78. MENTIRAS QUE CONTAMOS

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"Pronta?" Ouço a voz de Julia, mas não a vejo, porque ela me pediu para fechar os olhos com a intenção de me fazer uma surpresa

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"Pronta?" Ouço a voz de Julia, mas não a vejo, porque ela me pediu para fechar os olhos com a intenção de me fazer uma surpresa. Tenho a suspeita de que, no momento, ela e o adorável Louis Finkler, ilustrador do meu livro de estreia, estão me encarando com sorrisos grandiosos de expectativa, mas só passo a ter certeza disso quando Julia diz: "Pode abrir os olhos agora".

Eu abro e então dou de cara com algo que faz com que lágrimas de emoção me tomem imediatamente: o meu livro. Ou, pelo menos, o primeiro modelo teste dele, com a capa ilustrada por Louis. O desenho de uma belíssima dama de cabelos escuros, inspirado no quadro do palacete, a qual está cercada por crisântemos brancos.

"É lindo", minha voz soa embargada pelo misto de sentimentos que me tomam e os sorrisos dos dois parecem ficar ainda maiores. "Eu posso pegar?".

"É claro. Ele é todo seu".

Julia me passa o livro e finalmente sinto que meu sonho se tornou real depois de tudo, o que me leva a admitir que não sou uma escritora tão boa assim, pois me faltam palavras para definir a sensação.

"Então serei mesmo publicada e todo mundo vai poder ler esta história, não é?".

"Finalmente!" Julia exclama com todo o desabafo de quem trabalhou tanto quanto eu para que isso pudesse acontecer.

E, por causa disso, sinto-me infinitamente grata.

"Muito obrigada, Julia", abro o livro para ver como ficou o modelo de diagramação, apesar de não estar finalizado. "E você também, Louis. As ilustrações estão lindas".

"Eu tentei me basear nas pessoas reais, mas com um traço mais caricato. Ninguém aqui quer ser processado por um Greenhunter pela alusão, certo? Mas que bom que você gostou, Jin Mi".

Ele é tão inocente... mesmo me encontrando várias vezes nas últimas semanas e, certamente, achando-me parecida com uma certa Lady, Louis está agindo exatamente como Julia agia antes e se convencendo de que Huang Jin Mi é alguém que simplesmente se parece com Antonella Lawrence.

Chega a ser um pouco engraçado e tenho certeza de que Julia se diverte muito com a ingenuidade dele pela maneira como tenta esconder seus sorrisos em momentos como esse, mas às vezes sinto vontade de revelar a verdade para Louis e tenho sempre que me segurar.

"Ficou ótimo", declaro, afastando o pensamento. "Eu adorei".

"Então temos a permissão para providenciar a tiragem oficial e a publicação de Chrysanthème em três meses?" Questiona Julia, agora com uma feição mais séria e que exala profissionalismo.

"Com certeza!".

Eu mal posso esperar por isso e é com imensa felicidade que embarco em uma conversa com os dois sobre os últimos detalhes. Depois de semanas exaustivas como Antonella, chega até a ser bom me passar por Jin Mi como nos velhos tempos e tomar café com pessoas que, acredito, posso considerar como sendo novos amigos. Porém, uma parte pequena e difícil de manter à distância, ainda se preocupa com Aiden e se pergunta como estão as coisas no jantar dos Kannenberg. Talvez eu não devesse tê-lo deixado enfrentar isso sozinho...

SOBRE A REALEZA E PAIXÕES ACIDENTAIS - ATO I Onde histórias criam vida. Descubra agora