Capítulo único

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Essa história rondeou meus pensamentos enquanto ouvia "If the World Was Ending", acho que já fiz mil versões de como me senti a ouvindo, mas essa aqui... faz um tempo que queria sair.

Lembrem do voto e boa leitura ❤️


2 de maio de 1998


- Você vai morrer - ele evitou o olhar vítreo do espectro - logo você vai morrer Tom.

- Myrtle - suspirou não tendo vontade de prosseguir a conversa, ainda se sentia estranho toda vez que a via.

- Porque segue vindo me ver? Seu precioso basilisco se foi, qual a desculpa agora? - seguia lhe encarando perspicaz.

- Eu destruí as barreiras de Hogwarts, e logo o Potter estará morto - se vangloriou.

- E se tornou uma sombra do que um dia foi - se aproximou lhe causando uma sensação de frio - está feliz?

- Vou estar quando vencer - não deu o braço a torcer tentando ignorar as memórias que teimavam em surgir.

- Você gosta mesmo desses livros! - a menina o rondou olhando por cima do ombro, um incômodo.

- Você não tem dever de poções ou algo do tipo, srta. Warren? - resmungou e ela riu sentando na sua frente.

- Vai acabar sempre sozinho se afastar as pessoas assim - arrumou seus óculos murmurando uma música para si mesma - é o primeiro ano, devia fazer amigos Sr. Riddle.

- Eu não preciso de ninguém - bateu o livro o fechando.

- A gente sempre precisa. Nem que seja para ser o último que você vê antes do suspiro final - falou seria, o jovem garoto se foi, irritado.

- Não vai acontecer - saiu pisando duro.

- Você criou um exército, tem poder, fama e seu nome causa medo por onde passa - flutuou ao seu redor - e ainda sim segue vindo aqui.

- É um costume - ergueu o queixo fingindo arrogância.

- Fazem 55 anos, Tom - seu espectro turvo e gélido ainda trazia o calor daquele tempo.

- Myrtle? - ouviu o choro olhando por baixo da fresta da cabine do banheiro reconhecendo seus sapatos bem polidos, sentou no chão próximo a porta.

- Vá embora - gritou sabendo que ele estava ali.

- Agora que me acomodei? - bufou puxando seu livro de bolso - estou na melhor parte desse livro, quando acabar irei.

- Você não precisa me consolar - falou baixinho.

- Eu nunca faria isso - falou de forma monótona passando os olhos pela folha amarelada.

- Eles me chamaram de sangue sujo - suspirou tendo coragem de falar em voz alta.

- Você é - a porta se abriu com força e o sonserino se levantou - mas só eu poderia te chamar assim.

- Porque eu decidi ser sua amiga? - suspirou sem forças para discutir.

- Não somos amigos - arrumou suas vestes - quem foi?

- Não importa - encolheu os ombros.

- Certo, não facilite minha vida - o rapaz saiu irritado, a corvina não queria que ele se ferisse brigando com rapazes do quarto ano sendo que eles estavam no segundo, mas naquela noite houveram boatos que alguém atacou aqueles que mexeram com ela de forma que foram parar na enfermaria, entretanto estranhamente se recusaram a entregar seu agressor parecendo assustados.

Myrtle - ONESHOT (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora