Aíte Sithe, Kent - Inglaterra 9 de Outubro de 2019
Chaeyoung:
- Ela vai passar um tempo inconsciente para que o corpo dela se cure - Karina explicou com um suspiro após. - Mas vai ficar bem - Afirmou se virando pra mim com um sorriso cheio de compaixão e compreensão.
Desviei meus olhos para Mina, que estava inconsciente desde o tiro. - Obrigada...- Murmurei cansada, eu já tinha ouvido e falado tanto que as coisas ficariam bem naqueles últimos dias, que apenas o som daquelas palavras me faziam me sentir mal.
- Acredite em mim quando lhe digo que as coisas se resolverão, menina Chaeyoung, de uma forma difícil, mas se resolverão - Disse com convicção, colocando uma mão em meu ombro. - Agora descanse, teve uma ótima caçada, merece um pouco de repouso.
Com essa frase e um beijo em minha cabeça, a loira deixou o quarto com toda a sua aura angelical e sua calmaria. Voltei meus olhos novamente a alfa adormecida.
- Me desculpa, Minatiy - Sussurrei ao me deitar ao seu lado, trazendo seu corpo para perto do meu, onde ela automaticamente se aconchegou, me fazendo notar o quão perfeito era nosso encaixe.
Com isso em mente e seu cheiro tão perto do meu, não demorou para que eu me entregasse aos encantos de Morfeu.
Minha única certeza ao acordar, era que eu não devia ter dormido mais do que três ou quatro horas. Olhei para Mina, ainda inconsciente, mas com um sorriso calmo em seu rosto, como se soubesse que eu estava ali com ela e que ali permaneceria.
Beijei sua testa, me levantei e tomei a liberdade de abrir um pouco as cortinas, apenas para confirmar minha conclusão de que devia ser um pouco mais do que cinco da manhã, pois o céu escuro ainda estava dando lugar a pequenos traços mais claros. Logo, voltei a deixar com que os tecidos cobrissem a janela e segui para o banheiro, onde tomei um banho rápido e vesti uma blusa de moletom de Mina, grande o suficiente para chegar a metade das minhas coxas.
Retornei ao quarto a tempo de ver Jihyo entrando com uma bandeja de café da manhã. Minha amiga tinha uma expressão tão cansada, mas ainda assim me ofereceu um sorriso brilhante e abriu os braços quando me aproximei.
- O que eu não faço por ti, hein, Tigre - Brincou e seguimos até a mesa no canto do quarto, próxima à guitarra de Mina. Nos sentamos nas poltronas que formavam um conjunto com a mesa e a loira deixou a bandeja na mesma. - Então, como está se sentindo? - Questionou preocupada.
Deixei com que um suspiro escapasse através dos meus lábios e voltei meu olhar para minha alfa, que resmungava durante seu sono.
- Sinceramente? - Voltei meu olhar para a minha melhor amiga. - Com medo - Conclui minha resposta.
- Eu sei que está, mas isso vai passar, Chae, mais rápido do que você pensa. - Murmurou tomando minha mão sobre a mesa. Eu nunca cheguei a entender realmente as habilidades de Jihyo, mas minha confiança nela é eterna, e por isso, sorri para a minha amiga. - E olha como você é sortuda, tem uma deusa maravilhosa do seu lado, conhecida como eu mesma.
A coreana jogou os cabelos para trás ao final da frase, me provocando uma boa e necessária gargalhada. - Agora come, precisa manter o buchinho cheio se for cuidar da bunduda ali.
Eu realmente tinha sorte por ter Jihyo sempre ao meu lado.
Na hora do almoço, foi a vez de Sana entrar no quarto com uma bandeja cheia para nós. Eu havia conseguido fazer Mina comer algo durante os breves momentos despertos que ela teve, apenas para que ela não acordasse mais tarde e estivesse sentindo fraca.
Assim que minha cunhada entrou no quarto, deixei o exemplar de Harry Potter e as Relíquias da Morte sobre o criado-mudo e ameacei me levantar da cama, mas Sofia fez um sinal para que eu continuasse sentada ao lado de sua irmã, que no mesmo momento agarrara minha cintura e deitara-se em minhas pernas.
- Ela precisa de você por perto, acho que todos precisamos. - Afirmou a morena, deixando a bandeja próxima a mim.
Sana e eu não tivemos tantas oportunidades quanto eu queria para conversarmos, mas a companhia da minha cunhada era ótima.
