Entre as Estrelas

Capítulo 10: Soho

Oie! Como vcs estão? Espero que bem, hoje vai ser um capítulo bem calmo e tranquilo. E tem a participação de um personagem especial <3
Além de que, já que estamos no mês do Halloween, pensei em fazer um capítulo especial com esse tema, o que acham?
Então, desde já, boa leitura e comentem!

Selestia estava mergulhada em seus pensamentos enquanto caminhava pelas ruas do Soho, tentando processar a intensa conversa que acabara de ter com Aziraphale. Ela se sentia um pouco abalada pelas revelações que haviam surgido durante o encontro. Cada vez mais ela a tinha a certeza de que aqueles dois precisavam ter uma conversa.

Enquanto ela seguia pelas ruas movimentadas, um assobio suave quebrou seus devaneios. Seu olhar se direcionou automaticamente para a fonte do som, e ela viu Crowley, sentado em um restaurante na esquina. O lugar era encantador, com mesas ao ar livre. Uma parede verde de trepadeiras decorava o canto do restaurante, dando-lhe um toque acolhedor e pitoresco.

O demônio estava sentado em uma das mesas, segurando uma taça de vinho tinto. A luz suave das lâmpadas penduradas criava uma atmosfera calorosa ao seu redor, destacando seu visual único. Seus óculos de sol sempre em seu rosto, e ele parecia estar aproveitando o momento, observando as pessoas passando na rua com um olhar pensativo.

Ao perceber a presença de Crowley, Selestia levantou a sobrancelha em um sinal de surpresa. Ele fez um gesto convidativo com a mão, indicando a cadeira vazia à sua frente.

Selestia se aproximou, aceitando o convite silencioso, e tomou assento à mesa. Ela olhou ao redor, admirando a atmosfera acolhedora do restaurante.

– Achei que estaria na livraria. – comentou Selestia.

Crowley parecia inquieto, seus gestos e palavras se tornando um pouco desconexos. Ele começou a murmurar algo que, a princípio, não fazia sentido para Selestia, como se estivesse conversando consigo mesmo. Era como se algo na menção à livraria o tivesse deixado desconfortável.

Percebendo a reação estranha de Crowley, Selestia levantou uma sobrancelha com curiosidade, sua expressão séria e analítica.

– Algum problema com a livraria, Crowley?– ela perguntou com uma calma típica, enquanto observava atentamente o rosto do demônio em busca de pistas.

Crowley hesitou por um momento, olhando fixamente para a taça de vinho em sua mão antes de finalmente responder.

– Não sei se me sinto bem em voltar lá, são muitas lembranças.

– E você não quer reviver tudo...

Crowley suspirou profundamente, parecendo resignado.

– Bem, sim, é sempre uma possibilidade. E, devo admitir, a ideia de ver aquele lugar sem ele seria... estranha.

Selestia ficou em silêncio por um momento, absorvendo a complexidade da situação.

Crowley, ao ver aquela arcanjo na sua frente, não conseguia, tirar da cabeça o nome pelo qual Maggie a chamou. Selestia, um nome que  ele por alguma razão, achava que pertencia ao seu passado antes da queda, sua mente começou a girar.

O demônio tinha vivido por eras, criando estrelas e observando a humanidade com cinismo. Ele nunca teve uma filha, nem sequer uma companhia constante durante seus dias solitários. Mas agora, olhando para Selestia, algo em seu olhar, algo em seu nome, parecia ressoar profundamente em sua memória.

Nina havia mencionado que Selestia parecia a filha de Crowley, e embora isso fosse impossível, dadas as naturezas celestial e demoníaca deles, ele não conseguia evitar a sensação de que havia uma conexão mais profunda entre eles.