Capítulo Único

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Ele se lembrava claramente da sensação única que o prazer poderia lhe proporcionar.

Do sentimento gostoso que amaciava seu ego durante as noites quentes.

Seus dedos finos apertaram a derme da cintura e sua boca percorreu um caminho silencioso pelo pescoço.

A cama rangeu e um suspirou tomou conta do ar.

Chupou, lambeu e mordeu a área, a preencheu de marcas até estar satisfeito.

Um cheiro forte anunciava a lubrificação natural.

O líquido espesso e transparente escorria em abundância entre as pernas alheias.

Sardas se agrupavam em várias regiões da pele clara e cheirosa.

Eles trocaram uma carícia lenta usando os lábios enquanto os dedos maiores se aventuravam sozinhos entre as bandas fartas, as línguas se massagearam no interior das bocas e o barulho indecente tomou conta do quarto enquanto os feromônios de ambos se misturavam de forma graciosa no ar.

Seu alfa interno rosnou, as gengivas coçaram com os caninos rasgando a pele, mas aquele ômega já era dele há muito tempo.

Ele era um homem ambicioso e audacioso o suficiente para tomar uma das pessoas mais belas que conhecia apenas para si e não satisfeito apenas com isso, o raro ômega masculino pertencia ao reino inimigo, sendo filho de um dos generais de alto escalão.

Ele era um alfa esperto, acolher aquele pequeno homem em seus braços durante uma invasão era o melhor dos prêmios.

O mais velho esperou o outro se acostumar com seus dedos. O alfa saboreou o lubrificante natural mais tarde, não só aquele que melava seus dedos, como também aquele que escorria em abundância. Não demorou para escorregar no interior quente e apertado com uma estocada firme e barulhenta.

Seu membro grande e pesado ansiava por atenção, sentia seu corpo quente a cada movimento. Era apertado, macio e carinhoso de certa forma.

A pequena criatura de gemidos manhosos abaixo de si possuía uma coloração única de cabelo, os olhos esmeraldas e a pele repleta de pintinhas.

Ele era um alfa claramente mais velho, com a barba feita há pouco tempo, se engraçando com um rapaz mais jovem em uma cama macia em uma cabana em meio ao campo.

Era sua casa, seu lar.

O lugar majestoso onde ele voltava após cada batalha esperando ganhar afeto de seu companheiro e em breve, um filho.

Ele sentia o cheiro leitoso que se enrolava com avelãs, assim como o seu próprio aroma cítrico de abacaxi ganhava contraste com todo aquele perfume doce.

E então a pequena figura gemeu de forma manhosa a cada investida, seus pequenos dedos contornaram os músculos do alfa e deram espaço para os braços enroscarem no pescoço forte.

Ele era bonito, o cabelo loiro espetado e curto, uma bela e enorme cicatriz do lado direito do rosto. Como se sua face houvesse sido estourada no chão anos atrás, mas nada que afetasse sua beleza. Nada que não deixasse aquele homem bonito o suficiente para fazer aquele pobre e jovem garoto se apaixonar mais.

Ele acreditou nas mentiras que todos contaram para ele durante toda a sua vida. Em cada frase idiota fingida de carinho.

Ele era um ômega homem, a raça mais impura e frágil daquele sistema hierárquico, mas diferente do que deveria ter sido sua vida — ter casado com algum nobre velho de alto escalão e ter engravidado como uma meretriz, uma moeda de troca e de favores entre famílias —, ele estava ali, em uma cama gemendo o nome tão conhecido, se deliciando com o prazer recebido de forma única.

Até o Último Suspiro - Bakudeku ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora