018. MEMORIES

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Chapter Eighteen:
Memories.

Chapter Eighteen:Memories

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HAWKINS, INDIANA — 1984

Eu lembrava bem de ter olhado pela janela de relance, as árvores passando na estrada. Lembrava de como as folhas alaranjadas voavam na estrada. Também lembrava de como o cheiro de abóboras podres me fazia querer dar meia volta com aquele carro. 

Entretanto, o motorista do táxi não parecia se incomodar. Imaginei que estivesse acostumado. 

De certa forma, estar com minha tia e meu primo naquele fim de mundo era melhor que ir para o Canadá. Melhor do que enfrentar os jantares de família os quais meu irmão seria o principal assunto. 
Não sabia se aguentaria ficar de frente para os meus parentes sem soluçar de tanto chorar. Sem sentir as mãos trêmulas e o coração quase saltando pela boca. 

Quando meus tios nos visitavam em São Francisco no Natal, costumávamos nos reunir na sala de estar e contar histórias do Jack. De quando ele aprendeu a andar de bicicleta, ou quando fazia suas palhaçadas de criança. 
De como ele sempre faria falta. O que era verdade. 

Mas eu sempre saía no meio da conversa.
Não me achava forte o suficiente para lidar com aquelas memórias. 

É o que todo mundo espera, não é? Que você erga a cabeça e finja que está tudo bem. Que você diga que superou, que você não fale da saudade esmagadora. Que você não deixe o clima pesado caindo no choro.
Pelo menos, foi o que vivenciei. 

A verdade é que nunca aprendi a lidar com o luto, mesmo depois de oito anos amadurecendo. Não dava pra simplesmente colocar minha dor em uma balança e mensurar a intensidade dos meus sentimentos.

Eu só sentia

Me pegava olhando para fotos antigas, brinquedos velhos, fitas que costumávamos dançar. Não importava quantos anos se passassem, ainda lembraria dele. Ainda sentiria dor. 

A saudade e a tristeza eram maiores que qualquer outra emoção.

E a culpa ocupava o terceiro lugar. 

Sempre que capturava o olhar dos meus pais, em uma simples conversa ou em um café da manhã, encontrava o reflexo da culpa. Enxergava aquela garotinha que desejava voltar no tempo e nunca ter saído de casa. Que desejava ter caído no lugar dele. 
Eu acreditava que nada no mundo seria capaz de tirar essa culpa de mim. De preencher o vazio que sentia. 

Achava que focar em ser boa o bastante nos estudos e entrar para Yale me ajudaria a superar. Pensava que ser a filha perfeita "aliviaria" o sentimento constante de culpa. E, pensar que um dia teria que encarar o fato de que ele não voltaria, me matava por dentro. 

I Say a Little Prayer da Aretha Franklin tocava na rádio. Além disso, o estofado velho do banco de trás me fazia tossir em um intervalo de cinco minutos, e eu havia agarrado minha mochila em um abraço apertado. 
Não parava de pensar em como seria rever Claudia e Dustin depois de tanto tempo. Se aguentaria lidar com tantas perguntas de como cresci e como lidei com o acontecido. 

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⏰ Última atualização: Oct 05, 2023 ⏰

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 ˓ 𑁍 𝐔𝐍𝐓𝐈𝐋 𝐈 𝐅𝐎𝐔𝐍𝐃 𝐘𝐎𝐔  ━━━  Eddie MunsonOnde histórias criam vida. Descubra agora