Capítulo dois

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                                                                                           Octavia

oito anos atrás.

Quarto, era isso que eu tinha nesse momento. Me deito na cama de solteiro que ficava ao lado da parede, e olho o teto. A luz simples de apenas uma lâmpada iluminava o pequeno quarto. O local era rústico, madeira no guarda roupa e tapetes vermelhos cor de brasa. Tinha também um banheiro, com uma banheira extravagante no centro.

Quanto mais eu penso mais quero sair daqui, mas não tenho aonde ir. Um choro de mágoas é exposto para fora. Eu já sei que o me espera não é algo bom, mas meu pai não se preocupa com isso.

Por fim, eu durmo antes de lembrar da parte boa desse dia. Como sempre eu não sonho, mas hoje eu fui acordada de uma maneira diferente, incomum eu diria. É completamente anormal ser acordada com um balde de água gelada, principalmente no frio.

O homem que jogou a água era um desconhecido para mim, provavelmente que trabalhe para o meu pai. Era tatuado e loiro. Sua mão era forte ao espremer meu pescoço em um aperto. Arfo quando não respiro mais, era dolorido, mas o incômodo era pior.

— Vamos, acorde!

Respiro finalmente, com dor ao inspirar. O homem me puxa pela mão, seu toque era dolorido pela força que fazia para me guiar pela casa. Eu tive que correr para acompanhar seus passos apressados e rápidos. Quero chutar esse homem e cravar uma faca em sua mão, mas infelizmente eu não tenho essa capacidade, pois na primeira tentativa ele me mataria. Descemos as escadas e cruzamos a sala.
Chegamos então para fora da mansão, aonde estava nevando. Do lado de fora tinha uma piscina, mas passamos reto por ela.

Então no destino, uma casinha de madeira num bosque próximo. Era pequeno, tinha um sofá, uma lâmpada amarela e uma mesa de madeira no centro da casa, na mesma mesa tinha uma espécie de cinto enorme de couro. Meu pai estava sentado no sofá bonito, fumando um charuto.

Dois homens entram pela porta, fortes como o primeiro soldado. Os três vem pra cima de mim, me segurando enquanto me puxam como um arrasto até a mesa.

— Espera! — Sou levada pelos pés e braços para cima da mesa de madeira, dois seguram meu corpo enquanto outro terceiro amarra os cintos em mim — Não! Por favor eu imploro não toque em mim!

Tento sair mas eu já estava completamente imóvel. Um homem pega uma caixa de papelão, que tinha pequenos buracos. Ele abre a caixa, e coloca sua mão para o interior, e logo depois retira com uma caranguejeira em sua palma esquerda. O homem se aproxima de mim com a aranha em mãos, levando até o meu rosto.

— SOCORRO! — grito, mas ninguém faz nada. A aranha é levada até minha bochecha, e ao sentir o toque da sua pata peluda eu grito ainda mais. O frio é expulso pelo pânico e pavor que eu estava sentindo nesse momento. Lágrimas involuntárias aparecem sem vergonha. — PARA POR FAVOR EU NÃO AGUENTO MAIS!

O animal desce até a minha camisa, e o mesmo homem levanta para a aranha entrar, encostando na minha pele ela caminhava, me fazendo gritar. Náuseas aparece e eu desmaio. A água gelada volta, e me atinge no rosto com gelo machucando.

Muitos dias de tortura com essa aranha foram, e todos eles eu gritava. Até que um dia eu não gritei mais, e acabou. Bom, a aranha nunca mais eu vi, mas as piscinas de gelo quando eu tomava uma ducha fervente, e sentir o álcool quando eu estava com cortes durou.

Até os catorze anos foi um dia horrível toda vez. Eu não via meus irmãos, e nunca mais vi. Eles eram os preferidos por ser filhos de uma mulher da Irmandade. Já eu era uma bastarda.

𝐒𝐂𝐎𝐑𝐏𝐈𝐎 & 𝐒𝐏𝐈𝐃𝐄𝐑 Onde histórias criam vida. Descubra agora