Capítulo dez- Fique

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Boa noite, hj também disponibilizei uma música para escutarem, espero que gostem.

Eu soube, desde a primeira vez que te vi, que corria o risco de te querer.

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Aziel ficou surpreso com meu ato, as sombras que o envolviam vibraram e rodopiaram a nossa volta, eu havia lhe dado um pequeno e singelo selinho para depois me afastar, contudo, rapidamente sua mão calejada segurou minha cintura, puxando-me para mais perto e a outra foi para os meus cabelos. O espião me beijou, colando sua boca contra a minha, impulsionando seu desejo e necessidade de sentir minha língua tocar a sua.

Envolvi meus braços em volta do seu pescoço, deixei que ele me guia-se naquele beijo, da mesma forma que havia me guiado na nossa valsa na cidade. O beijo era ardente, fazia meu corpo todo estremecer e desejar por mais, mais e mais! Ele era calor, brasa, sombra e volúpia, uma mistura tão intensa que juntas, eram capazes de fazer eu me afogar nelas, e eu me afogaria, deixaria que entrassem dentro de mim e se espalhassem como um mar revolto. Beijar Azriel era como perder a noção do tempo, o controle sobre o próprio corpo e ao mesmo tempo ser tocada pelas ondulações de seu poder, de suas sombras. Há tanto tempo eu travava uma guerra interna, entre querer o surpreender com minha lâmina na sua garganta e sem que tivesse tempo para se defender, eu o atacava com minha boca cobrindo a sua, ao mesmo tempo me irritava e dizia para mim mesma que aquilo era um absurdo.

Não havia acontecido como havia imaginado, mas tinha lhe beijado. Talvez fosse consequência dos momentos que havíamos passado juntos na taverna ou quando me embalei em nossa dança delicada e envolvente, ou quem sabe fosse um conjunto de fatores ligados aos nossos dias de treino que inflamavam nossa atração. Independe do impulso que tinha feito meus pés me levarem até ele, eu não me arrependeria.

Quando nós separamos por causa da carência do nosso fôlego, nós mantivemos ainda juntos, como se precisássemos sentir o corpo um do outro para acreditar que tudo era verdade, que aquele beijo realmente havia acontecido.

- Herpia... Se eu começar, não vou mais me controlar. É melhor eu ir embora. - falou deslizando seu polegar pela minha bochecha.

Já havia ficado com machos antes, raros, mas com o álcool agindo em seus sangues, eles nem lembravam mais de quem realmente beijavam ou transavam. Tudo bem, não me importava que não lembrassem de me ou que não enxergassem como eu era! Entretanto, agora era diferente.

Queria ele, ansiava pelos toques do Azriel pelo meu corpo, pela sua boca contra a minha, pelo seu ronronar rouco perto da minha orelha e principalmente, que ao acordar no dia seguinte, ele lembra-se de mim. Não importa que essa seja nossa única vez ou a primeira de várias, já não estava mais raciocinando direito, estava agindo por puro instinto! E meu corpo todo rugia para que não o deixa-se ir e fizesse ele ficar a noite toda comigo.

- Então não se controle... Fique. - sussurrei implorando enquanto segurava sua destra que ainda estava no meu rosto.

Azriel respirou fundo e fechou os olhos, ao deixar o ar sair ele atacou minha boca, puxando-me para mais um beijo selvagem, suas mãos passeavam pelo meu corpo, apalpando e deslizando na pele exposta. Ele me cobiçava! A forma como me puxava para mais perto, a sua língua que dançava com a minha, o olhar malicioso e sua determinação de tentar se controlar. Depois que havia pedido para que fica-se, ele também quebrou suas próprias correntes e se lançou em minha direção.

Me afastei um pouco, atordoada pelos seus lábios que haviam devorados os meus e o puxei para entrar em minha barraca. O interior dela conseguiu comportar o tamanho de suas asas recolhidas, perto da entrada havia um lampião que eu havia acendido, deixando uma luz fraca dentro do ambiente, o suficiente para que pudéssemos olhar com mais admiração um ao outro.

Corte de sombras e tormentasOnde histórias criam vida. Descubra agora