CAPÍTULO 2.

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Estou paralisado.

– Hongjoong, Se abaixa! — Escuto Hwa gritar do chão enquanto puxa minhas roupas para que me junte a ele. Deixo que seus braços me puxem para o piso frio e permaneço lá sem dizer uma palavra. Mais um disparo é ouvido, dessa vez, mais perto. Perto demais.

— Parece ter sido aqui do lado… — A voz dele tem um peso enorme de preocupação. Ele me encara com os olhos arregalados sem saber o que fazer. Gostaria de confortá-lo, mas sei tanto quanto ele. Estou tão em pânico quanto ele.

Quero gritar, pedir ajuda, chorar. Não sei o que está acontecendo, mas agora percebo que não estamos protegidos como achávamos antes. Pego meu telefone e vejo que o sinal foi cortado, obviamente. Solto um palavrão.

Seonghwa me olha de onde está deitado esperando que eu tenha alguma solução, não consigo dizer nada. São muitos disparos, minha cabeça dói. Me deito novamente e respiro fundo, tento me concentrar somente em minha respiração mas é quase impossível com os barulhos ao meu redor. Tanto de tiros quanto de janelas quebrando, gritos de ajuda e agonia. 

O olhar de Seonghwa torna-se pensativo de repente.

— Fique aqui. — Seonghwa diz de maneira tranquila, o olhar ainda preocupado. Ele se arrasta até seu quarto e empurra a porta, adentrando o cômodo. Ainda estou quieto, mas sinto mil palavras presas na minha garganta.

Alguns minutos se passam e vejo meu colega de volta, ainda em rastejo do quarto até meu encontro. Ele segura uma faca não muito grande, mas também é perceptível que não é uma faca de cozinha.

— Desde quando você tem isso? — Pergunto do chão, olhando para o objeto nas mãos dele.

— Desde que anunciaram um expurgo de doze horas. — Sua voz sai baixa porém de maneira séria, como se minha pergunta fosse a mais idiota do mundo. Assinto com a cabeça.

Ainda estamos abaixados no chão da sala ouvindo os sons torturantes daquela noite. Seonghwa escondeu a faca na manga do moletom cinza para lhe dar um fácil acesso, dizendo que gosta de ser precavido e que não pagaria para ver o que aconteceria se não estivéssemos armados, nem que seja com uma pequena faca. Nenhum de nós pagaria para ver.

Para a nossa surpresa, por um momento, os barulhos cessaram. Sem tiros, sem gritos, sem coisas quebrando. Solto um suspiro e levanto um pouco a cabeça para tentar ver através da madeira que cobria uma das janelas.

E mais um disparo.

Quando percebemos, a bala já havia atravessado a tábua em nossa janela. Foi rápido demais.

O grito preso à tanto tempo em minha garganta é finalmente solto.

— Puta merda, Hongjoong! — Escuto o acastanhado susurrar enquanto me puxa pelo ombro. Os olhos dele estão arregalados em um pavor que nunca havia visto dele antes.

— Tenha calma, eu estou aqui. Calma.

Sei que ele está falando tanto para mim quanto para ele. Percebo as mãos úmidas em minha pele como um aviso antes de assentir com a cabeça e murmurar um pedido de desculpas baixinho. 

Ainda tremendo, olho ao redor da casa pensando em qual ponto seria mais estratégico de nos protegermos e finalmente chego a uma conclusão.

— Acho melhor nos arrastarmos até a parte de trás do balcão. Precisamos…

Sou interrompido pelo impacto em nossa porta que é escancarada. Meus olhos se arregalam e eu estou pronto para gritar mais uma vez. A faca desliza da manga de Seonghwa e vai parar em suas mãos. 

San está de pé e com um olhar apavorado.

— Vocês estão bem?? Eu ouvi um grito depois do disparo! — Ele diz baixo mas com um tom alterado o suficiente para evidenciar seu desespero. Ele está segurando o que parece ser uma pistola, não faço ideia. Não sou bom com armas, porém sou ótimo com filmes sobre o velho oeste. Vejo San entrar e se abaixar checando nós dois.

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⏰ Última atualização: Sep 27, 2023 ⏰

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Doze horas. - ATEEZ.Onde histórias criam vida. Descubra agora