ÚNICO.

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Roier corria entre os códigos à procura das crianças no apocalipse, mortes para todos os lados, lutas, perdas, tudo para encontrar as suas crianças.

Ele já perdeu o Bobby, não podia perder mais nenhuma criança agora, principalmente sua irmã e o seu filho aditivo.

O ar de seus pulmões eram tomados pela as finanças das queimadas, desespero crescia dentro de si, a sua falta de ar era por conta da ansiedade ou da corrida? Nem sabia mais o que dizer. 

Até que, afastando das lutas contra os códigos, encontrou um amontoado de corpos de crianças. 

De repente, silêncio.

Só sentia o tremor de seu corpo e a falta de oxigênio surgindo em seu corpo com a imagem dos seus bebês, suas crianças mortas amontoadas.

Quando percebeu, seu corpo não se mexia um centímetro nem se ele quisesse. Até que, uma criatura branca aparece atrás dos corpos.

"Vocês demoraram demais…" o ser conhecido como cucurucho começou "Por que demoraram tanto? Seus dragãozinhos estavam desesperados enquanto você esperava que algo acontecesse. Ou quando você apenas aceitou que eles morreram?! Inútil!" A culpa era dele", presumiu.

O mexicano não conseguia responder nada, apenas sentia as lágrimas escorrerem silenciosamente de seu rosto.

"Você é um incompetente, certo? Seu filho Bobby já se foi, agora até a irmã e o filho adotivo? O universo te deu quantas chances para você apenas desperdiçar?!" O urso branco se aproximou, mas a cada passo, sua cor escurecia para preto.

Minha culpa?

"Cellbit deve está desapontado contigo, seu pai Foolish e Vegetta também. Oh, imagine a Jaiden?! Coitadinha… Por sua culpa ela perdeu o filho dela… Agora ela tem que trabalhar para a federação. Que injustiça!"

Não… Isso não é real.

"Claro que é, Roier. Olha a sua volta, acha mesmo que o futuro não vai ser assim com a sua incompetência?" Cucurucho colocou uma mão no ombro do mexicano "Essa é a sua realidade, não importa o quanto tenta fugir dela. A culpa é sua."


Cellbit enquanto preparava um café da manhã para o seu guapito, ouviu um grito do quarto. Desesperado, sobe até o cômodo para ver o que está acontecendo. E a cena quebrou o seu coração em mil pedacinhos.

Roier escondia seu rosto entre as pernas, abraçando-as. Seu corpo tremia muito, mesmo não estando frio. Chorava e os seus soluços eram altos, parecendo procurar ar.

— ROIER?! - o híbrido gritou preocupado, correndo até o outro e abraçando-o — Mi amor… O que aconteceu? Você teve um pesadelo? - falou com voz mansa em cima da cabeça do mexicano, que beijava o topo e fazia cafuné, na tentativa de acalmar.

Parecia que estava dando certo, visto que o moreno apenas escondeu o seu rosto no peito do outro e sua respiração parecia voltar ao normal aos poucos. Depois de um silêncio de alguns minutos, finalmente Roier falou:

— No… Sé qué hacer, gatinho… - suspirou o mexicano — ¿Qué pasa si los huevos no vuelven? ¿Qué pasa si ahora están sufriendo? - Roier tirou o seu rosto do peito do marido, que estava encharcado de lágrimas. Logo, olhou nos olhos do híbrido: — Me temo que no podré protegerlos... Al igual que Bobby… - mais lágrimas escorreram no rosto do moreno — Extraño a Bobby, Richarlyson, Leo... A todos ellos y me duele. No sé si podré manejarlo… - antes que conseguisse terminar de falar, Cellbit coloca o dedo indicador entre os seus lábios.

— Meu amor, sua mente fala de mais, hum? - o híbrido de fato sentou ao seu lado na cama e logo segurando as suas mãos — Guapito, olhe para os meus olhos. - o pedido foi concedido — Nós vamos encontrar eles e se tiverem machucados, eu juro, a pessoa que os machucou vai pagar por cada arranhão feito em cada um deles. Não precisa se preocupar. - Cellbit beijo as palmas do mexicano com ternura e se apoia em uma delas, ainda olhando para o seu guapito — Mas, para encontrarmos eles, temos que cuidar de nós mesmo para ter forças e receber eles com o nosso amor. Você me entende? - Roier assentiu — Não adianta ficar parado no lugar apenas se questionando e entrando em crise existencial sem fazer as coisas andarem, mi amor. Não fica batucando se eles estão bem agora, mortos sim ou não, infelizmente só saberemos quando resgatar eles.

A racionalidade de Cellbit confortava a intensidade de Roier e isso os dois combinavam bem. Porém, ainda havia uma dúvida no coração do moreno:

— Gracias gatinho… Pero me temo que si están muertos... ¿Qué pasará entonces? ¿Vamos a estar solos? - questionou o mexicano nervoso.

— Temos um ao outro. - o loiro sorriu — Vamos queimar essa ilha toda, essa merda de federação e levaremos as memórias dos nossos filhos para fora desta ilha. Você concorda que eles odiariam nos ver deprimidos assim, né? 

Roier ponderou um pouco, logo sorrindo.

— Gracias de nuevo gatinho. Y sí, vamos a quemar todo este lugar. - finalmente o mexicano estava um pouco melhor.

— Isso, guapito! Agora vamos dormir, as suas olheiras me mostram que você não dormiu direito essa noite, certo? - o moreno pigarreou e faz um bico.

— No hay forma de ocultarte nada, ¿verdad? - suspira deitando com o híbrido na cama.

— Não é atoa que eu sou um detetive, certo? - logo se pega surpreso com as mãos do mexicano em sua cabeça, acareciando. Não conseguiu se conter e logo começa a ronronar balançando sua cauda.

— Confieso que tu ronroneo me calma, gatinho. - abraça o loiro.

— Então… Eu vou ronronar toda vez… Que você fazer carinho em mim a noite… Guapito. - com um pouco de dificuldade, o loiro responde meio embolado o mexicano. Logo, enrolando sua calda na perna do mexicano — Te amo.

— Também te amo.

PESADELO (guapoduo)Onde histórias criam vida. Descubra agora