Bloodline | Michaeng G!P {AOB}

23장

Aíte Sithe, Kent - Inglaterra 5 de Outubro de 2019

Chaeyoung:

Algumas horas haviam se passado desde que Mina resgatara o irmão e havia levado ele pra clínica. Tia Jung e tia Park haviam ido pra lá logo depois. E a poucos minutos eu havia finalmente conseguido acalmar Yuna, quê não quisera o colo nem de Hoseok nem de Taehyung.

Acariciei o rosto delicado da pequena com meu polegar. Eu conseguia imaginar que em sua mente estava também a imagem de minha namorada e os pais da garotinha carregando Minwoo, que estava com boa parte do corpo quase que completamente dilacerado. De longe eu pude sentir o cheiro pútrido de sua carne prestes a entrar em decomposição.

Balancei minha cabeça na tentativa de tirar aquela imagem da minha cabeça no momento em que ouvi a porta se abrir e senti o cheiro de Hoseok quando o mesmo adentrou a sala. Inundando o lugar. - Desculpa ter deixado ela contigo - Murmurou tomando Yuna dos meus braços, apenas para a abraçá-la com todo o carinho que ele era capaz de demonstrar. - Eu nem consigo imaginar como isso vai afetá-la.

- Ela tem ótimos pais que vão ajudar ela a superar isso - Murmurei, arrancando um sorriso do moreno a minha frente, que beijou a cabeça da filha e me olhou mais uma vez. - Minwoo quer conversar com você, Mina está lá na clínica também - Avisou antes de se retirar em silêncio.

Me levantei e deixei a casa mais uma vez, dessa vez, tudo parecia ainda mais pesado, como se o retorno de Minwoo tivesse adicionado mais uma camada de perigo e tensão à cidade. Suspirei um segundo antes de adentrar a clínica da família Jung e ser arrebatada pelos braços da minha namorada. Inspirei profundamente seu cheiro. Me acalmando um pouco pela primeira vez em horas.

Seus cabelos se emaranharam em meio aos meus cabelos antes dela depositar um beijo em minha cabeça.

- Ele quer falar contigo - Sussurrou, como se procurasse as palavras certas para expressar seu aviso. Hesitantemente sai de seus braços e tomei o rosto de Mina em minhas mãos, acariciando sua bochecha e seu lábio inferior com meus polegares. Me aproximei e acariciei seus lábios com os meus por um instante.

- Vamos resolver isso, juntas...

Com essa frase, a soltei e segui para o quarto no qual eu fui capaz de identificar o cheiro do uso recente de remédios. A Tia Jung cuidava de Minwoo com muito cuidado, então, me recostei no batente da porta e esperei que ela terminasse. Quando o fez, a mais velha me cumprimentou com um aceno de cabeça e se retirou.

- Que bela forma de rever seu cunhado hein, Chae - Afirmou o garoto, sorrindo para mim e se sentando com dificuldade na cama. - Vem cá, não tem como eu ir até ai te abraçar.

Me aproximei da cama e dei um abraço no moreno, sorrindo pra ele em seguida.

- Ficamos todos tão preocupados com você - Esclareci, observando seu sorriso vacilar levemente, mas seu olhar firme continuava o mesmo.

- Eu sei - Sua voz saiu em um resmungo antes do rapaz voltar a sorrir, dessa vez orgulhosamente. - Também sei que tomou as rédeas da cidade enquanto a Mina estava meio mal - Senti minhas bochechas corarem levemente. Sabia que Mina contaria a ele, e que a mesma também sentia orgulho pela minha atitude, mas falarem em voz alta era algo totalmente diferente. - Por isso eu
queria falar com você - Explicou Minwoo, ganhando minha total atenção novamente. - Quem me sequestrou não está querendo só nos amedrontar, estão querendo algo mais, que eu infelizmente não sei o que é, mas todos aqui estão em perigo. - Afirmou seriamente, e eu sabia que meu cunhado estava totalmente certo. - Você é muito mais racional que a minha irmã, Chaeyoung, e ela vai precisar de você pra guiá-la, no que seja que for daqui pra frente. Vai precisar tomar as rédeas das coisas, porque essa cidade inteira precisa de você.