Eu sou a perfeita construção do caos
_______________
Era uma vez um garoto que foi trancado em uma cela escura e sombria, a escuridão que habitava naquele ambiente se tornou sua amiga e única companheira. Ele não era desejado e muito menos querido, sua mãe era proibida de lhe ver periodicamente e isso fazia parecer que o tempo se arrastava, "quanto tempo falta para eu vê-la?", era o que sempre se perguntava, os raios de sol não entravam em sua jaula e nem era possível sentir o vento tocar nas suas asas, tudo parecia mais lento, mais tedioso e mais sofrido.
Depois foi espancado por irmãos que o abominavam e em seguida jogado em um ringue de um acampamento Illyriano onde todos o ignoravam, o pequeno garoto que há pouco tempo finalmente havia saído de sua prisão tinha sido transferido para um lugar mais letal e perigoso, mas suas sombras ainda estavam lá, sua fiel amiga nunca lhe abandonaria. Os dias eram mais claros e carregavam o gosto da pequena liberdade, ver o sol e sentir o toque da terra entre os dedos era gostoso e reconfortante, antes tudo era muito escuro e não tinham forma, agora podia admirar melhor o mundo.
Os dias se passaram e aquele inferno se tornou mais tolerante quando conheceu dois novos garotos, Rhysand e Cassian. No começo eles não gostavam do pequeno que tinha poder de sombras, mas após conhecerem um pouco mais, descobriram que caso se juntassem, poderiam sobreviver naquele acampamento militar. Os três cresceram e se tornaram irmãos, podiam confiar a retaguarda um ao outro.
O garoto, agora um macho adulto, não vivia mais na prisão e nem no acampamento depois que passou pelo ritual de sangue, ele alcançou sua independência e jurou lealdade a seu amigo e Grã senhor, Rhysand. Tudo parecia estar mudando aos poucos, tinha amigos de confiança e uma casa, algo totalmente diferente do seu passado. Mas ainda existia féricos que o temia, seja por causa de sua força, sua família ou poder que lhe rodeava, eles desviavam o olhar para não cruzar com os dele ou se curvavam quando ele passava. O macho estava acostumado a aquele cenário, pelo menos dessa vez não tinham mais coragem de o maltratar.
Era certo dizer que finalmente estava feliz? Sim, ele estava. Contudo ele era ambicioso, desejava que sua amiga Mor retribuísse seus sentimentos e esperou por ela por centenas de anos, mas ela nunca o olhou de forma diferente. Pensou que talvez Elain poderia dar certo, mas o caldeirão havia decidido que ela também não seria dele.
Azriel estava frustrado! Era possível que ele não fosse digno de receber alguém que o pudesse amar?
Então ela apareceu, uma fêmea que não temia as sombras e encarava ele de frente, em nenhum momento fraquejou quando lutou contra o Illyriano. Ficar perto dela causava uma sensação estranha, como um borbulhado quente no corpo, terno e ao mesmo tempo sufocante, às vezes o fôlego saia dos pulmões e um formigamento se abrangia, além dessas sensações peculiares ela instigava o espião a sorrir e a provoca-la, a lhe seguir pelas vielas e encher o seu caneco com hidromel e beber até altas horas da noite.
Dançar sobre as estrelas havia sido a experiência mais inesquecível que Azriel poderia ter, era como se ele esquece-se de tudo e apenas foca-se no ser que brilhava nos seus braços e ele não tinha a mínima ideia que quem era o catalisador que fazia Herpia brilhar tanto, era ele. A fêmea enxergava ele, muito mais além do que aquela muralha de sombras que ele tinha, ela via Azriel como um férico que tinha um coração lindo e merecedor de todas as experiências maravilhosas que pudesse existir naquele mundo, simplesmente tudo que Herpia pudesse tirar do peito para lhe entregar ela o daria, mesmo que fosse o pouco que restasse do seu quebrado coração. Ela o via como um macho que não devia ser apenas temido, mas amado.
Em contrapartida, Azriel via nela uma criatura incrivelmente fascinante! Seus olhos eram hipnotizantes e ele às vezes se pegava olhando para eles sem perceber, ele simplesmente se desintegrava em seu olhar, o vermelho daquelas íris lhe encaravam como chamas, enfeitiçavam e puxavam para mais perto, o espião perdia completamente a noção do que estava a sua volta e só conseguia sentir aquela sensação de queimor no peito aumentar quando se aproximava cada vez mais do seu doce perigo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Corte de sombras e tormentas
Fiksi PenggemarAzriel podia ser descrido de várias formas: Bonito, inteligente, quieto, mas eu gostava de dizer que ele tinha o poder de tocar na alma de alguém com aqueles seus dedos ásperos e marcados. Toda minha vida eu precisei lutar por mim mesma, ser vista c...