8. Vingança (Revisado)

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 Foto de Alice Wegmann = Hanna Jonson
Música = Christina Perri - Human

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Boa Leitura.

***

Eliot

Já se passam das uma da manhã. E eu estou sem vontade nem uma de voltar para casa. Paro minha BMW em frente há um bar que está um pouco movimentado. Vou direto até o barman e peço um whisky. Me sento em um banco e fico repassando minha conversa com ela.

– Se você me ama de verdade como diz, se separe – ela disse. – Caso contrário, buscarei alguém que me dê o valor que eu mereço.

– Mas eu te dou valor – tentei argumentar.

– Mas você é casado. E eu não serei sua amante, Eliot. – foi á palavra final dela.

Peço outra dose. Só de pensar em outro homem á tocando já sinto meu estômago revirar de raiva. Ela é minha, só minha. Mas eu não posso lutar por ela. Como ela disse eu estou casado.

Juniper é uma mulher maravilhosa, mas não é a mulher que eu escolhi para mim. Peço outra dose. Como eu queria poder amá-la, mas isso não é possível enquanto eu tiver outra em meu coração. Quem sabe agora que ela disse que não quer me esperar, eu consiga me apaixonar por Juniper?

Olho no meu relógio e estou aqui à meia hora. Minha casa fica um pouco longe daqui, e se eu não parar de beber, não vou conseguir chegar. Pago a conta e saio.

No caminho, Eu não paro de pensar. Juniper é minha mulher, e eu devo respeito á ela. Talvez seja melhor acatar a decisão daquela que amo. Talvez eu não a mereça e esteja apenas atrasando sua vida.

Vejo minha casa há distância, e solto um suspiro pesado. Está na hora de voltar a minha realidade.

***

Juniper

Desço e noto a luz da sala de estar acesa, ouço um barulho vindo da cozinha. Resolvo esperar no segundo lance de escadas. Me sinto como uma caçadora esperando que a presa caia na minha armadilha, e de qualquer forma é isso mesmo que irá acontecer. A luz se apaga e ouço passos. A escada está iluminada apenas pelos pequenos pontos de luzes ao longo de seu comprimento.

– Ainda acordada, Junn? – diz percebendo minha presença.

– Sim, ainda estou. E não vem com essa de "Junn".

– Aconteceu alguma coisa? – indaga.

– Não, nada de mais – tento soar irônica.

– Então. Para quê isso? – se refere á cena que se passa.

– Por que eu exijo respeito, Eliot. Não é por que nosso casamento é arranjado que você não me deve respeito.

– Mas eu te respeito – ele parece confuso.

Faço um sinal com a cabeça como se estivesse inalando alguma coisa.

– A julgar pelo cheiro que emana de você, você bebeu whisky. A julgar pela marca de batom rosa em sua camisa, foi com uma mulher. E a julgar a hora – bato os dedos no pulso, como se estivesse com relógio – diria que se divertiram bastante.

– Não é o que parece...

Shhh. Está me interrompendo – ele abaixa a cabeça, mas continua me olhando. – Se é isso que você chama de respeito, eu dispenso – viro-me para subir.

Por Livre e Espontânea PressãoOnde histórias criam vida. Descubra agora