Capítulo 11| Deixado para morrer

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Acordei em um pulo de susto pelos gritos de manhã cedo de Lily, ela parecia ter notícias de Cassian e assim que retornei à consciência por ter acabado de acordar eu passei a ficar aflita lembrando de tudo que aconteceu ontem especialmente o acidente de Dimitri. Olhei para Lily esperando que ela começasse a falar o que ela descobriu provavelmente a partir de notícias.

— Ele está no hospital, ele está vivo..— Minha reação mudou em segundos, soltei um suspiro aliviado por ele estar vivo.

— Agora eu posso finalmente respirar.. Onde ele está internado?

- Naquele hospital que você ficou quando quebrou o braço quando criança. Está pensando em ir pra lá?

— Não sei. Acha que eu deveria?

Esperei apenas Lily concordar com o que eu estava falando, para que eu tomasse iniciativa de ir até Dimitri, ela não parecia acha uma boa ideia, mas também sabemos que se eu quiser e tiver um mínimo de vontade de ir, eu vou independente de ser o certo a se fazer.
   Me levantei e fiz tudo que eu precisava antes de sair da casa de Lily e agradecer por sua ajuda, passei em casa para trocar de roupa e fui até o hospital quando me senti pronta.
    Encontrei um papelzinho na porta de casa que me deixou assustada.

"EU SEI ONDE VOCÊ ESTAVA ONTEM. 
VOCÊ QUASE O DEIXOU MORRER."

O cheiro de hospital me davam lembranças ruins, aquelas noites frias e tensas em que eu visitava o meu irmão com problemas sérios de bebida, ele era alcoólatra.
  Meu irmão atualmente está atuando em um filme, ele geralmente pega papéis principais por ser um dos atores mais reconhecidos nos anos atuais. Tentei esquecer um pouco esses pensamentos que me assombram diariamente, aquele sofrimento que eu e minha mãe passamos.
  Fui até o balcão me informar o quarto de Dimitri, ela me passou a informação de onde ele está, enquanto eu mentia ser irmã dele. Consegui entrar no seu quarto e me aproximei da sua cama de hospital, toquei gentilmente em cima da sua mão e ele se remexeu, acordando de um sono profundo.

— Madison Sparks? Morri e estou vendo seres angelicais?— Dei uma risadinha sem graça com a rapidez dele, depois de acordar de um acidente terrível.

— Como você está?

Eu esperava alguma reação ruim depois de ontem. Ele não parecia estar irritado comigo ou algo do tipo.

— Não me lembro de ontem, o médico disse que pode ser pelo trauma do acidente. Me lembro de estar em casa... — Ele parou de falar por alguns instantes parecendo tentar lembrar de algo— E de convidar você para sair. E provavelmente você deve ter achado que te dei um bolo...

— Fique tranquilo. Estou feliz que está tudo bem com você.

— Obrigado pela visita, os médicos me contaram como quase morri por terem me salvado segundos antes de acontecer uma explosão. Um investigador louco me fez perguntas como "Você tem inimigos, Dimitri?" e eu respondi que não, passou por sua cabeça que foi algo criminoso. Mas, acho pouco improvável, não deram muito ouvidos a ele.

— Entendo.. espero que não seja algo tão além disso. Bom, tenho que ir agora que sei que você está bem.

Sorri e me inclinei dando um beijo gentil na sua testa, eu queria tirar a culpa que estava em mim querendo agrada-lo —Se precisar de alguma ajuda.. eu estarei por aqui.

Fui embora do hospital com uma sensação de liberdade dos pensamentos terríveis que me passavam pela cabeça, sentei no meu carro e fechei os olhos encostando minha cabeça no banco respirando fundo, mas pela minha felicidade, entre aspas, ouvi uma buzina irritante de moto na frente do meu carro perturbando minha paz.

— Vai fugir novamente ou podemos conversar? — Cassian apareceu em cima da moto com capacete nas mãos e a brisa batendo naqueles cabelos negros levemente curvados em sua ondulação média, uma regata amostrando seus músculos tatuados e um sorriso perturbador de almas em descanso.
   Olhei em reprovação, mas enfim, destranquei o carro e fiz um gesto com as mãos transmitindo um "fique a vontade."

— Veio visitar seu amiguinho? — Ele falou, enquanto desce da sua moto e entra no meu carro.

— Sim. É o que parece, certo?

Ele deu seu natural sorriso sarcástico, esticou suas mãos e tocou no meu queixo, inclinando meu rosto.

— Você foge de mim mais do que o diabo foge da cruz. Eu quero você perto de mim.

— Eu sei que sou diferente e especial. Mas, você está obcecado por mim além da conta.. não acha? Isso está virando algo humilhante.

— Eu gosto de me humilhar por mulher bonita. Eu posso fazer de tudo por você— Minha respiração falhou por um minuto, até onde Cass iria por mim? Ele tentaria matar o cara que eu estava saindo para me ter? Não é possível. Isso seria loucura, aquele detetive deve estar louco de ter sido um acidente e criminoso. Aquelas histórias das ex de Cassian, é outra loucura.

— Você acha que eu acredito nisso? Você é um galinha.

Ele me olhou da cabeça aos pés provavelmente lembrando da gente naquele carro.

— Me lembrei de algo bem interessante.. — Antes que ele continuasse falando botei ele para fora do carro, abri a sua porta e dei um empurrão no seu braço, ele entendeu o recado e saiu do carro com uma expressão de superioridade por me fazer perder o sério tão fácil.

— Não quer que eu continue..? Que maldosa. Bom, nos vemos depois Mad. — Ele fala colocando a cabeça na janela do meu carro e fui interrompendo ele, subindo o vidro da janela.

Liguei o carro e segui o meu caminho, chegando em casa recebi mais um bilhete que estava no chão na frente da minha porta, olhei para os lados pra verificar se quem colocou a carta ainda estava lá. Me abaixei para pegar e li o conteúdo do bilhete e ela dizia:

" FUGIU SÓ PARA EVITAR A IMPRENSA? OU DESCOBRIREM AS SUAS SAÍDAS COM O CANTOR DA MÁ REPUTAÇÃO? VOCÊ É UMA PESSOA RUIM."

"VOCÊ DESCONFIA DE QUEM ESTÁ PRÓXIMO A VOCÊ?"

um número estava atrás do papel para ligar. Disquei aquele número esperando que alguém atendesse.

Alô?

Desejos ProibidosOnde histórias criam vida. Descubra agora