003 | Papel

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Melissa Jacó | São Paulo

Acordei com uma leve dor na garganta, entendo né, até pelo oque aconteceu ontem. Eu claramente não entendi nada, a minutos antes do acontecido, estávamos tendo uma conversa profunda e minutos depois eu estava com a boca no pau dele, isso claramente não tem explicação.

Estou me sentindo estranha, nunca fiquei com alguém assim, que eu não conhecia direito, eu nem conheço ele direito, não sei quantos anos ele tem, se ele é casado ou não.

Me espriguicei, ainda lembrando da noite, não fizemos nada além de boquete, mas também não sei se aguentaria aquilo tudo dentro de mim. Me levantei da cama, e fui direto para o banheiro, fazer minhas necessidades diárias.

Hoje é o meu primeiro dia no novo emprego, e não sei se vou me dar bem. Eu recebi uma lista com todas as minhas obrigações, e a minha primeira "consulta" era com Joaquín Piquerez, eu particularmente achei ele bem simpático, e muito gato.

Vesti uma camisa do Palmeiras, uma calça jeans preta, e um jaleco branco por cima, ainda com o símbolo do Palmeiras. Calcei meu tênis e fiz uma make básica para o dia a dia.

— Bom dia filha! Animada para o primeiro dia no novo emprego? — Perguntou minha mãe, assim que desci as escadas.

— Bom dia mãe. Estou bem ansiosa, mas tranquila, pois já conheço a todos. — Sorri, e me sentei na mesa.

— Oque você quer comer? Eu faço Rapidão. — Perguntou minha mãe.

— Nada, só vou tomar suco de laranja mesmo, afinal, já estou atrasada. — Coloquei o suco de laranja em um copo, dando um golão em tudo, e sentindo uma leve dor na garganta, mas não mencionei nada. — Tchau mãe, beijos! — Peguei minha bolsa, e fiz sinal de tchau para minha mãe.

— Tchau Mel, juízo viu? — Fez coração com a mão.

Sai da minha casa, já abrindo o aplicativo, de Uber, mas fui surpreendida por um carro parando na frente de mim. Rapidamente o vidro se abaixou e vi quem era.

— Quer uma carona? — Olhei de leve, e vi que era Joaquín, ou melhor, Piquerez.

Oh, Piquerez. — Levei a vista, dando um sorriso. — Gostaria bastante. — Levantei minhas sobrancelhas.

— Pois entre gata. — Me surpreendi como o mesmo havia me chamado.

Entrei no carro, vendo o mesmo me olhar de cima a baixo com um sorriso.

— Ainda bem que você apareceu, estava com muito medo de pegar Uber. — Puxei assunto.

— Como assim uma mulher bonita dessa não tem um carro? Inadmissível isso. — Me fez rir. — Mas realmente, é perigoso mesmo pegar Uber hoje em dia, ainda mas mulher, especificamente, mulher bonita. — O mesmo tentava de todas as formas me elogiar.

— Realmente, fico com mais medo ainda, porque uma amiga minha quase foi sequestrada uma vez.

— Olha para não precisar pegar Uber não. Eu passo aqui todo dia, moro bem perto da sua casa. — Seguia com o olho firme na estrada.

— Como sabe que aquela é minha casa? — Perguntei rindo.

— Não sei. Deduzi. — Falou rindo também.

Piquerez é uma companhia bem agradável, sabe puxar assunto e é bem engraçado. Chegando no CT já cheguei cumprimentando Gomez que estava bem na porta, e segui para minha sala para guardar minhas coisas, e terminar de organizar outras.

𝐌𝐚𝐧𝐜𝐡𝐚 𝐕𝐞𝐫𝐝𝐞 !¡Onde histórias criam vida. Descubra agora