-se dele, segurando a gola de sua polo.

— Nada, é só que...  – suspirou o loiro. — Eu acho você meio gay.

    Billy arregalou os olhos, e em um surto de bondade, jogou longe o corpo do amigo, sentando desamparado na cama.

— Eu pareço meio gay? Mas, mas... eu namoro uma garota, a Sin... – fora interrompido por Stu.

— Fumou ou tá apaixonado, seu maluco? Acho que lembra bem o motivo pelo qual namora ela.

    Loomis pareceu recobrar a consciência e levantou em um pulo da cama, se aproximando novamente do outro.

— Tanto faz, eu não sou gay.

— Ninguém tá dizendo isso.

— A escola está!

— Não, estão dizendo que você tem tendências gay. – Cantarolou, dando um sorriso cínico ao menor.

— Cala a boca, porra!

— Posso calar a sua boca...

    No mesmo momento, Billy travou, não conseguia mais mover seu corpo, ou até mesmo pensar. Fora como se sua mente já não funcionasse e apenas... não deveria admitir, apenas quisesse que a forma que Stu calasse sua boca, fosse a mesma que imaginou

— Calou a boca sozinho, princesa?

    Filha da puta. A única coisa que passou na mente lenta do assassino. Stu sabia, sabia de seus fetiches bobos. Não que ele tenha falado, apenas, as vezes, tudo bem, muitas vezes, deixava óbvio quando em brincadeiras, era chamado de coisas degradantes em um pronome oposto do seu.

— Merda Stu, chega.

— Quer saber se tem mesmo tendências? – Billy sorriu em nervosismo. Por mais que raramente demonstrasse algo, naquele momento, sentia, e sentia não apenas isso, como também a necessidade de mostrar isso ao parceiro.

— Sim.

    Stu não respondeu, iria brincar com sua cara, mas quando se deu conta, havia empurrado o corpo forte do amigo para a cama, o prendendo por cima. Pela primeira vez se via mais poderoso que Loomis, não que quisesse isso, pelo contrário, até gostava de ser mandado, mas nesse momento, nesse exato momento isso o agradava.

    Os lábios roseos de Loomis eram macios, e cheiravam a morangos com chocolate. Aos poucos, como garotos exploradores, Stu tocou a língua de Billy carinhosamente e afundou seus dedos longos pelos fios escuros do mesmo, o acalmando enquanto seu beijo o devorava. E pela primeira vez, O assassino Billy Loomis era uma presa, frágil e indefesa nas mãos de Stu, seu grande amigo Stu.

    O dia amanheceu, e os raios de sol adentravam por sua janela, a mesma aberta na noite anterior para que Macher pudesse fugir de seu quarto as uma da madrugada, deixando um pequeno rapaz um tanto desolado, acariciando os próprios lábios.
    O despertador tocou, mesmo não sendo de fato necessário, a final, ao menos dormiu, mantendo a imagem vivida de tudo o que viveu em poucas horas.

    Seu corpo sonolento, rastejava pelos corredores da escola, observando todos os olhares desconfiados, e até mesmo meninos fugindo de seu encontro.

    Que porra...

    Continuou a caminhar indo até seu armário. Seus pensamentos a mil, e finalmente sua cabeça parecia estar no lugar, não nos saborosos lábios do próprio parceiro.
    Com o vento, a ideia de que a noite passada fora um erro, surgiu. E, novamente, seus pensamentos foram em direção a tudo que não queria.

— Bu! – o coração de Loomis saltou, mas não moveu um dedo para virar em direção ao outro. — Qual é, princesa, não vai dizer que quer me ignorar por conta de ontem.

    O silêncio entre ambos reinou.

— Billy, – suspirou. — não é errado o que aconteceu entre nós, porra!

    O menino virou, tapando a boca alheia rapidamente.

— Não grite, quer mesmo que a escola toda saiba disso?

— Billy você não é uma garotinha de um filme adolescente bobo, sabe disso, né?

— Infelizmente, a vida delas é fácil. – suspirou. — Tá, mas cala a boca.

— Não prefere que eu cale a sua, novamente? – ambos riram bobamente.

— Eu ainda estou confuso, e...

— Calma, meu garoto. Prometo ir no seu tempo, apesar de não ser bem o tipo de cara romântico. – Stu sorriu abertamente e bagunçou os cabelos de Loomis.

— Promete?

— Prometo.

    E em um piscar, estavam em uma das cabines do vestiário, ambos sem roupa alguma pós educação física, beijando um ao outro.

— Stu Macher, você é tão delicioso que eu poderia guardar para sempre você para mim.

— Prometo que terá. – disse ofegante.

• End

Bom Halloween 🎃

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Bom Halloween 🎃

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