Capítulo Único.

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Opa, boa madrugada! Aparecendo bem rápido por aqui só soltar uma das minhas fanfics mais aleatórias possíveis pelo simples fato de eu estar viciada nas artes da Nikkiyan sobre os estados brasileiros. Como a boa sergipana que eu sou, obviamente que tô mais do que apaixonada pelos Norgipe, que é Sergipe com o Rio Grande do Norte.

É uma história curtinha, fofa e bem romântica, acabei me inspirando em uma arte que vi no Twitter sobre os Norgipe, deixarei o link nos comentários. Espero que gostem, e até a próxima!


[...]


Sergipe olhava o Sol beijar o mar enquanto a Lua começava a se instalar no ambiente e dar o ar de sua graça. O loirinho estava, como sempre, trajado com sua bermuda amarela e sem a sua blusa, apenas aproveitando os resquícios daquele dia ameno e gostoso, que teve seus pontos altos e baixos onde passou vergonha — quando deu com a fuça nos peitos do Potiguar, por exemplo. Aquela era uma das vezes em que todos se reuniam para aproveitar um pouco da presença de cada e esquecer um tanto os fardos de casa, afinal nem sempre era fácil resolver e lidar com problemas de uma só vez que nunca davam descanso.

O surfista soltou um suspiro, apoiando o rosto na palma da mão enquanto escutava as risadas femininas que pareciam se divertir à beça. Parecia bastante com a risada de Alagoas e Paraíba, e até tinha curiosidade para saber o motivo das risadas, mas ainda estava a pensar no moreno bonito e macio. Nos braços fortes, nos olhos afiados, no sorriso que podia ser visto como safado, naquele charme e...

— Deu foi a bixiga mermo... — resmungou quando sentiu a barriga doer novamente. Sergipe até franziu o cenho, seria a miséria que agora deu a dor de barriga? Desde cedinho o estômago não parava de dar voltas e ficar "frio" quando pensava no Rio Grande do Norte.

Esfregou a barriga com a mão livre para dar uma apaziguada e estava pronto para sair do local quando escutou passos atrás de si e sentiu um corpo maior que o seu. A princípio, o silêncio dominou o ambiente e nenhum dos rapazes falaram algo, entretanto o recém chegado foi aquele quem tomou a iniciativa do contato e abraçou o estado pequeno por trás, os braços fortes rodeando a cintura bonita ao que enfiava o rosto nas mechas onduladas que cheiravam a mar.

A respiração quente batia contra o ouvido meio gelado pelo vento, e o contato apesar de inesperado, não foi afastado ou recusado. Sergipe bem sabia a quem aquela silhueta pertencia e quem somente tinha a intimidade de ficar assim, tão perto sem precisar pedir ou falar algo. Rio Grande do Norte penou para encontrar o sergipano, precisava falar com ele, sentir o cheiro dele e tê-lo contra o seu corpo. Precisava daquele contato corporal para se sentir um pouco mais completo, pois bem sabia que o acontecimento de mais cedo não passava de um acidente e, apesar de proveitoso, não se contentava com tal.

— Gipinho, por que cê me resiste tanto? — O sussurro foi diretamente contra a pele desnuda, causando alguns arrepios e um leve estremecer no menor. O tom era quase suplicante, como quem desejasse saber urgentemente o porquê, e o potiguar realmente queria saber o porquê de tanta resistência do loirinho lindo.

Não era a primeira vez que ficavam nesse impasse, onde o moreno investia e tentava xavecar, e o outro apenas dava para trás quando as coisas ficavam mais sérias. Eles estavam nessa há muito tempo, trocando olhares, toques e suspiros, uma ânsia que nunca parecia ter um fim, só começos.

Sergipe soltou um longo suspiro, encarando os braços que estavam rodeando-o e se permitindo encostar as costas no peitoral do grandalhão. Podia responder de mil maneiras a pergunta feita, porque estava sempre em conflito e sabia bem que a culpa era inteiramente sua por ainda estarem dessa forma, mas o que podia fazer se tinha tanto medo de se ferir?

— Você sabe o porquê, Poti... — respondeu enfim, pousando as palmas nos antebraços alheios e alisando de maneira suave. Ele sabia que gostava do Norte, mas o receio de se machucar, se iludir, de acabar dando tudo errado e no final se iludir sozinho eram mais fortes. Tinha medo de se entregar e no processo acabar perdendo o moreno e a amizade dele, e Sergipe gostava tanto da amizade que nutriam.

O aperto aumentou e o Potiguar engoliu em seco, escondendo o rosto no vão entre o pescoço e ombro do pequeno estado. Entendia os receios dele, compreendia o medo, mas doía um pouco em ver que existia mais insegurança em Sergipe do que se deixar entregar e ver o nós que poderiam ser.

O praiano se desvencilhou, ficando de frente para o moreno e olhando para aquelas orbes âmbar que transmitiam tristeza de uma hora para outra, tão diferente da suavidade e amor habitual. Sergipe deslizou o polegar na bochecha macia, trazendo o rosto do maior para baixo e mais perto do seu, encostando as testas e fazendo, consequentemente, que os narizes encostassem também. Esfregando os narizes num leve beijo de esquimó, os dedos do galego se emaranharam nas madeixas castanhas, as respirações se mesclavam de um jeito que não era incomodo.

— Deixa de medo, meu chamego — suplicou em palavras murmuradas, palavras que somente eles deveriam ouvir. — Deixa de medo e dê uma chance pra nós. Deixa eu mostrar que podemos dar certo, que podemos ser felizes, que não tem nada pra temer.

Pediu, dessa vez "Grande" quem acolheu o rostinho lindo do seu chamego, aproximando os rostos mais do que já estava colado, os lábios quase findando aquela curta distância e pondo um fim naquele mar de "e se" para dar lugar a uma história. O carinho era mútuo e o momento, íntimo. Parecia que só existiam os dois nordestinos ali, naquele momento, com o Sol a espreitar e a Lua a admirar aquela entrega tão singela.

Corações acelerados, respirações levemente tensas e falhadas, um tremor que não seria perceptível se não fosse a proximidade. Tudo se encaixava e parecia dizer que era o momento de se dar a chance para novas oportunidades.

Em resposta. tão diferente de todas as outras vezes em que houve a tentativa daquela proximidade e do próximo passo, Sergipe arfou leve ao ouvir o discurso do seu potiguar e cessou a distância que havia entre as bocas tão desejosas e esperançosas por um beijo que há muito esperavam. A surpresa veio de ambos os lados, mas isso não tornou o contato menos proveitoso. Tão entregue, os dois nordestinos se abraçaram ainda mais forte, mãos fazendo carinhos nas faces alheias e as bocas se conhecendo sem pressa alguma, já tinham aguardado tanto para isso.

Sendo pego pela timidez dos jovens, o astro de fogo foi-se sem dizer adeus, e o satélite natural surgiu para apreciar aquela entrega de sentimentos tão bela.

O sergipano e o potiguar estavam se permitindo amar.


[...]


E foi isso! Eu só tinha que fazer algo doce meio melancólico pra matar essa vontade que eu tinha. Por agora, vou deixar sem uma capa até o momento em que eu criar coragem pra fazer uma, e ter disponibilidade pra isso também.

Deixa de medo, chamego.Onde histórias criam vida. Descubra agora