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San Diego, Califórnia
Vinte um de julho, 2023

Em um momento subsequente, minha atenção estava fixada em Jack, que pegou uma chave do criado-mudo e avançou em direção à porta sem sequer me lançar um olhar. Sua irritação era evidente, mas eu não podia deixar de atribuir a culpa de tudo isso a ele.


A voz de Jack rompeu o silêncio que havia se instalado enquanto seguimos pela estrada. Eu o olhei de soslaio, notando que sua irritação ainda persistia.

— Não vai fazer nenhuma de suas perguntas intrometidas? - ele indagou.
—Não vou me meter na sua vida.


Respondi, mantendo um tom de voz sereno.

— Sério? Achei que teria que arrancar sua língua fora. - ele comentou sarcasticamente.

Não estou interessada nas suas dívidas de drogas. - declarei calmamente.
— Dívidas de drogas? Foi isso que sua imaginação fértil pensou? - ele respondeu, uma ponta de desdém em suas palavras.
— E não é?

— Acredite no que quiser, só que agora você já está metida nisso. - ele me alertou.

O quê?

Minha surpresa foi palpável.

— Paulo provavelmente acha que eu tenho algo com você e em algum momento vai te usar para tentar me atingir.

Jack explicou, revelando a complexidade da situação.

— Tá brincando com a minha cara, né? - minha incredulidade transparecia em minha voz.

Se você me ouvisse. - ele respondeu, revirando os olhos em exasperação.
— Cala a boca, você quer dizer que tem um maluco atrás de mim agora? Mais que merda. - bufei, compreendendo a gravidade da situação.
— É, vai ter um maluco atrás de você, mas sabe o que é mais engraçado? Se você tivesse me escutado, isso não estaria acontecendo.

Jack acrescentou, sua voz carregada de frustração. Aquelas palavras me deixaram em silêncio enquanto eu desviava o olhar para o para-brisa, e o restante do trajeto transcorreu em um clima pesado. Era isso que ele pensava de mim? Que eu iria para a cama de um desconhecido? Embora eu tivesse cometido o erro de me embebedar, eu ainda mantinha meus princípios. Ele parou o carro em frente à minha casa e nem ele, nem eu, ousamos abrir a boca.
S

aí do carro com determinação, sem sequer olhar para ele. Bati a porta com força ao entrar em casa e subi para o meu quarto, sem verificar se meu pai estava em casa. Arranquei o vestido pela cabeça e adentrei o banheiro com a intenção de tomar um banho quente. Meu plano era fazer pipoca, passar a tarde inteira deitada, comendo e assistindo a filmes. Deixei o silêncio prevalecer entre nós, sem dar espaço para qualquer confronto adicional com Jack naquele momento. No dia seguinte, Kaleb me abordou na entrada da escola com uma pergunta direta:

— Por que não veio ontem?

Eu dei de ombros e continuei a caminhar, com ele me seguindo.

Eu não estava me sentindo bem. - respondi de forma evasiva.

O olhar preocupado de Kaleb não passou despercebido.

O que tá acontecendo com você, Clary Davis? - ele questionou.
— Nada. - respondi curtamente, mas ele não estava disposto a deixar o assunto de lado.
— Como nada? Você não tá normal. Quando foi que você resolveu parar de me contar as coisas? Sinto que você vive mentindo agora.

Eu quis explicar, dizer a ele o que estava acontecendo, mas as palavras fugiram de mim quando viramos o corredor e me deparei com olhares furtivos e sorrisos maliciosos que se espalhavam entre meus colegas. Eles abriram caminho, revelando Hanna, que segurava alguns papéis nas mãos. Um sentimento de apreensão percorreu meu corpo, e eu comecei a temer o pior. Hanna não perdeu tempo em expor sua crueldade.

— Essa é Fiona, de dia uma puritana, de noite uma vadia.

Ela proferiu em voz alta, enquanto todos erguiam os papéis que mostravam uma foto minha em uma situação embaraçosa em cima de um balcão, segurando a barra do meu vestido de uma maneira não muito apropriada. Os olhares e os risos maldosos daqueles ao meu redor me deixaram tonta, e minhas pernas fraquejaram, incapazes de acreditar que essa humilhação estava acontecendo comigo. Os comentários cruéis ecoavam pelos corredores.

"Duas caras."

"Falsa."

"Quanto custa seu show?"

Tentei manter a compostura.

— Vão cuidar da vida de vocês.
-  murmurei, mas os insultos continuaram.

Você é uma vadia duas caras.

Hanna se aproximou de mim, ficando a centímetros do meu rosto. Eu não aguentei mais e levantei a mão, acertando seu rosto com um tapa. Gritos e alvoroço se seguiram, e me vi em cima dela, desferindo tapas e arranhões em seu rosto. Fui arrancada de cima dela quando alguém me puxou para trás, e eu ofeguei, ouvindo os gritos de raiva da garota.

— Eu vou acabar com essa vadia, me solta, Jason - ela rugiu.

Se acalma.

Jason tentou acalmá-la, mas a raiva dela era palpável.

— Ei, você tá bem?

Jason virou meu corpo para ele, segurando meu rosto. Abri a boca para responder, mas minha respiração estava difícil.

— O que está acontecendo? Ela parece está sem fôlego.

Jason comentou, e Kaleb também se aproximou, visivelmente agitado.

— Ela está tendo um ataque de pânico. Respire, Clary.

Kaleb aconselhou, enquanto eu lutava para recuperar o fôlego.

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