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Will's Pov:

Tap, tap, tap, era o som irritante que os saltos roxos de Clark faziam no corredor do hospital. Ela andava de um lado pro outro, impaciente. O vestido rosa com corações brancos balançando conforme ela ia de uma lado para o outro, prendendo mexas invisíveis em seus cabelos que começavam a ficar grisalhos, fato o qual eu adorava, devo acrescentar. Chegamos ao hospital em menos de 30 minutos, Vanessa havia acabado de entrar em trabalho de parto, e segundo Jamie, estava tudo bem, ele apenas se assustou com a velocidade que as coisas aconteceram.

Eu estava calmo, embora ansioso, ser avó era uma alegria para mim, a pequena Brianna enchia meus dias com sorrisos e beijos, e eu ansiava por mais um pequeno em nossa vida. Era bizarro o fato de ser avó, e duas vezes, meu Deus. Se me dissessem isso 30 anos atrás eu iria na sua cara e te chamaria de idiota. Tá, eu ainda faria isso hoje, mas pelo menos, sei que é verdade. Louisa não  sabe, mas eu realmente tive medo de morrer dessa vez.

William Traynor com medo da morte? Irônico, não? Logo eu que desejei isso anos atrás? Acontece que agora a vida mudou, e eu tenho medo de perdê-la. Eu sou completamente feliz pelos anos que tive, e parte minha sabe que não terei muitos outros pela frente, mas eu gostaria de pode ficar mais um pouco, e Clark não esta pronta para isso, não ainda, ela precisa de mim.

_Você vai fazer um buraco no chão se não parar de andar, Lou – Diz Josie, segurando a filha pelos ombros, mantendo-se parada no lugar.

Meus ouvidos agradecem o silêncio e eu sorrio disfarçadamente. Nathan me olha rindo e eu apenas lhe dou o olhar de você não viu nada.

_Eu sei, mãe – ela responde suspirando – Apenas estou inquieta.

_Tome, acalma seus nervos, não vai demorar.

Minha sogra a entrega uma xícara quente de chá e Louisa se senta no sofá ao meu lado, segurando a alça da xícara com força. Cutuco seus pés com a ponta da cadeira e ela me olha, sorrindo cansada.

_Vai ficar tudo bem – sussurro – Jajá você vai ficar 5 anos mais velha.

Ela torce o nariz e me dá um tapa leve no braço, porém consegui arrancar uma risada e ela pareceu mais relaxada. Como era linda! Eu poderia vê-la sorrir o dia todo.

_Se lembra de quando viemos aqui para o nascimento de Jamie? – ela diz nostálgica, um sorriso leve no rosto – Ele era tão pequeno, éramos tão jovens!

_E olha onde estamos agora – eu digo.

Ela segura minha mão com força e eu tento retribui como posso, sorrindo para ela com ternura. Quando Jamie descobriu que seria pai, ele veio até mim com o rosto cheio de preocupação. Suas costas estavam tensas e suas mãos suavam, e como a mãe, ele andava sem parar, impaciente.

_Eu estou com medo, pai – ele disse. Finalmente pareceu se cansar, sentou na cadeira do jardim em frente a piscina, os olhos longe, sem foco.

_James, sabe como eu estava assustado quando sua mãe disse que teria você? – eu digo.

Ele me olha surpreso e eu rio, lembrando-me da sensação. Ter um filho era algo que eu havia desistido depois do acidente, na minha mente era simplesmente impossível para mim ser pai. A sensação foi angustiante, porem estranhamente feliz.

_A sua mãe estava com medo e eu também. Nossa situação era complexa, e trazer uma criança para tudo isso me dava medo. Eu tinha receio de ser um péssimo pai, não poder dar tudo que você merecia , devido a o fato de estar preso nesse troço.

Olho para a cadeira com impaciência. Ele suspira, os olhos agora focados em mim, parecia não entender bem o que eu queria dizer.

_Ser pai sempre vai ser assustador, independente da situação, James. Porém eu não mudaria um segundo, foi a melhor experiência da minha vida. É normal sentir medo, mas se deixe inundar pela alegria que essa notícia também trás. Eu espero ter sido um bom pai, e sei que você será um, pois é um bom homem.

Vivendo com você, Livro doisOnde histórias criam vida. Descubra agora