MY GIRL

Não precisa se esconder...

*

Dizer que eu estava nervosa agora era um eufemismo, parecia que antes não era algo real, e agora era tudo mais palpável, mais passível de acontecer, mais certo.

Estar com todas essas mulheres divertidas e cuidadosas fez a situação melhor para mim, pra não dizer que a beleza delas estava me deixando hipnotizada, eu acho que eu voltei ao estágio que os gays consideram "passividade extrema", eu acho que eu diria sim e amém ao que quer que elas me pedissem, mas definitivamente a aventura do meu parto está sendo inesquecível por causa da pequena médica fofa e super preparada.

Ela nem parece real. Tão linda.

Ela me disse para dizer a verdade, eu disse, me disse para dançar, eu dancei, ela me pediu para deitar, eu deitei. Nem nos meus melhores sonhos eu esperei ter alguém como ela tendo seus dedos em mim num dia de semana, e muito menos entre minhas pernas no meio de uma ultrassonografia...

Eu estava saltando a cada pequeno comando dela. A mulher está me deixando uma poça de tranquilidade e ao mesmo tempo nervosa como se eu jamais tivesse falado com uma garota antes. Eu quase fiquei tímida de ela me ver nua mesmo que ela tivesse tido os dedos dela em mim.

No momento que ela, muito provavelmente sem nem se dar conta, deixou que a coxa dela subisse por toda a minha pobre vagina sofrida para que ela "encontrasse o ângulo certo" para se segurar numa posição que a permitiria cuidar melhor da minha filha acrobata. Tudo mudou para mim. Eu não sei o que ela viu em meus olhos, mas eu claramente gritei com meu olhar que eu gostaria de estar nua fazendo isso. Tudo no olhar dela era cuidado e medo de nos machucar, mas eu diminuí toda a minha postura novamente para a passividade que eu jamais me permiti sentir. Eu olhei todo o rosto dela, o nariz pequeno e perfeito, as bochechas macias que eu toquei antes de dormirmos juntas, os lábios rosados e ressecados, e os olhos que me imploraram por algo que eu não sabia o que era.

Eu sabia que havia mais pessoas na sala, eu sabia que não era certo, mas eu sorri e acenei como se eu estivesse numa cena íntima pra caralho prestes a ser fodida por ela. Eu olhei direito para o decote da camiseta dela. Mamilos seguindo o exemplo da boca, implorando para serem beijados. Ela tremeu e fechou seus olhos resmungando algo baixo demais.

O momento durou segundos e foi obliterado pelas risadinhas das irmãs provocadoras. Eu respirei duramente sentindo as mãos dela me tocarem suavemente enquanto ela cantava todas as melhores músicas calmantes do mundo. Ela poderia me fazer querer tirar minhas roupas com um olhar, mas eram as atitudes dela que estavam me fazendo definhar, eu estava entranhada na ternura que essa mulher exalava. Provavelmente ela estava exalando muito mais que ternura já que minhas partes íntimas estavam prestes a pedir uma reunião com a mulher.

Definitivamente, tirando essa aura sexual causada certamente pelos meus hormônios furiosos, o que estava me mantendo atenta como um falcão em cima dessa mulher eram todas as piadas bobas, os elogios, os olhares... e sem dúvidas, a maneira que ela tem falado com minha barriga... Jesus... eu teria mais uns 10 bebês se fosse para ser cuidada e mimada assim por ela.

Como teria sido a minha vida se essa mulher estivesse por perto entre meu terceiro e sexto mês de gravidez em que eu tive que me esfregar em travesseiros porque eu simplesmente estava insaciável? Eu senti meu rosto inteiro queimar somente de pensar que eu poderia ser adorada por uma mulher assim. Seu olhar me disse que sim, ela realmente saberia como fazer isso.

A vontade é de ter um outro bebê somente para ter aquele desejo do segundo trimestre e Yelena à minha disposição estava com certeza estampada em todo o meu ser. Eu senti meus seios vazarem a cada vez que ela esteve tímida ou dizendo coisas gentis. Nada disso parecia errado. Era tão certo quanto o encaixe de nossas pernas.