16| Emoções

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De longe, Anahí enxergou a figura de Lourenzo colocar a sua amiga à força em cima do cavalo. Ela tinha acabado de escutar o burburinho sobre a briga do investigador com o salafrário enquanto almoçava no armazém, sua intenção era de descobrir o que havia acontecido.

― Dul! ― Em um ato desesperado apressou o passo.

Percebendo que ela estava em perigo, Annie fitou a rua em busca de ajuda, pois o maldito cavalgava em direção a saída da cidade.

― Bando de palermas ― murmurou exasperada para algumas pessoas que apenas assistiam à cena. ― Ninguém é capaz de fazer nada? Pelo amor de Deus! ― Criticou com indignação a atitude das testemunhas.

Balançando a cabeça em negação, a mulher virou o corpo para ir até a delegacia chamar pelo xerife. Então, franzindo a testa, se perguntou onde estaria Christopher. Logo depois, o rapaz surgiu contente no horizonte. Ela correu para perto dele, agarrando-o pelo braço.

― O Lourenzo levou a Dulce, você precisa salvá-la.

O sorriso do senhor Uckermann imediatamente se desfez, substituindo por uma expressão de raiva. Fechou os punhos, sentindo uma vontade descontrolada de socar a cara do sujeito desprezível, e um pouco de frustração consigo mesmo, ele não tinha sido capaz de protegê-la mais uma vez.

― Para onde? ― questionou apertando os dentes.

― Por ali. ― Anahí apontou a saída da cidade. ― Melhor usar isso. ― Ela desamarrou um cavalo que estava preso em uma tora de madeira.

O investigador montou no animal depressa, ajustando as rédeas e se preparou para partir. A jovem loira o olhou preocupada.

― Tome cuidado, o canalha não parecia de brincadeira. Por favor, traga-a de volta.

― Eu irei trazer, nem que seja a última coisa que eu faça. ― Sua voz firme deixou clara a sua mensagem, apertando as pernas no cavalo, ele o conduziu para avançar.

O vento soprava em seu rosto enquanto Christopher galopava pela estrada de terra, o coração pulsando com urgência. Cada batida do casco do animal no solo ecoava uma ansiedade. A imagem de Dulce em perigo impulsionava seus movimentos, sua mente concentrada em alcançá-la antes que fosse tarde demais. As paisagens da cidade logo deram lugar a uma área mais aberta, podendo notar as árvores e os campos, ele acelerou ainda mais. Em uma corrida contra o relógio, o rapaz estava determinado a resgatar a esposa, não importando os obstáculos, ele somente desejava tê-la em seus braços.

A moça sacolejava no lombo do cavalo, ao mesmo tempo que lutava para manter os olhos abertos, a trepidação do animal reverberou por seu corpo meio enfraquecido. Sua visão turva, localizou o semblante do maldito. De frente para o homem, ela distinguiu um sorriso vitorioso estampado em seu rosto.

― Aposto que seu maridinho deve estar louco a essas horas. ― A mulher se recusou a respondê-lo, seu pensamento a levou até o investigador. ― Mas agora é tarde demais. ― Seus dedos agarraram a bochecha dela, um leve bico formou-se em sua boca.

Ela fechou as pálpebras, reunindo suas últimas forças, cravou seus dentes firmemente no indicador do ex-noivo.

― Inferno! ― ele praguejou, a dor aguda resultou em que ele a soltasse. Dulce percebeu que o homem se preparava para desferir um tapa nela.

Em um ato desesperado, ela se jogou do lombo do cavalo, caindo no meio do mato. Ignorando o impacto da queda, a moça se pôs de pé o mais rápido, a adrenalina correndo em suas veias.

― Sabe, docinho, toda essa caçada tornará tudo mais prazeroso no final. ― Lourenzo zombou descendo do animal.

No horizonte, enxergou a figura de um homem cavalgando apressado.

― Maldição! Não pode ser... ― o salafrário declarou ao notar Christopher, seu rosto se contorceu lembrando das palavras do rapaz, ele hesitou por um momento. Então, decidiu retornar para o cavalo, entretanto recebeu um relincho descontente. Logo agora o pangaré resolve se rebelar? O homem refletiu irritado. Mesmo dando sinais de estar incomodado com alguma coisa, Lourenzo tentou montá-lo, mas um coice acertou a perna do rapaz. Praguejando, ele correu mancando, desesperado, enquanto o animal disparava pelo mato.

A Dama de Vermelho - Parte 2Onde histórias criam vida. Descubra agora