Safe Place (OneShot Marina)

Safe Place

"as long as I'm here, no one can hurt you" - Billie Eillish

Finalmente acabara o meu turno, estava esgotada depois do dia difícil que tive. Perdi a mãe solteira de um recém-nascido, devido a complicações durante o parto. O bebé mal se aguentava... Tinha tanto medo que isso acontecesse com o nosso futuro filho. Só de pensar sentia o ar mais pesado... Afastei esses pensamentos.
Olhei para o relógio. Eram apenas seis da tarde. Ainda faltavam duas horas para o turno de Maya acabar. Pensei em ir ter com ela à estação e comecei a andar até ao carro, mas ouço a voz de Jo atrás de mim:
— Carina! — Viro-me — Queres vir conosco ao Joe's? Beber um copo, pôr a conversa em dia...
— Sì. Vou só mandar mensagem à Maya.
— Ok, sem pressa.
O turno de Maya ainda estava longe de acabar, mesmo que eu fosse para a estação, não poderíamos estar muito uma com a outra.

Eu: Maya, estás aí?
Bambina: Sim, diz meu amor. O que se passa?
Eu: Era só para avisar que vou para o bar com a Jo e a Amelia.
Bambina: Ah, ok! Divirtam-se!
Eu: Obrigada, vais lá ter quando saíres, ou queres que passe aí e vamos para casa quando acabares o turno?
Bambina: Não, não há problema eu vou lá ter. Amo-te, Carina xxx
Eu: Anch'io ti amo, Bella. (também te amo, linda)

Atravessámos a estrada e rapidamente se ouviu o sino da porta ao entrarmos no bar. Decidimos ficar sentadas no balcão. Eu pedi apenas um copo de vinho, já que trabalhava no dia seguinte, Jo e Amelia, que partilhavam da minha situação, beberam uma cerveja (Americanos não são os maiores fãs de vinho, vá-se lá entender...)
Conversámos e rimos muito... Sentia-me bem por finalmente ter bons amigos, uma esposa que me amava mais que tudo, e eu a ela... Finalmente me encontrava verdadeiramente feliz.
Entretanto, estava tão envolvida na conversa, que me distraí e acabei por sujar-me com o vinho.
— Ahahah! Acho que bebi demais! —Disse, brincando com a situação — Vou à casa-de-banho tentar limpar-me, venho já! — Afirmei, recebendo um sorriso e aceno de ambas, que após alguns segundo voltaram à conversa.
A noite caíra entretanto e o bar estava agora cheio de gente a dançar e cantar, sendo difícil alcançar a porta que dizia wc. Quando já tinha a mão na maçaneta, sinto uns braços firmes a segurarem-me na cintura. Olho para trás e vejo um homem de aparentes quarenta anos, com uma camisa branca e cabelos morenos, que me puxa para um beijo.
— Pare! Pare! O que está a fazer?! — Digo enquanto o tento empurrar, mas é em vão, ele é demasiado forte, não me consigo soltar. — Deixe-me em paz! AJUDA! POR FAVOR! ALGUÉM! — Agora grito palavrões em italiano enquanto as primeiras lágrimas caem dos meus olhos e sou empurrada para dentro da casa-de-banho. Dou pontapés para me tentar soltar, mas de nada me vale.
— Caladinha! — Profere a primeira palavra, tapando a minha boca — Faz o que eu mandar e ninguém se magoa. Entendido?
Aceno com a cabeça no meio das lágrimas. Que escolha tenho eu? Presa dentro de uma estúpida casa-de-banho com um homem que tem provavelmente o dobro da minha força. Mesmo se tentasse gritar mais, a minha voz é abafada pela música e o som das pessoas a falar e a cantar. Limito-me a chorar e seguir as suas ordens.
— Agora que estamos entendidos, — Começa, retirando a mão da minha boca. — Despe-te.
Engulo um seco, mas sei que não tenho escolha. Lentamente, entre lágrimas, tiro o casaco, desaperto os botões da camisa manchada de vinho, um a um... O homem parece desfrutar do meu sofrimento e masturba-se olhando para mim. Enquanto isso, só penso em Maya, no quanto eu queria que ela estivesse aqui comigo, e não este homem que nem sequer merecia estar vivo. Queria que ela me abraçasse e dissesse que estava tudo bem. Que homem nojento! É a última coisa que penso ao desapertar o último botão. Agora as calças, depois o sutiã e por fim as cuecas. E ali estava eu, completamente nua, em frente àquele homem, agora também despido, que fazia comigo o que queria e bem entendia. Puxava os meus cabelos, tocava-me em todo o lado...