oioi se vc ta lendo isso no dia que eu postei recomendo reler o último capítulo pois alterei algumas coisinhas ツ
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Era um daqueles hotéis autônomos, que pareciam pequenos por fora mas na verdade eram luxuosos e espaçosos por dentro, embora um pouco brega, com texturas de tigres e zebras espalhadas por tapetes e partes das paredes. Não havia um único funcionário, pois o check-in era feito numa catraca eletrônica logo antes das grandes portas que davam entrada ao lobby, que por sinal era muito grande, se abrirem. Não havia recepção também, e poucas pessoas passeavam por ali. O cartão que a vampira misteriosa lhe havia entregue era sua única maneira de entrar naquele lugar.
Quando o sensor identificou o código de barras, um número apareceu na pequena tela. 27. Aqueles dois dígitos ficaram impressos em sua mente a semana inteira. Agonizou todos os dias, diálogos e intrigas internas o amaldiçoando com péssimas noites de sono. Não havia construído um roteiro para hoje, muito pelo contrário, sua mente vagava num limbo branco sem vida e sem existência. As palavras, as formas, os conceitos, tudo lhe havia fugido. Só havia o rosto dele, a ideia dele em sua mente. O que conversariam naquele quarto? Como terminaria aquela noite? Quando pressionou o botão do elevador para subir, sentiu como se seu espírito fosse subir acima de sua cabeça para o espaço infinito.
Surpreendeu-se quando as portas metálicas se abriram não em um corredor, mas em um quarto. Não. Não era um quarto. Era uma grande, brilhante e luxuosa sala de estar. Ficou temeroso, mas deslumbrado.
Era uma coisa que ele fazia com frequência, encontrar estranhos em hotéis. No entanto, nenhum deles havia despertado tamanha euforia em si. Nenhum deles fez seu coração bater tão desesperadamente... e antes mesmo de avistar qualquer coisa! Porém, aquela criatura não era qualquer um das sarjetas. Sua figura era ainda tão mística quanto todas as coisas místicas do mundo.
Quando ele finalmente apareceu, e isso não demorou a acontecer, Frank foi invadido por uma dor em seu peito, tão profunda que mal conseguiu escondê-la, sua feição demonstrava todos os sentimentos contidos em si. O vampiro, por outro lado, lhe olhou de volta com olhos curiosos. Ele usava um pingente com uma rosa branca sobre a gola slim e uma gravata de seda vermelha acompanhada de vestes pretas. Ainda era o mesmo homem de três anos atrás, ainda era o mesmo homem de doze anos atrás. Em nada havia mudado.
"Que bom que você veio." Ele foi o primeiro a falar, segurando um pacote em suas mãos, e fazendo sinal para que o humano se aproximasse. "Faz algum tempo que não te vejo." Frank foi até ele, seus ombros tensos. Havia uma pessoa sentada no sofá ao fundo, uma mulher jovem de cabelos pretos, vestido azul e sapatilhas vermelhas. Seu estômago dava voltas inacreditáveis, e Gerard escutava tudo, detalhadamente. Sendo humano, era impossível guardar segredos de um vampiro. "Não fique assustado. Ela não esta morta, apenas desmaiada. Lembra? Jamais o suficiente para matar."
Frank assentiu, lembrava-se disso.
"Obrigado por...por aparecer naquele dia. E dizer tudo que me disse." Sua garganta doeu ao dizer tudo aquilo. Seus olhos encheram-se d'água, seu coração se desmanchava como se não houvesse nada nem ninguém além deles naquele quarto. "Eu ainda seria aquele homem se você não tivesse vindo até mim. Obrigado. Suas palavras...elas..."
"Não preciso que me agradeça. Não preciso de nada, na verdade. Pra ser honesto, tenho uma preposição para hoje, mas isso fica para daqui alguns instantes. Feliz aniversário, a propósito." Ele estendeu o pacote em sua direção, Frank arregalou os olhos e tomou o presente em suas mãos, embaraçado. "Você pode abrir."
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my sweet vampire † frerard
RomantiekFrank é filho de um caçador de vampiros. Gerard é um vampiro. Uma história sobre amor e ódio, a passagem do tempo e os problemas de ser um vampiro no século 21.