𝐌𝐘 𝐁𝐑𝐀𝐙𝐈𝐋𝐈𝐀𝐍, christian convery.

- ♡ 022 (the end)

Esperamos um longo tempo para podermos entrar no quarto de Christian, até que as visitas foram liberadas. Quem entrou primeiro foi a mãe dele, claro, mas logo depois chegou a minha vez.

Eu entrei no quarto tentando fazer o mínimo de barulho possível. Eu sabia que a cabeça de Christian estava doendo porque estava enfaixada no topo e ele havia acabado de fazer uma cirurgia.

— E aí? — me sentei em uma cadeira que estava ao lado da maca dele — Achei que não fosse acordar nunca mais.

— Haha, muito engraçad... ow! — ele tentou rir mas sua cabeça doeu.

— Oh, desculpe — pedi perdão por ter feito ele rir — Mas você já está melhor?

— Além das dores de cabeça e a sensação de que ela lateja sem parar, sim, estou muito melhor.

— Que bom — sorri — Mas, Christian, você se lembra de alguma coisa?

— Hum? — ele parecia não ter prestado muita atenção no que eu havia perguntado e pediu para eu repetir.

— Você se lembra de algo?

— Um pouco — confessou — Mas é só um pouco.

— Sabe que tem que testemunhar para a polícia saber, não é?

— Sei, mamãe já me falou sobre isso.

— Foi a Kimberly, não foi?

Christian ficou calado. Eu já sabia a resposta.

— Ela só me bateu e eu não lembro de mais nada — ele comentou.

— Mas agora está tudo bem, você está seguro.

— Se não fosse por você, acho que não teria sobrevivido essa.

— Por mim? O que eu fiz?

— Você contou à minha mãe que fui sair com Kimberly. Se me deixasse lá por mais algum tempo, acho que eu não aguentaria.

— Ah, não tem de quê.

— Realmente achei que ela fosse minha amiga — ele olhou para baixo.

Eu me segurei para não falar: "eu avisei", mas ao invés disso, disse outra coisa:

— E eu realmente achei que você ia achar isso para o resto da vida. Acho que isso foi uma lição de moral.

— É, prefiro acreditar que sim.

— Mas enfim, o que teve na sua cabeça que você precisou fazer uma cirurgia de emergência?

— Tive uma pequena laceração na cabeça — comentou — Se não fizesse a cirurgia com urgência, acho que perderia a memória. A pancada foi forte.

— Meu Deus, isso é terrível — coloquei a mão sobre a boca em choque — Não achei que estivesse tão grave assim. Achei que tinha sido só um desmaio. Por isso não tinha entendido a cirurgia.

— É, não foi só um desmaio.

— Eu rezei muito para dar tudo certo.

— Obrigado.

— Não tem de quê.

Ficamos conversando mais um pouco no quarto, até que chegou a hora dos meus pais verem ele. Christopher também tinha vindo, mas ele só tinha chegado mais tarde.

* * *

Depois de uma semana no hospital, Christian finalmente foi liberado. A casa dele ainda não estava pronta, obviamente, então ele teve que ficar lá em casa mesmo. Kimberly foi colocada em uma prisão para menores, seus pais ficaram chocados quando receberam a notícia. Não sabiam que a filha seria capaz de uma coisa tão grave. 

Eu e Christian estávamos ficando mais próximos nos últimos dias. O nosso rancor um pelo outro já tinha passado e nos falávamos normalmente. Depois do tempo de repouso de Christian, começamos a sair direto com Hannah e Christopher. 

Depois de mais ou menos um mês e meio, um dia, quando eu estava deitada na minha cama mexendo no celular, ouvi duas batidas na minha porta e deixei a pessoa entrar. Era Christian. Ele abriu e fechou a porta logo em seguida, para falar a verdade, ele trancou. Fiquei confusa, mas logo entendi tudo quando ele chegou no lado direito da minha cama e se ajoelhou perto de mim.

— Eu sei que essa não é a melhor forma de se declarar, mas... — ele fez uma pequena pausa — E outra coisa, eu não tenho nenhum anel para te pedir em namoro, mas estou ajoelhando para deixar tudo mais dramático. 

Isso me arrancou uma risadinha, mesmo que eu estivesse ainda incrédula com o que estava acontecendo.

— O que você está fazendo, Christian? — dei risada, boquiaberta.

— Eu gosto muito de você, Aurora — ele sorriu — Eu gosto mesmo. Eu fiz aquilo tudo com a Kimberly, inventei que estava gostando dela, porque estava muito magoado comigo mesmo e queria ter alguém para te substituir, mas percebi que você é insubstituível. Eu gosto de verdade de você e quero que fiquemos juntos para o resto da vida, mesmo sendo novos demais, eu sei que podemos fazer isso durar pra sempre. Desde o primeiro dia em que te vi, percebi que você não seria qualquer uma. Então por favor, me desculpa por tudo que eu te fiz e aceite esse pedido que eu vou te fazer agora — ele limpou a garganta — Você quer namorar comigo, de novo?

Minha boca ainda estava aberta, eu não podia acreditar nisso. Dei risada antes de falar:

— Aceito, aceito sim!

Ele se levantou e deu um abraço apertado em mim. E era isso, estávamos destinados a ficar juntos de qualquer jeito. Não havia nada que ninguém pudesse fazer, Christian era meu, para sempre.