DOIS AMORES - Livro 1 (Namjoon & Yoongi)

Capítulo 11 - Família.

Cheguei em casa e ouvi gargalhadas vindas da cozinha, eram meus pais. Não pude deixar de sorrir ao encontrar os dois em tão plena harmonia. Nadine me recebeu com seu mal humor de sempre, confesso que a vontade de chutar era maior, mas me controlei.

Entrei em casa e corri pra abraçar meus pais, joguei a mochila no chão e agarrei os dois. Era tão bom esse ar de casa, família, esse cheiro conhecido.

— Cadê a princesa famosa do papai? — Levantou me abraçando

— Que famosa pai. Não sei nem se vou debutar ainda — Rimos  — E meu debut vai demorar, sabia? Falta um ano ainda, no mínimo.

— Não interessa, minha bebê é uma Idol.—  Disse rindo apertando minhas bochechas.

Sentei na cadeira e minha mãe já foi me servindo um café quentinho com o cuscuz que só ela sabia fazer.

Conversamos muito, colocamos toda a prosa em dia. Falei de tudo, meus passeios, treinos, viagens, e do meu pé. Falei sobre tudo, menos sobre os meninos.

— Vai descansar filha, seu pai tá de férias, ou seja, esse traste vai passar um mês aqui. — Ela sorri.

Meu pai se levantou e a agarrou pela cintura.

Fiquei observando mas era comum eles fazerem aquilo. Meu pai a beijou fazendo eu gritar.

— Pai? — Levei as mãos à boca.

Essa era uma novidade pra se ver, não se contar por telefone. Minha mãe disse sorrindo beijando-o de volta

— Vocês voltaram? — Gritei pulando

— Sim? — Respondeu meu pai. —  Desde que voltei do Brasil.

Comecei a chorar. Corri e agarrei eles de novo.

Como era bom ter minha família de volta. Deixei eles a sós dançando na cozinha e fui pro meu quarto e quando peguei o meu celular pra avisar Yoon que já estava na casa dos meus pais tinha uma chuva de notificações. Estranhei e fui abrindo uma por uma.

A cada site que eu via eu ia ficando mais trêmula ...

Meu coração parou um instante, tenho certeza. Várias fotos do Namjoon beijando uma menina numa balada, saindo de um hotel com ela, andando na rua, várias fotos, de ângulos diferentes, sorrindo, beijando, abraçando... Aquilo atravessou meu peito. Vários sites divulgando. Seguida de diversas mensagens dele, Suga, Tuilla, Jimin e Yunjae. Joguei o celular longe estourando ele na parede, fiquei desolada, talvez fosse por isso que ele tinha viajado, mudado tanto, por isso ele tentava tanto conversar comigo, talvez pra eu não ser pega desprevenida como fui.

— Covarde... — Gritei muito alto com ódio. Meus pais entraram assustados no quarto enquanto eu desabava no chão aos prantos.

Ninguém perguntou nada, apenas me abraçaram no chão, como sempre fazíamos sempre que algo estava errado.

Chorei como nunca, me sentia impotente, destruída, traída, cerrei meus punhos e dentes numa força absurda enterrando as unhas nas palmas das mãos, o melhor consolo era o que eu estava tendo, os braços dos meus pais.

Eu estava paralisada, sem palavras, minha mãe conseguiu proferir algumas palavras, ao longe do que ela dizia só entendi: Remédio pra dormir. Assenti. Tomei e apaguei.

Acordei no dia seguinte com a cabeça explodindo, não sonhei com nada, apenas sentia raiva, muita raiva. De ser tão idiota. Pra mim ali era o fim mesmo. Eu por segundos pensei em desistir da minha carreira, mas coloquei os pensamentos em ordem e entendi que minha carreira era muito mais importante que qualquer coisa ou alguém.