Bloodline | Michaeng G!P {AOB}

22장

Aíte Sithe, Kent - Inglaterra 4 de Outubro de 2019

Chaeyoung:

- Entra, por favor, Minari - Pedi pelo que deveria ser a quinta vez para que minha alfa fosse para dentro desde que havíamos recebido a notícia de que Jin estava com o carro do Minwoo, que havia sido encontrado nas proximidades de Pluckley

- Mas e se ele tiver descoberto algo importante? - Argumentou novamente.

- Se ele tiver descoberto algo, eu prometo te contar, agora entra, toma um banho e descansa - Rebati no meu tom de assunto encerrado, o que funcionou como sempre. Segurei seu rosto e beijei sua cabeça, logo seguindo em direção a casa de Jin, que estava com a garagem aberta enquanto o mesmo mexia no carro de Minwoo.

- Achei que ia demorar mais pra vir, Chaeyoung.

A afirmação dele me assustou por alguns instantes, já que eu não havia feito barulho nenhum, mas meu cérebro fez o favor de se lembrar, mesmo que tardiamente que Ghouls como o árabe possuiam uma percepção quase tão boa quanto a dos lupinos. Me posicionei ao lado de Jin, analisando o que ele fazia.

- Talvez seja melhor você se afastar um pouco. - Avisou antes de puxar o que fosse no motor daquele Camaro.

Segui seu conselho e me afastei alguns passos a tempo de ver pelo menos cinco ou mais linhas de arame farpado voarem através do parabrisa quebrado do veículo e serem segurados pelo moreno.

- Eles levaram ele pra sabe-se lá aonde no próprio carro - Murmurou enojado, puxando com certa força os arames, rasgando os bancos antes de um cinza impecável e agora marcados de sangue.

- E o prenderam com isso?

- Sim, arames de prata. - Meu coração se apertou ao pensar a dor pela qual meu cunhado havia passado. - De alguma forma amarraram as pontas dos arames aos pistões do motor e a cada movimento, mais um pouco era puxado e entrava na pele dele. - Explicou, e a imagem de Minwoo sofrendo com aquela tortura durante o caminho até seu cativeiro surge em minha mente.

Troquei mais algumas palavras com Jin, apesar de estar indignado com o que fizeram a Minwoo, assim como todos na cidade, ele era capaz de se manter calmo e confiante de que ele voltaria logo e eu admirava isso nele, talvez pelo medo da reação de Mina, sempre tão tempestuosa ainda mais quando se tratava da família.

Segui em direção a casa principal, tentando ao máximo não transparecer minha agonia que se misturava com a de Mina a cada passo que eu dava para me aproximar da casa.

Não foi surpresa quando a porta se abriu revelando a imagem da minha namorada enquanto eu subia os degraus até ela.

- O que aconreceu? O que ele te contou? - Indagou a morena, eu entendia sua ansiedade, mas era difícil ter que lidar com ela quando eu também a sentia. Segurei seu rosto e acariciei.

- Calma, okay, vamos entrar e eu te conto. Tudo bem?

Ela concordou e seguimos pra dentro. Seria uma longa conversa.

Aíte Sithe, Kent - Inglaterra 5 de Outubro de 2019

Chaeyoung:

Mina dormia tranquilamente ao meu lado. Naquela semana parecia ser um dos únicos momentos no qual ela estava completa e plenamente calma. O que significava que eu também podia estar.

Mas como sempre, aquilo não durou muito. Não tardou para que eu ouvisse a porta no andar debaixo ser quase jogada contra a parede. Me levantei de chofre e deixei o quarto em instantes.

- O que está acontecendo aqui? - Questionei descendo as escadas rapidamente. Yuqi e Eunha carregavam Soyeon que gritava desesperada. - Não me diga que...

Mais um grito de Soyeon me interrompeu, provavelmente uma nova contração. Ouvi passos rápidos atrás de mim. Me virei apenas para ver Mina descendo com Suho e Jennie. - Vocês podem ir atrás da tia Jung, por favor? - Indaguei compartilhando. do desespero de Soyeon. Os três concordaram, mas eu fiz questão de puxar Jennie - Você não...vou precisar de ajuda...

Eunha e sua irmã Yuqi levaram Soyeon até o único quarto no térreo enquanto Jennie subiu para buscar cobertores, tanto pra gestante quanto para o bebê. - Segure a mão dela...Eunha, vou precisar que você pegue os equipamentos da sua mãe - Ordenei, amarrando meus cabelos em um coque alto. - Soyeon, vou precisar que você abra bem as pernas e as apoie nos pés da cama...

No mesmo instante, ela obedeceu e minha irmã entrou no quarto, cobrindo as pernas da morena. E naquele instante eu desliguei meu cérebro totalmente de qualquer coisa que estivesse acontecendo fora daquele quarto.

O parto demorou muito menos do que eu imaginei, ainda assim, a esposa de Yuqi pareceu sofrer muito, mas o sorriso que ambas deram quando a pequena filha deles nasceu pareceu recompensar tudo.

Naquele momento, a mãe de Eunha entrou como um furacão no quarto, junto de Eunha e Suho e sorriu ao ver a neta em meus braços por alguns instantes. Para logo em seguida tomar o controle da situação. Permaneci ali dentro, imaginando como seria futuramente, quando eu estivesse no lugar dela, com Mina ao meu lado.

Mas como sempre nos últimos dias, minha fantasia de um pouco de calmaria se desfez com um grito. Deixei o quarto no qual havia ocorrido o parto o mais rápido possível e segui para fora da casa, apenas para ver Yuna gritando de horror ao ver os pais ajudando Mina a carregar Minwoo, que tentava ao máximo se segurar em um frágil fio de vida.