27 de novembro de 2021
As portas do hospital foram abertas mostrando Akihiko, que possuía uma única tulipa laranja em suas mãos. Ele perambulou corredores à procura de Yayoi, perguntando a várias pessoas onde a mesma estava, ninguém sabia.
Apoiou-se na parede e soltou um suspiro.
— Akihiko? — chamou uma voz feminina.
Akihiko virou o rosto para o lado e não conseguiu evitar sorrir ao ver Yayoi.
— Uma tulipa laranja, sério? — ela perguntou. Akihiko pode notar o sorriso tímido lutando para mostrar-se.
— Eu queria ver o Haruki.
Yayoi não conseguiu mais conter o sorriso.
— Me acompanhe.
Akihiko assentiu.
***
Com o nervosismo percorrendo suas veias, o rapaz seguiu a garota até uma série de portas que apresentam quartos de pacientes. Pararam em frente ao quarto 312, e Yayoi bateu na porta.
— Haruki, é a Yayoi — ela disse. — Tenho visita pra você.
Não demorou muito para que a porta fosse aberta exibindo um rapaz usando uma blusa azul de manga comprida e com os seus fios dourados caídos pelo ombro. Akihiko não pode deixar de notar como Haruki parecia cansado, até mesmo chateado.
Akihiko ficou em frente a Haruki. Esticou o braço mostrando a flor e, com um sorriso esboçado no rosto, falou:
— É pra você.
Haruki sentiu seu coração descompassado ao observar a flor. Torceu para que suas bochechas não estivessem vermelhas. Mas elas estavam.
Ele pegou a tulipa.
— Obrigado — murmurou, olhando para a flor entre os seus dedos. Ainda contemplando o seu presente, o rapaz disse: — Desculpa, mas eu tenho que trocar de roupa pra ir na academia — ele encarou Akihiko por um momento. — Tchau.
Akihiko abriu a boca para contestar, mas a porta foi fechada, sem lhe dar a oportunidade de falar.
Yayoi colocou a mão sobre o ombro do rapaz cabisbaixo e indagou:
— Tá tudo bem?
— Sim — ele a fitou. — Vou tentar de novo amanhã.
Uma risada saiu dos lábios da garota.
— Boa sorte, então — ela bagunçou o cabelo loiro do rapaz. — Vou trabalhar. Não fique perambulando por aí, ok?
Ele assentiu.
28 de novembro de 2021
Akihiko respirou fundo ao entrar no hospital. Olhou para a tulipa laranja em sua mão, se perguntando o porquê de estar fazendo. Queria saber porque não conseguia parar de pensar em Haruki, mesmo com ele não mostrando interesse algum em Akihiko.
Cogitou ir embora sem lhe entregar a tulipa e tentar o esquecer, mas queria mais ainda saber o que tinha feito a Haruki para que ele mostrasse tanto desprezo com a sua pessoa. Então, foi atrás de Yayoi, que lhe indicou onde acreditava que o Haruki estaria.
Akihiko seguiu a direção que lhe foi indicada até chegar em um cômodo enorme. Nele havia três sofás coloridos, um verde, um azul-escuro e um vermelho, além de duas poltronas roxas distantes uma da outra. Ele pousou os olhos no cabelo dourado de uma pessoa que olhava para a janela imensa ao lado da televisão ligada no jornal. Era Haruki.
Antes de se aproximar, fitou a janela, para descobrir o que Haruki fitava. Na rua, haviam árvores secas e a grama estava coberta por folhas alaranjadas. No que ele tá pensando? Imaginou Akihiko.
Com cautela, deu alguns passos na direção de Haruki. Nakayama virou o rosto na direção dos passos e encontrou os olhos de Akihiko, seu coração cambaleou ao encontrar aquele tom de esmeralda, e ele se odiou por isso.
Akihiko esboçou um pequeno sorriso e mostrou a tulipa ao rapaz à sua frente.
— Eu trouxe pra você.
Haruki tirou os fones de ouvido, pegou a flor e a observou, sentindo suas bochechas queimarem.
— Valeu — respondeu, ainda fitando a tulipa. Após poucos segundos, levou seu olhar até Akihiko e falou: — Foi mal, mas eu tenho que ir pro meu quarto agora.
Ele prendeu a alça da bolsa do oxigênio portátil no ombro, levantou e foi em direção ao corredor que levava aos quartos.
— Espere! — pediu Akihiko.
Haruki virou e ouviu o outro dizer:
— Achei que pudéssemos conversar um pouco ou sei lá.
Haruki suspirou. Akihiko notou que ele estava realmente chateado.
— Desculpa, cara, mas não vai ser bom pra você ficar perto de pessoas como eu. — Sem fazer e nem dizer mais nada, ele foi embora.
Take-chan, tô fazendo o certo, né? Pensou Haruki.
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All I Want
Fanfiction"Não importava o quanto Mafuyu falasse que ele não deveria se preocupar. Não importava o quanto prometesse que ficaria bem. Uenoyama não conseguia deixar de se preocupar. E se Mafuyu estiver sofrendo muito? E se ele não melhorar? Pensamentos como es...