Chaeyoung:
Ao percebermos que os gritos de desespero e sons de tiros vinham do lado de fora da casa, nem Mina nem eu, nos demos ao trabalho de nos trajarmos, deixamos com que nossos lobos tomassem a frente.
O lobo de Mina me olhou com preocupação antes de saltar pela varanda para o chão, se colocando a frente de um dos caçadores. Não tardei a fazer o mesmo, impedindo que Jihyo fosse atacada de maneira sorrateira ao arrancar parte do braço de um dos caçadores.
Minha amiga me olhou surpresa, mas com certo alívio, que não durou muito tempo, pois logo ouvimos os gritos de sua mãe, antes de ver seu corpo ser jogado em meio aquela carnificina. Não foi surpresa alguma ao ouvir o grito desesperado da Park junto ao seu choro. Me posicionei a sua frente, ela estava frágil e seria um alvo fácil, e eu não podia deixar que eles lhe tirassem a vida.
Momo, Eunha e Bora tomavam a frente junto de Mina enquanto cautelosamente Hoseok e Taehyung levavam Minwoo para um dos carros com dificuldade, pois eu podia ouvir seus gritos, pedindo para o soltarem para que ele pudesse nos ajudar.
Niki por sua vez, usava encantamentos para controlar aqueles que já haviam falecido e usavá-os contra quem nos atacava. Eu sentia que não haveria dificuldade em afastarmos todos eles, não até o que eu mais temia acontecer.
- Corra, meu amor...
Gritou Mina em minha mente e o que ouvi em seguida me paralisou, um ganido alto de dor e desespero que pareceu atingir meu próprio corpo e alma. O lobo de Mina estava caído ao chão, longe de mim, como em meu pesadelo, então tudo deixou de importar.
Me lancei num salto sobre o infeliz que atingira minha alfa e com raiva arranquei-lhe a cabeça, e mesmo que eu não me arrependa nenhum pouco da minha atitude, aquilo só piorou aquele desastre.
Havia cometido o erro de deixar Jihyo sem proteção e na tentativa de corrigi-lo, Eunha recebeu um tiro de uma inconfundível Calibre 12, exatamente como aquela que eu vira nas mãos do Pai de Jimin. Mas o tiro desta, foi capaz de arrancar o braco de minha amiga, o cheiro da prata tanto da bala quanto da pólvora se espalhando por aquele campo de batalha.
Era tudo exatamente igual ao que acontecera em meu pesadelo, e foi o suficiente para que eu soubesse o que fazer. Ergui minha cabeça para o céu e uivei, em súplica para que Momo, Bora e Sana fossem embora e levassem Niki consigo, eu sabia que aquele não era o fim, mas o que teria de ser enfrentado, seria por poucos.
Meus olhos se seguiram de Jimin, se debatendo enquanto era levado, para Eunha desacordada ao chão, segurando Jihyo em seus braços para Mina, agora em sua forma humana, caída ao chão. Meu uivo então se tornou um ganido que reverberou por todo o meu corpo antes que a escuridão e o vazio engolfassem meus sentidos.
Inglaterra??? de Outubro?? de 2019??
Chaeyoung:
Frio, eu sentia o mais terrível frio, podia sentir meu corpo todo tremer, meu coração batia tão fraco que poderia ser dada como morta, tentei, mas não consegui me mover, não tinha forças pra isso.
Junto as minhas batidas haviam outras, tão próximas e sincronizadas as minhas que se eu fosse capaz, teria chorado em reconhecimento a elas, mas meus olhos nem ao menos abriam, mesmo que eu me esforçasse para isso, meu corpo havia se tornado incapaz de obedecer meus comandos.
Então eu senti, senti como se meu corpo estivesse em queda por um instante e depois o calor, o calor que eu havia aprendido a reconhecer, a necessitar, me acolher como sempre fazia. Mesmo que me doesse, me esforcei para abrir uma fresta de meus olhos, respirando com dificuldade.
Mina estava trajando uma camiseta branca e uma calça, e com uma jaqueta, me cobria o corpo totalmente nu. - Eu pensei que fosse te perder, Chae..- Sussurrou com os olhos marejados. Mais uma vez me esforcei e levei minha mão ao rosto de pele dourada da minha garota. - Nunca vai, Mimi...- Minha voz saiu em um sussurro que me foi estranho, rouco, como se tivesse permanecido em silêncio por dias.