- Tem algo que quer me dizer? - Questionei. Os Myoui, apesar de serem misteriosos para os outros, para mim, eram fáceis de ler, como se já conhecesse cada um há anos, não há pouco menos de um mês. Um sorriso se abriu no rosto da mais velha, um daqueles sorrisos que ela e Mina tinham em comum, que as faziam parecer crianças pegas em meio a travessuras.
- Eu quero te pedir duas coisas, a primeira delas é desculpas.
Ela deve ter percebido minha confusão, pois logo iniciou sua explicação:
- Alguns dias antes de Jennie e Suho serem mordidos, eu me deparei com um pequeno grupo de caçadores. Fiz a maioria deles correr com um rosnado, mas teve um que veio pra cima de mim. Tive de matá-lo, por segurança. A imagem de minha cunhada tendo que matar alguém era tenebrosa, mas ainda assim, eu compreendia sua decisão. Foi então que percebi que eles estavam com postos de observação pela floresta. Eles sabiam sobre nós e não podíamos arriscar não ter pessoas o suficiente para proteger a cidade, afinal, tinhamos crianças pequenas aqui, assim como mulheres grávidas - Soyeon e Yuna, filha de Hoseok, me vieram na mente. Para segundos depois me olhar nos olhos, os seus castanhos brilhando de respeito. - Como você é a alfa mais velha de sua família e parceira da minha irmãzinha, eu queria te pedir autorização para estar junto com Jennie. - Sabia exatamente o motivo do receio na voz de Sana quando me fez essa pergunta, afinal, ela completaria 21 anos no próximo ano e minha irmã 17, mesmo que a diferença fosse pequena, ela tinha medo de eu achar que queria se aproveitar de minha irmãzinha.
Tomei as mãos da morena nas minhas com um sorriso materno brincando nos meus lábios.
- Tem meu total consentimento, Sana, Jennie é sua alfa, é livre para namorá-la e tornar ela sua parceira, mas por favor, tome cuidado, não quero que nenhuma de vocês se machuquem. - Ao final de minhas palavras fui surpreendida com um abraço caloroso e forte da mais velha.
-Bom, eu vou deixar você comer, volto mais tarde pra buscar a bandeja. - Sussurrou antes de se levantar e saiu do quarto, me deixando ali com meus pensamentos e minha namorada adormecida.
Não devia nem ao menos ter escurecido quando resolvi tomar mais um banho e me deitar. Deixei com que Mina, mesmo que inconscientemente, me tomasse em seus braços e me deixei admirar aquela bela mulher. Meus dedos deslizaram de seus cabelos ao seu maxilar perfeitamente desenhado.
Deixei com que meu polegar se arrastasse por ele lentamente e segui para sua testa, onde um pequeno vinco se formou involuntariamente, dali para as suas sobrancelhas perfeitamente desenhadas. Então passei para o seu nariz e dali para as suas bochechas, que sempre se ergueram quando ela sorri. Por fim cheguei aos seus lábios carnudos. Que pressionei levemente com a ponta do meu dedo.
- Se continuar fazendo isso vou acabar dormindo de novo. - Sussurrou com tanta calma que me assustou. Quase dei um grito quando seus olhos se abriram.
- Sua idiota...eu fiquei tão preocupada. - Afirmei dando um tapa em seu ombro, para em seguida tomar seus lábios nos meus. Afinal, a quem eu queria enganar, estava tão feliz por ver seus lindos olhos castanhos novamente abertos e concentrados em mim.
Aquele beijo foi tudo que precisavamos, era lento e não havia guerra por comando alguma, e sim uma sincronia incrível. Eu podia sentir a língua de Mina se enrolando a minha enquanto seus dedos deslizavam por minha pele nua e quente do banho recém tomado. Sem precisar de uma troca de olhares sequer, subi em seu colo e deixei minhas mãos se entranharem em seus cabelos e por vezes deslizarem por suas costas enquanto as dela exploravam cada ponto que ela sabia que me faria delirar.
Hesitante e lentamente, interrompi o beijo e meu olhar encontrou o da alfa. Seus olhos tomados totalmente pelo laranja, seus lábios inchados e vermelhos e seu sorriso lascivo me diziam que ela queria o mesmo que eu, por isso, não hesitei em lhe dizer:
- Me faça sua, Mina, total e somente
sua...
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Bloodline | Michaeng G!P {AOB}
FanfictionSon Chaeyoung é uma simples jovem com seus quase 18 anos e seu pequeno grupo de amigos, nascida em Miami, mas residindo em Kent, Inglaterra desde os 11, a garota sempre viveu uma vida normal, nos padrões em que um portador da Doença de Wilson é capa...