26.Fantasmas do passado

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Sou acordado por alguém batendo a porta e então vejo Nina entrar.

— O rei e a rainha pediram pro senhor se aprontar, vocês saem em 1 hora. - Ela avisa.

— Pra que tanta formalidade Nina? Estamos só nos dois aqui. - Me espreguiço.

— Ainda não me acostumei a te ver assim tão crescido. - Ela ri. - Aqui está a roupa.

Me levantei e logo fui olhar a roupa mandada, o que na primeira olhada me causou uma careta. Era horrível e formal demais, parecia que estávamos no período medieval.

— Eu não vou usar isso. - Jogo a roupa no sofá.

— Phillipe Phillipe... - Nina me olha de canto.

— Eu trouxe roupa, não se preocupa. - Pego a mala. - Aonde vamos?

— Creio eu que fazer uma passeata pela cidade, o povo só se fala disso nas ruas.

Assenti e logo peguei uma roupa do meu agrado, que fosse condizente com a ocasião. Eu não estava nenhum animado, apesar de amar muito a cidade, logo de cara eu sabia que teria que passar por muitos lugares que me traziam lembranças, seria uma tortura, mas eu tentaria ao máximo evitar....

[...]

Como o esperado as ruas estavam cheias e aonde quer que fôssemos éramos acompanhados pelo povo. Como sempre a guarda real nos permitia a passagem pelas ruas, e assim podiamos acenar de dentro do carro para o povo que nos assistia. Por um breve momento até esqueci de onde eu estava e me distrai com o carinho e animação das pessoas, mas tudo voltou a ficar sem cor assim que avistei uma fachada muito bem conhecida.

Lá estava ele, o colégio para garotos aonde eu e George estudamos, o lugar aonde a maioria de nossas memórias mais recentes estavam. Assim que o carro parou eu congelei, e mantive meu olhar fixo na fachada, estava tudo idêntico.

— Isso é sério? - Digo sem reação.

— O diretor fez um convite, não podíamos vir até aqui e ir embora sem fazer uma visita. - Minha mãe explica de maneira despreocupada.

— Vocês entram, eu não vou. - Desvio o olhar.

— Nem pense em aprontar uma hora dessas Phillipe! Você vai entrar e vai agir como o principe que é! - Me repreende.

— É o seu colégio filho, não quer matar a saudade? - Meu pai diz, um pouco mais sensível.

— Era o nosso colégio. - Falo baixo.

— Não pode fugir do passado pra sempre meu filho. - Minha mãe insiste. - Não será fácil pra nenhum de nós.

Ela parecia não sentir nada, mesmo sendo a mais apegada a George, agora ela só o mencionava quando queria me lembrar do quão imperfeito eu era e que se ele estivesse aqui tudo seria diferente. Não era novidade pra ninguém que eu evitava certas situações para não voltar ao passado, esse era o meu jeito de lidar com a dor. Mas não importava, a coroa e as aparências importavam mais que qualquer outra coisa.

Literalmente obrigado, sai do carro e tive que lidar com os milhares de flashes em meu rosto, quase me impossibilitando de ver um palmo a frente. Assim que entramos fomos recebidos pela polícia local que ali estava e então começamos o tuor pela escola, que eu conhecia com a palma de minha mão.

— Phillipe quanto tempo! - O diretor se aproxima.

— Sr.Dolfe! - Aperto sua mão e forço um sorriso.

— Como você cresceu, agora é de fato um homem! - Ele me olha dos pés a cabeça. - Valeu a pena todo o trabalho que tive.

— Bons tempos, espero que não guarde rancor. - Brinco.

Legados - Meu Eterno Shelby IIOnde histórias criam vida. Descubra agora