46. Estamos seguros?

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-Não, nós não vamos sair daqui. - diz a ruiva.

-Porque não? Alguém deve estar atrás de nós! - responde Kan.

-Tá maluco? Acha mesmo que eu vou arriscar a vida deles no mar? Principalmente a Heriki daquele jeito?! - peita ela.

-Não temos escolhas! - retruca ele e ela dá um tapa na cara dele.

-Enquanto eu estiver no comando vão seguir do MEU jeito! Tá se achando quem para achar que sabe melhor do que eu onde proteger minha tripulação?! - grita ela em fúrias, nem aparecia machucada se não fosse pela faixa- Ninguém vai se ferir se seguir as MINHAS ordens ouviu? -finaliza ela e pega uma bolsa de necessidade.

-Onde vai? -pergunta ele.

-Conferir o muro. - diz friamente e fecha a porta atrás de si.

-Mamãe? - pergunta Wen.

-Ela saiu meu bem. - responde Soraya e pega na mão da criança- Vamos brincar no parquinho?

-Vamos!! - responde ele animado.

                             * * *

              Logo eu chego perto das muralhas, vesti a roupa masculina pois me daria mais flexibilidade na hora de executar a tarefa. Comecei verificando qualquer tipo de rachadura e buraco, por incrível que pareça só tinha erva daninhas ou pequenas rachaduras pelo tempo, nada que pudesse atravessar a muralha. Satisfeita com o resultado, me sento num canto mais amplo do mato, bebo um pouco de água e observo o lugar. Penso tentando criar as possibilidades de ter alguém me espionando de verdade, pode ser uma paranoica grande ou insistinto a essa altura do campeonato.
              Assim que vejo algo se movendo pelo mato, agarro uma mini faca que guardo para emergência. Só que quando está perto de mim o que sai é um...

-Coelho? - digo despontada e me levanto de costas para o mato, mais quem disse que eu abaixo a guarda?

                E é assim que eu pego gente ótaria. 

-Ah! - grita como um guerreiro em guerra e solto um sorriso.

             Eu só preciso de um gesto que...

-Ai minha mão!!!!!!! - diz caindo no chão gemendo de dor, a faca já estava bem longe.

-Ethan? - pergunto e reconheço o rosto jovem.

-Oi Ledy Lidy. - responde ele ainda com dor.

-O que está fazendo aqui? - pergunto e o ajudo a levantar.

-Eu só queria te dar um susto, não sabia que lutava assim. -retruca ele e rio.

-Eu não sou todo mundo Ethan. - respondo em base de sermão e o rapaz assente.

-Cadê o seu irmão?

-Ele tá dormindo. - responde se referindo a criança de cinco anos.

-Ethan. - reprendo.

                  Eu o conheço desde que chegamos aqui, toda sua familia está morta exceto seu irmãozinho pequeno. O garoto pode ter apenas 13 anos, mais já passou mais que um adulto comum.

-Eu sei me virar pela floresta. - protesta ele do lado da muralha.

-Não estou dizendo que não é capaz, sabe bem que agora é temporada de ursos e a floresta é grande demais para eles. - explico e ele assente.

-Vem cooper. - fala o moreno e o coelho vem aos pulinhos até o garoto que o pega como um filhote. 

-Vamos para casa, mas já que conhece tão bem essa floresta quero que me mostre uma coisa. - peço e ele estranha.

                Levo ele até onde eu fui encontrada.

-O que estamos fazendo aqui? - pergunta ele.

-Quero me diga uma coisa, para onde vai aquele lado? - pergunto apontando para a esquerda entre as árvores. 

-Nenhum cidadão ultrapassa até ali. Dizem as lendas que quem entra ali não saiem mais. Mais moralmente, é só mais um lugar velho. Perfeitos para esconderijos e etc. Mais porque esse interesse repetino? - pergunta o mesmo e eu dou um sorriso fraco.

-Nada, apenas curiosidade. Nunca fui muito do interior então... - minto e em seguida ele puxa outros assuntos até ele parar na sua cabana.

-Muito obrigado por me deixar te acompanhar senhorita Lidy. - diz ele e não posso deixar de sorrir.

-Sabe que pode me chamar de Lidy E. - digo recitando o apelido que o dei desde o primeiro dia.

-Tabom Ledy. - responde ele recitando sempre errado "lady" de proposito.

                          E lá se vai o meu pimpo acastanhado. Na volta para casa, fico pensando pelo pôr do sol sobre o lugar que Ethan me disse. Tem algum significado disso por trás do meu sonho, não pode ser conhecidência isso. Penso e logo chego no coração do povo, onde moramos. 

-Boa tarde Lidy, gostaria de tomar café lá em casa? - pergunta a madame Lirry.

-Adoraria Sra.Lirry, mais preciso ir para casa o Wen me espera. - digo e trocamos sorriso até mudarmos de trajeto.

                    Logo chego na nossa casinha e assim que Wen me vê da varanda corre para me dar um abraço.

-Oi meu garotão! - digo e retrubui o abraço gostoso do mesmo.

-Achei que ia demorar mais. - disse Wen preocupado e se desfaz do abraço para me olhar.

                Sorrio admirando a preocupação.

-Mamãe não precisa que você se preocupe, mais fico feliz por isso. - digo apontando num gesto suave o nariz do meu filhote- Mi? - pergunto no nosso acordo formando o meu soquinho.

-Mi. - responde ele fechando  o dele e batendo com o meu.

-Sua mãe não tira ferias hein! - exclama Kan e eu reviro os olhos.

-Boa tarde pra você também. - digo entrando na casa e deixando os dois no quintal.

             Ambos se olham sem entender nada.

-Oi Lidy! - exclama Soraya pondo seu casaco e me dá um abraço.

-Oi Soraya, onde vai? - pergunto reparando para suas roupas.

-Namoricar. Tchau! - responde ela animada e eu rio.

-Bem- vinda de volta Li. - fala Heriki acariciando sua barriga.

-Aparece que fizeram festa aqui hein. - digo brincando e Nathaniel surge logo atrás dela.

-Você nem espera o que o Wen fez. - responde ele se segurando para não rir.

-É OQUE?! -grito assustada- Ele fez o que gente? - pergunto preocupada e logo o meu pestinha surge rindo.

-Venha, preciso te mostrar minha obra de arte. - diz o pequeninho e eu não aguento, por mais que eu esteja desconfiada. Deixei-o me guiar até o local.

                        Assim que cruzamos o corredor entrando no quarto do vazio de visita que agora seria do bebê vejo latas de tinta e creme de tintas no chão, para minha surpresa Wen desenhava maravilhosamente.

-Wen, o que é isso? - pergunto tocando na pintura.

-Não toque muito, ainda tá secando. - ordena ele e tiro a mão rapidamente já vendo um pouco de tinta nos dedos, seco no meu na calça bege-acinzentada mesmo.

-É um verdadeiro artista não é? - pergunta Kan na porta orgulhoso. 

                           Só que eu estava ocupada demais prestando atençao nos detalhes, eu já tinha visto este cenário de floresta encantada mais eu não sei da onde...


                

A Capitã e o pirata [Volume 1]Onde histórias criam vida. Descubra agora