Meu Coração é Laranja

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Lembrete tangível do amor

Leana acorda sem a necessidade de um despertador de tão ansiosa estava para ir à escola, na verdade, mal conseguiu dormir essa noite. Com pressa, ela praticamente cai da cama, dispensando o tempo de pentear os cabelos, apenas os prendendo num coque frouxo. Veste o uniforme da escola com zelo, uma blusa branca de manga curta adornada com a logo vermelha e azul bordada no peito, uma calça azul-marinho e sapatos pretos impecavelmente polidos. Sem tempo para o café da manhã, ela sai apressada.

O prédio da escola se ergue com um ar de solidez, suas paredes de tijolos envelhecidos testemunhando décadas de aprendizado. O pátio central é pontuado por bancos e árvores, um local onde risadas e conversas preenchem a manhã enquanto estudantes se reúnem antes das aulas.

Leana se junta ao fluxo de alunos que se dirigem para as salas de aula, o som dos passos ecoando pelo corredor, mas muda sua direção e sobe as escadas que leva ao setor dos terceiros anos. Entra em um corredor e abre a porta da sala de seu namorado.

— Kael? Ah, que bom que chegou, pode vir aqui fora conversar? — ela pergunta, com a voz nitidamente nervosa.

— O que aconteceu, Le? — assustado, o rapaz se levanta de imediato para ir até seu encontro. — Está tudo bem?

— Não, não estou nada bem, Kael... — ela responde, já com a voz embargada, chamando a atenção dos outros alunos da sala. — Tenho uma coisa muito séria para conversar.

— Nossa, pelo jeito é grave! — exclama ele, sentindo a apreensão no ar, e toma a mão dela, guiando-os para fora.

Debaixo da escada, onde o fluxo de alunos é mais escasso, ambos param de frente para o outro enquanto tensão paira no ar. Kael percebe o suspiro nervoso e tenta confortá-la.

— Calma, Lê... Seja lá o que for, estou com você, tá? — acaricia o ombro dela, oferecendo seu apoio, fazendo-a sentir um peso sendo aliviado de seus ombros, um conforto nesse instante de incertezas.

— Kael, eu... estou grávida.

Ao confessar, Leana vê a expressão dele mudar drasticamente. O rapaz paralisa, pasmo, seu rosto revelando surpresa e incredulidade, enquanto sua palidez destaca a magnitude da revelação. O silêncio paira no ar, pesado com o impacto dessa notícia inesperada, fazendo-a engolir seco pela reação.

— Como é? — faz uma pausa, sentindo o coração acelerado — Você está grávida, Leana? — ele abaixa o olhar até a barriga dela e volta para o rosto dela novamente — Como isso aconteceu?

— Sério que preciso te lembrar daquela tarde em sua casa no dia do meu aniversário? — Responde cruzando os braços, séria, enquanto ele a observa, assustado, e sem saber o que dizer.

— E agora?! — Ele coça a cabeça. — Que droga, nós somos novos demais para termos um bebê!

— Pensasse isso quando não lembrou da camisinha! — ela retruca, murmurando.

— E é minha culpa? E por que você não lembrou também? É você quem pode engravidar, não eu.

— Idiota! — Solta ar pela boca cheio de tensão.

— Ah, agora sou idiota, mas na hora, você gostou! — ele ri com escárnio, enquanto observa ela revirar seus olhos, já impaciente.