Seus lábios vieram de encontro aos meus em um beijo rápido antes que ela erguesse seus olhos a um ponto a nossa frente, com muito esforço fiz o mesmo, apenas para dar de cara com mais uma das imagens que aterrorizavam minhas noites. Karina e Hyunjin estavam presos a uma corrente dentro de tubos cheios de algum líquido transparente que eu não sabia identificar, ambos em um estado comativo enquanto Jihyo e Eunha tentavam libertá-los, Mina pareceu perguntar algo a elas, mas meu cérebro foi incapaz de absorver aquilo no momento.
Por um instante olhei por cima do ombro de minha namorada e conclui que assim como os outros dois, eu havia estado em algum tipo de coma induzido. Meus olhos se seguiram novamente para Jihyo e sua namorada. Ambas estavam vestidas como Mina, mas a camisa de Eunha estava com a manga esquerda dobrada, revelando um curativo, que acredito eu, cobria uma sutura.
Eu sentia aos poucos meu corpo recuperar suas forças, o suficiente para ficar em pé, apoiada em minha alfa, meus sentidos alertas ao menos o suficiente para ficar em pé, apoiada em minha alfa, meus sentidos alertas ao menos o suficiente para reconhecer um ritmo de passos que eu não sabia que já havia identificado. - Saiam daí - Gritei, sentindo minha garganta rasgar com isso, mas havia sido o suficiente para que as duas ficassem alertas.
Em instantes, o pai de Jimin entrou na sala acompanhado por uma pequena tropa, que nos tinham em suas miras. Minhas amigas recuaram lentamente, com as mãos pra cima em rendição. Mas eu me ocupei em ver quem eles arrastavam entre eles, meu estômago se embrulhou em ver que era meu melhor amigo, ferido e quase desacordado.
- Ora...Ora, vejo que nossas convidadas acordaram... Afirmou fracamente, sendo interrompido por uma tosse que fez com que ele cobrisse sua boca com um lenço. - O que você é? - Indaguei o analisando profundamente, Park estava pálido, parecia debilitado, se movia com cuidado, como se quisesse poupar energia, mas ainda assim, sorriu, mostrando dentes manchados de algo preto, que eu rezava para não ser seu sangue. - Acho que você sabe exatamente o que eu sou, garota...
Lentamente ele abriu a camisa e revelou o mesmo selo que havia no peito de Jimin, meu coração pareceu bater mais devagar por um momento. - E tenho que agradecer seu pai, porque eu precisava de algo que você tem, Son, mas não sabia que seria tão bem recompensado com seus amigos e essa criança. - Seu olhar se seguiu para a minha barriga e novamente, as batidas pareceram sobressair as minhas.
- Nós não temos nada e nem pense em encostar no nosso filho. - Mina ameaçou, deixando um rosnado protetor escapar.
Park soltou uma risada de escárnio e passou uma das mãos por seus cabelos, os jogando para trás. - Eles tem. - Ressaltou seguindo seu olhar dos tubos onde Karina e Hyunjin estavam para Jihyo e eu, posicionadas entre nossas namoradas. Mais uma tosse, essa mais forte, escapou do moreno e depois que ele cobriu sua boca, nos mostrou o lenço manchado daquele líquido negro.
- Como podem ver, esse invólucro está se deteriorando e aquele...- Indicou Jimin com a cabeça - ainda é fraco demais, então eu preciso de um pouco de cada um, por um bom tempo...
Como se aquele fosse um sinal, meu melhor amigo com uma facilidade invejável, derrubou aqueles que o seguravam, deixando os outros soldados ali alertas e com suas armas engatilhadas. Mas ele não pareceu se importar, pois rapidamente usou as algemas nas quais estava preso para imobilizar Park, uma de suas mãos sobre a marca no peito de seu pai. - Quem você está chamando de fraco?
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Bloodline | Michaeng G!P {AOB}
FanfictionSon Chaeyoung é uma simples jovem com seus quase 18 anos e seu pequeno grupo de amigos, nascida em Miami, mas residindo em Kent, Inglaterra desde os 11, a garota sempre viveu uma vida normal, nos padrões em que um portador da Doença de Wilson é capa...