capítulo 11

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Enquanto os marujos bebiam e dançavam Akira manteve distância. Ela estava no navio, debruçada sobre a beira dele com um cigarro entre os dedos robóticos.

Ela parecia estar chateada com alguma coisa, e eu sabia qual era essa coisa. Eu estava com um desejo grande de lhe pedir desculpas, mas eu não sabia como eu iria pedir isso.

Eu nunca peço desculpas, apesar de já ter pedido desculpa a ela.

Levantei, peguei outra garrafa de rum e fui até ela.

_ Não sabia que você fumava.

_ Agora sabe. _ ela da um trago e olha pra mim.
_ Posso te ajudar em alguma coisa?

_ Na verdade não, eu só vim saber se você está bem.

_ Eu estou ótima. _ ela desviou o olhar.

_ Admita logo. Está chateada por causa da garçonete, não é?

Ela deu uma longa tragada e soltou a fumaça pelo nariz. Ela parecia estar com raiva.

_ Faça o que quiser, Buggy. _ ela saiu de perto de mim indo a caminho das escadas.

Por um impulso segurei ela pelo braço e à puxei de volta. Estavamos bem perto um do outro, ela podia sentir minha respiração em seus rosto e eu sentia a dela. Assim como sentia o calor da ponta do cigarro que estava bem perto da minha bochecha.

_ Vai me odiar por isso?

_ Isso o quê?

_ Ter flertado com a garçonete?

_ Buggy, eu e você não temos nada. Eu não sinto nada por você e você não sente nada por mim. Então eu não me importo com quem você flerta.

Sente que ela estava zangada, mas não entendia o por que já que ela disse que não sente nada por mim.

_ Então, já que você não liga, vamos beber!

_ Não, obrigada. _ ela ia me dar as costas outra vez mas à segurei.

_ Não me dê as costas. Eu detesto quando fazem isso. _ minha voz ficou mais firme.
_ Você não tem motivos pra estar assim, então para de birra e vamos beber!

Ela olhou pra mim por alguns segundos, puxou o braço pra que eu à soltasse e em seguida desceu a rampa indo até a praia.

Sorri ao ver ela se fazendo de difícil. Ela se sentou em um tronco e eu sentei ao lado dela.


Passamos a noite assim, sentados um ao lado do outro. Buggy estava bebendo muito e provavelmente ficaria de ressaca, apesar dele sempre me oferecer um gole eu não aceitava. Fiquei apenas fumando, deveria ter alguém sóbrio nesse navio.

Deveria ser uma ou duas da manhã, ouvi o galo da aldeia cantar. Nesse ponto, muitos subordinados já estavam no chão completamente desmaiados por causa da bebida. Alguns ainda conversavam e riam, Buggy estava escorado no tronco de árvore na qual eu estava sentada.

Ele já havia tirado a metade de suas roupas, ficando apenas com suas calças. A bandana do seu cabelo também sumiu, seus fios longos e brilhantes caiam sobre seus rosto e ombros.

_ Aí, amendoim... _ ele me chama com a voz embargada de tão bêbado.
_ Por que você está brava com seu capitão? Ele não fez nada de mais, apenas estava... querendo se divertir!

_ Meu capitão às vezes é tapado e um completo imbecil.

_ EI, não fala dele assim! Ele é uma pessoa que foi traída e trocada muitas e muitas vezes, então não é culpa dele ser assim! As pessoas são más e ele só quer ser alguém legal.

CIRCUS • BUGGY o PALHAÇO [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora