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Boa leitura
O conselho de Cláudia estava me ajudando a ler os capítulos do diário sem me sentir com a consciência tão pesada por estar invadindo a privacidade do meu pai, imaginar aquele Gustavo do diário como alguém diferente do Gustavo que é meu pai facilitava muito as coisas. Eu jamais teria me perdoado se tivesse desistido de ler bem na hora que a minha mãe começava a aparecer.
Nem nos meus mais estranhos pensamentos eu imaginaria que ela seria uma versão ainda mais exagerada da minha amiga Cláudia, talvez seja por isso que nós duas sempre nos demos tão bem assim, o que significa que talvez eu e minha mãe também pudéssemos ter sido boas amigas.
Meu pai fez um ótimo trabalho como pai e mãe, o máximo que ele podia fazer, nunca me deixando faltar nada e agora descubro do que abdicou da própria vida em prol da minha, a presença da Valéria como uma figura feminina na minha vida também ajudou muito, mas mesmo assim eu não posso dizer que nunca senti falta de uma mãe, que não sinto agora a falta dela.
Isso me incomodava mais durante a infância, principalmente no mês de maio aonde todas as crianças do primário faziam presentes e apresentações para suas mães, houve algumas delas que eu decidi não ir, mesmo que tivesse participado dos ensaios, porque me fazia me sentir mal, ao mesmo tempo que me deixava com inveja das outras crianças, por elas terem algo que eu não tinha. Até mesmo um dia cheguei a fazer uma pergunta ao meu pai, que naquela época eu não fazia idéia de como poderia soar cruel e insensível para ele.
"-Papai, eu fiz alguma coisa de errado? Eu fui uma menina má? Estou de castigo?" -Lembro que perguntei isso enquanto misturava os sabores de sorvete em minha taça.
No dia das mães, quando decidia não ir a escola por conta dos eventos de comemoração, papai sempre me levava para tomar sorvete na praça, ou ir ao shopping ver um filme divertido. Era um momento que ele se esforçava ao máximo para que fosse nosso, e eu não sentisse que faltasse alguma coisa. Por isso agora sei o quanto aquela pergunta deviam ter sido difícil de se ouvir.
Mas também me lembro da resposta dele, aquela resposta fez com que tudo depois daquele dia fosse diferente. Primeiro ele fez um olhar de surpresa ou talvez fosse de Pânico, mas logo depois ele voltou a sorrir, pegando um guardanapo e limpando meu rosto lambuzado de sorvete com toda a delicadeza e cuidado que só ele possuía.
"-Você não é uma menina má Amora, nem mesmo está de castigo. Mas é verdade que você não tem uma mamãe como as outras crianças, mas também não é a única que não tem, outros coleguinhas que você não conhece as vezes só tem um papai como você, ou só uma mamãe. Existem muitas formas de família e todas elas ainda são famílias e possuem muito amor. Eu sei que sente falta da sua mãe, que não posso ocupar o lugar dela, e eu nem quero isso, porque eu também sinto falta dela e jamais nenhuma outra pessoa vai ocupar esse lugar. Mas saiba que ela também te amava muito, antes mesmo de ter a chance de te conhecer, tanto que ela decidiu se transformar em você e viver dentro do seu coração, apenas para poderem ficar juntinhas em todo o momento. Por isso não deve sentir vergonha por não tem uma mamãe, porque você tem sim, só não consegue ver ela porque ela está dentro de você agora, e consegue ver tudo aquilo que você vê, eu acho que ela ia adorar assistir a sua apresentação, assim como os presentes que fez para ela."
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Um Namorado Para O Papai
Teen FictionMeu pai é gay, e agora ? Acidentalmente acabei descobrindo algo sobre o meu pai que nunca imaginaria. Ele é gay! Mas calma, isso não é algo para se preocupar, porque não é nenhum problema, por mais que eu não possa negar que fiquei um pouquinho choc...