20° Capítulo

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Joseph

Não posso mais dormir direito, todo momento uma ligação ou problema diferente, tanto sobre o casamento, quanto a outro assunto que eu não gosto de lembrar.

Parece um pouco hipócrita da minha parte falar toda hora sobre como eu me esforcei para conseguir chegar onde estou agora.

Parece não, é muito hipócrita.

Eu ter que chegar em um fórum, ou em frente de alguma câmera e falar sobre todo o trajeto, o quanto sofri e batalhei para ser um dos maiores empresários do estado.

Uma vez alguém me disse que nunca conseguimos dinheiro honesto, e se conseguir dessa forma, é pouco.

Eu não queria pouco.

Eu queria muito, muito, muito dinheiro.Até que eles não coubessem no meu bolso, até explodir, e eu conseguir comprar o que quiser com todo esse dinheiro.

Felicidade,
Amor,
Vazio,
Ódio.

Tudo se perdeu quando todos esses sentimentos começaram a se misturar e me tornei um porco sedento por luxúria.

Sentir que tudo ao meu redor é dinheiro sujo, um trabalho que muitos admiram.

Sentado agora nessa cadeira, olhando para as ruas movimentadas e ouvindo o telefone tocar sem parar, esperando que eu o atenda.

Respiro fundo tentando controlar a vontade que tenho de sair quebrando tudo nessa empresa, até que tudo fique completamente destruído.

Toda essa mentira e sujeira.

-Precisamos que você venha até o ponto de encontro, na próxima sexta, às nove da noite.

-Motivo?

-Toda essa merda que está acontecendo entre a empresa do seu pai, do Jarel, de seus irmãos... e a sua. Joseph, entenda uma coisa, se a empresa do seu pai ou a do Jarel começar a falir, todas que estão ligadas a elas também irão cair.

-E o trabalho sujo? Vocês sabem muito bem como é, e como ele pode ajudar a empresa "a não cair". Não é mesmo? Afinal, como foi que vocês conseguiram essas redes? Ou é mesmo, com trabalho extremamente sujo.

-É melhor você calar a boca...

-Ou vocês vão me tirar do plano? Que bom, pois eu quero cair fora a muito tempo.

-Não recebemos ordens suas, recebemos ordens do seu pai.

-Façam o que quiser, não vou conseguir sair dessa merda nem que eu queira.

-Sexta, às nove.

Minha vontade é de tacar esse celular na parede.

Tento me acalmar massageando as têmporas.

-Entra.

Tanto momento para alguém bater na minha porta, mas eles acham de bater no pior.

-Senhor Salvatore, licença.

-Daniela, o que deseja?

-Os dados...

Que porra que essa mulher não continua.

-Os dados?

-Os dados da empresa, eles caíram drasticamente em apenas um final de semana. - Ela me entrega o iPad - Joseph, isso é ruim para a empresa, você sabe.

Merda.

Não sabia que isso começaria a acontecer tão rápido.

-Ah... - Ela parecia receosa em falar - Delux, eles ligaram.

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