Rebeca
— Olha, morena, eu até admirava seu orgulho, mas acho que já passamos dessa fase, não acha? — Eu não entendia aquele papo assim que nós deixamos Filipo na creche. — Não posso depositar um valor elevado na conta por conta da Receita, eu entendi; você quase não usou o cartão de crédito que eu te dei, paciência, não posso obrigá-la, mas com relação a isso, eu não vou aceitar um não — e paramos em frente a uma casa pequena, simples mas toda pintada, ajeitada.
— Eu aluguei pra você — e me entrega a chave.
— Eu não acredito, Matteo! — digo assim que ele me entrega a chave da casa quase em frente à da minha avó. — Eu tenho uma casa? Eu e Filipo temos uma casa?
Um cantinho pra chamar de meu.
— Abre! Nem eu entrei nessa casa deixando ao encargo de um homem que eu não tenho a menor ideia dos gostos dele.
Eu tremia de felicidade quando abri a porta.
— Ai meu Deus! — A casa era simples, mas totalmente organizada com tudo novo. — Ela é melhor do que minha casa na Sicília.
Ele me observa e mesmo que eu perceba sua alegria em me ver feliz, há um descontamento por trás.
— Você merece muito mais, morena.
Entro no primeiro quarto e vejo-o simples, sem muita mobília, com somente uma cômoda e uma cama de solteiro.
— Pedi para arrumar um quarto para sua avó caso ela prefira vir morar aqui contigo.
— E largar a casa dela? — Nego porque isso nunca aconteceria. — Minha avó morou toda a vida naquela casa, não seria agora no fim da vida que ela sairia.
— Bem, nunca se sabe.
Fecho a porta e entro no quarto ao lado – o quarto do Filipo.
— Meus Deus, que coisa linda! — chego a me emocionar com toda uma decoração de carros. — E que cama maravilhosa — ela tinha um formato de automóvel de brinquedo conversível. — Filipo vai adorar! — Chego a sentir a maciez do colchão, toco no edredom e era tudo de tanto bom gosto. — Agora então que vai ficar fascinado por carros.
— Os pais dele são, por que ele seria diferente? — Sorrio ao abrir alguns armários e ver cheio de roupas, calçados, fraldas descartáveis que custam o olho da cara. — Nosso filho precisa do espaço dele.
— Isso é muito mais do que eu poderia imaginar — suspiro extasiada.
— Prometo que assim que você aceitar casar comigo e se mudar para a Itália, eu deixo o quarto para você mobiliar de acordo com o seu gosto.
Ele voltou a ser o fofo por quem eu me apaixonei.
— Não sei se conseguiria ser tão boa na decoração. Precisaria de ajuda... — foi então que eu percebi minha resposta quando eu olhei para ele.
— A ideia de casar e ir embora já não te assusta, né?
— Não... quer dizer, sim... Ah, Matteo, você me confunde. — Ele põe a mão na minha cintura. — Você me dá uma casa linda com tudo do bom e do melhor, próximo à minha avó, no bairro que eu cresci, que tive boas e péssimas recordações.
— Não gosto daqui, morena. Sabe disso. — Confirmo. — Mas eu respeito sua escolha e estou dando um tempo para você amadurecer. Agora vamos para a cozinha que eu sinto muitas saudades de quanto cozinhava para mim.
Só que antes de entrar na cozinha, eu entrei na suíte.
No meu quarto.
E se me perguntarem se eu olhei os móveis, a decoração, eu não vi. Sei que tudo era lindo, mas era a cama de casal que me atraiu.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Completamente, Seu (Livro 2 - Traídos)
ChickLitRebeca Monteiro foi pega pelo seu maior inimigo. E agora grávida e sozinha ela precisava salvar sua própria vida e a do seu bebê ainda em seu ventre nem que precisasse vender sua alma. Matteo, preso em suas promessas, se vê sendo consumido pela culp...