Capítulo 20

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Antes de ir para o apartamento de Simone, paro em casa para arrumar uma bolsa com uma troca de roupa, já que o dia seguinte é minha folga no café e pretendo passar uma noite inteira matando a saudade da minha mulher.

Apesar de não ter tido muito critério ao selecionar um jeans, uma regata, uma camisola e um vestido, e atirá-los de qualquer jeito na mochila, ao abrir a gaveta de peças íntimas, faço uma escolha certeira e intencional: um conjunto de lingerie vermelho vivo.

Já estou retornando para o carro quando meu celular toca no bolso e vejo que é uma mensagem dela.

Simone:
// Meu bem, deixei meu carro do lado de fora para você colocar o seu na minha vaga e não ter que descer na rua, okay?
// O porteiro vai abrir quando você chegar, é só buzinar.

Eu ainda vou derreter de tanto amor por essa mulher.

Até penso em digitar uma resposta, mas tenho pressa. Realizo o trajeto em cinco minutos e, de fato, quando me aproximo, o portão logo se abre.

Impaciente, chamo o elevador e meus pés batem nervosos sobre o piso. Sinto uma revoada de borboletas em meu estômago e é como se estivesse indo encontrar minha namorada pela primeira vez.

Mal toco a campainha e uma Simone apaixonada me recebe com uma sequência de beijos pelo rosto, até unir nossos lábios, me puxando para dentro.

Sinto minha carne ser pressionada contra a porta e perco o fôlego quando ela beija meu pescoço, sugando o ponto de pulso, me deixando fraca.

Reúno forças para descolar nossos corpos, porque apesar de ser uma delícia ter minha pele explorada pelas digitais do meu amor, hoje quem planejou, fui eu.

Seguro os ombros dela, tomando um braço de distância e mordo o lábio inferior, capturando os olhos de Simone.

- Isso tudo é saudade? – pergunto, zombeteira. – Boa noite, meu amor!

- Boa noite, amor! E sim, muita saudade! – ela diz, cheia de manha. – A gente já perdeu tempo demais.

- Concordo plenamente, mas quero te aproveitar essa noite – digo. – Dá uma voltinha pra mim, vai. Me deixa te gravar na memória com esse vestido.

Tímida, ela dá um passo para trás, abrindo os braços como que exibindo a si mesma. Eu semicerro os olhos e inclino a cabeça para o lado, e ela entende exatamente o que eu quero dizer. Devagar, Simone dá um giro completo e quando volta a me olhar, espera minha aprovação.

Mesmo agora, descalça e já sem o blazer, ela continua deslumbrante. O contraste do tecido escuro estampado com sua pele clara a deixa radiante.

- Gostosa. Você é muito gos-to-sa! – Digo, após umedecer os lábios.

Ela solta uma risada frouxa, jogando a cabeça para trás.

Em seguida, se aproxima, beija minha boca e coloca minha mochila em seu ombro, unindo nossas mãos, enquanto caminhamos até o quarto. O aroma floral impregnado no ambiente preenche minhas narinas e, do batente da porta, percebo que ela se preocupou com os detalhes. A cama está impecavelmente arrumada, apenas duas velas acesas na mesa de cabeceira e a luz amarelada do abajur iluminam o cômodo.

- Caprichou assim só para me receber, Simone Tebet?

- Como assim "só para te receber"?! – Ela enlaça minha cintura por trás. – O amor da minha vida não merece menos que isso.

Meu coração esmurra o peito com essa declaração.

- Meu bem, você se importa de me esperar ir ao banheiro?

ImperfeitasOnde histórias criam vida. Descubra agora