O cheiro de fumaça impregnou nas minhas narinas e roupas, eu ia sucumbir naquele lugar. O bordel era frequentado por pessoas dos mais altos escalões das máfias locais, principalmente estrangeiras que as vezes nos visitavam. Ali, era o ponto de encontro para todo e qualquer criminoso, um lugar pecaminoso e cheirando a cigarros e maconha.
Nunca gostei de fato de frequentar aquele lugar, mas, como um dos melhores atiradores do meu "bando", deveria estar sempre alerta. Nosso chefe era um tanto procurado, ele não brincava em serviço, por isso, o bordel era todo nosso. O dinheiro entrava como água, e saia apenas para abastecer nosso lugar. Era a vida perfeita.
A noite passava lenta, algumas pessoas transavam nos cantos daquele estabelecimento imenso que era a Ahn's House. A música tocava sem nenhum problema, as drogas evoluíram e de longe, eu observava meu chefe usando de todas as garotas que via pela frente. Minha mão apertou com força o fuzil que segurava quando a porta se abriu e bateu como se fosse ferro, onde a máfia canadense entrou. Lentamente, a música foi parando, as vozes já não eram mais ouvidas, então apenas passos, passos do meu chefe, foram estalando no piso, até o homem com roupas nada discretas. Era o cartel, nossos maiores fornecedores americanos de armas, a família Lee.
— Olha só... Meu grande amigo Lee — o sarcasmo era perceptível na voz do nosso senhor, ele sorria feito um velho tarado. — Posso saber porque nos interrompem?
Um silêncio gigante se instalou ali, todos os meus colegas puderam perceber a forma como os subordinados do cartel seguraram as armas. Nós estávamos prontos caso eles atacassem.
— Ora, ora — o Lee se aproximou do meu chefe, então estreitei os olhos, todos demos um passo a frente, mostrando nossa intervenção, então o olhar do velho percorreu por todos ali. — Você sabe que me deve meio milhão em armas... Não sabe, Ahn?
Um coral de vozes femininas foi ouvido com o impacto da fala, nós estranhamos a forma como nosso chefe engoliu em seco. Então vieram nos cobrar?
— Meu amigo... — a postura superior do Ahn mudou totalmente, sua voz afinou e nós, constrangidos com a forma que ele havia sido irresponsável, voltamos um passo. — Você sabe como eu sempre fui fiel e cumpri os prazos, eu...
Nada. Um tiro foi direcionado a cabeça do nosso patrão, e aquilo? Aquilo virou guerra. Todos foram para suas melhores posições, acima das mesas ou atrás do concreto que separava a cozinha, e atiramos. Atiramos, atiramos e atiramos. Eles não deixaram barato, eram fornecedores, as armas eram melhores, mas nós éramos treinamos, tínhamos técnica.
Os cachorros do cartel não demoraram a largar as armas, então, fizemos o mesmo. Agora, as mãos se encontravam ao rosto deles e as deles ao nossos. Era um festival de sangue, uma linda dança sangrenta. Gritos e pessoas sendo jogadas nas paredes tornava tudo um maior caos, então tiramos as pistolas da cintura e voltamos a atirar. Atirar em suas cabeças, como fizeram com nosso chefe. E era um gosto tão bom de vingança.
Aos poucos, o barulho foi cessando. Os subordinados que sobraram, correram para fora dali a mando de seu chefe. Não perdi tempo, ao que vacilaram de deixar o Lee para trás, pude atirar sem nenhum dó, e o vi cair no chão. E sangrar, sangrar muito.
As portas foram fechadas com a mesma brutalidade de antes, e todos me olharam. Ele estava morto. Os gritos de excitação fecharam o ambiente e depois disso, apenas bebi. Bebi muito. Então, com o sufoco da fumaça, as drogas, a bebida e remédios misturados, eu não vi mais nada. Nada.
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Dominius, a guerra do cartel.
FanfictionAhn's House era um local de muita festa, até não ser mais. Haechan era um dos maiores atiradores em seu cargo na máfia coreana, que era fornecida pelo cartel canadense, onde estava Mark Lee. Tiros, bebidas, drogas e nova liderança em dois grupos im...