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Passam-se algumas semanas, Luísa e Gustavo estavam se confrontando o tempo todo. A moça estava mais próxima de Pendlenton, estavam virando bons amigos.

-- Não, Marcelo, seu jegue. -- César diz rindo. -- É assim ó.

César apaga o feito e corrigi com o lápis

-- Ah tá... -- Diz Marcelo -- Entendi agora.

Marcelo termina o exercício sozinho

-- Já me considero o próximo Einstein.

-- Aham, sei, Mar Mar.

César volta a ajudar o caçula, tempos depois Richard chega do trabalho e abre a porta, os meninos olham pro pai, ele estava embriagado, meio atordoado.

-- Sai do quarto, César. -- Diz puxando a cinta da calça

Marcelo se encolhe na cadeira, o menino estava com medo, muito medo

-- Pai, você não quer conversar? Não precisa disso. -- Diz se aproximando do pai

-- César, sai do quarto! -- Exclama

-- Por favor, pai, as costas dele já estão cheias de hematomas. -- Diz o menino segurando a mão do pai

O pai puxa a cinta de uma vez e a enrola

-- Sai do quarto, se não vai ser com você aqui. -- Diz o homem com a voz mole

-- Pai, por que ele tem que ser o bode expiatório de um dia difícil? -- pergunta o menino segurando novamente a cinta

-- Pode sair, César, tá tudo bem. -- Diz Marcelo se levantando

Richard empurra César pra fora do quarto e tranca a porta. O rapaz mandado pra fora se encosta na parede e olha pra maçaneta da porta. Choros, gemidos, estralhos. Marcelo implorava por misericórdia em meio a gemidos, o homem simplesmente não ouvia o menino, as costas de Marcelo sangravam, batidas em cima de ferimentos recentes. César tremia a cada grito do irmão. Depois de longos minutos, Richard sai do quarto, a cinta ainda estava em suas mãos, um pouco de sangue ainda cingia o couro. César olha pro pai que sai da frente da porta e vai pro lavabo.

O rapaz entra no quarto do irmão e vê Marcelo de costas, a blusa branca do menino fazia transparecer ferimentos e sangue das suas costas.

-- Marcelo, me perdoa. -- Diz se aproximando do irmão

-- Te perdoar? Você não fez nada. -- Diz o garoto em meio a lágrimas

-- Você é meu irmão. -- Diz se abaixando ao lado do irmão

-- Por que ele não me ama, César? O que eu fiz de errado? Foi quando eu era criança? -- Pergunta o menino se virando para o irmão

-- Você não fez nada, Marcelo, tá bem? Nada.

-- Por que então? Por que?

-- Eu... eu não sei.

Marcelo abaixa a cabeça novamente

-- Vamo cuidar desses machucados?

-- Me deixa sozinho, eu não quero ajuda.

-- Marcelo, você precisa. Deixa eu ver.

César levanta a camisa do irmão, estava horrível. O mais velho engole seco e abaixa a blusa do caçula.

-- Vou pegar algumas gases.

César vai até o banheiro do irmão e pega gases, água oxigenada e um remédio cicatrizante. Ele volta, levanta a camisa de Marcelo e começa a cuidar dos ferimentos do seu caçula.

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