Somos rosas, que quando cuidadas se tornam lindas, mas quando não são, morrem.
A vida nos faz tomar escolhas, Luise escolheu se casar por algo que ela achava ser amor, mas para um casamento ser firme ele precisa que ambos os lados queiram o mesmo...
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Sentei-me no sofá e liguei a tv pegando meu notebook e ligando-o. Eu nem sabia por onde devia começar, eu era muito amigo da Luise, mas não era tão próximo da família dela.
Coloquei a tv num filme qualquer e depois entrei no Instagram. Eu não seguia a Luise, apaguei minha conta antiga, então primeiro eu digitei seu nome e não consegui nada, então eu digitei no Google o nome completo do Alex e logo vi algumas matérias sobre ele, algumas fotos e também a conta dele. E como eu imaginei não era tão ativa, ele só postava coisas relacionadas ao seu trabalho, inclusive, as poucas fotos que tinham dele ali, sempre será fazendo uma boa ação. E nas demais, eram sobre política, sua empresa ou alguma causa. Irônico, uma das publicações eram sobre violência doméstica, e eu duvido muito que a Luise não sofra na mão dele. Entrei nas pessoas que ele seguia e comecei a procurar pelos seus pais, mas acabei desistindo, preciso de alguém mais tranquilo e me escute, alguém calculista e na hora eu só pensei na Luna. Ela era muito inteligente e não agiria na impulsividade.
Ela era muito mais ativa e sempre postava algo, mas não perdi tempo olhando nada e comecei a segui-la e lhe enviei uma mensagem, espero que ela veja. Acabei abrindo um link do perfil dela e me apareceu a localização de uma loja, uma loja pequena. Será que ela trabalha lá? Eu posso tentar ir até ela, amanhã cedo, pois talvez ela nem me responda por aqui.
Salvei a localizacao e depois desliguei meu notebook o deixando de lado. A imagem do tapa que o Alex deu na Luise não saia da minha cabeça, e ele fez no meu do shopping, qualquer um poderia ver aquilo, ele não se importava. A forma que Luise me olhou e seu jeito, sei lá, ela parecia coagida e com medo. Levantei do sofá e guardei meu notebook indo pro quarto, me sentei na beira da cama tirei minha prótese e a deixei no canto. Deitei na cama e me cobri apagando as luzes.
Se ele lhe batia assim, não conseguia imaginar o que aconteceu entre quatro paredes quando ninguém estava vendo e aquilo me deixou angustiado, eu só consegui dormir lá para as duas da manhã. (...)
Olhei meu celular novamente e depois observei a loja pequena, era bonita e simples, entrei no local e passei os olhos em tudo com a esperança de ver Luna, mas não à encontrei. Caminhei até o balcão e uma garota simpática sorriu pra mim.
— Olá, meu nome e Kate, no que posso ajudar?—Disse.
— Bom dia, gostaria de falar com a Luna, ela trabalha aqui né?—Indago esperançoso.
— Sim, mas ainda não chegou—Disse e eu concordei. Tudo bem, eu espero— Você pode esperar ela aqui.
— Ok, vou fazer isso—Digo e me viro andando pelo estabelecimento.
Peguei alguns livros que estavam a venda, mas eu lia muito então a maioria ou já tinha lido ou não me interessava. Acabei pegando um aleatório e me sentei num sofá confortável dali abrindo as páginas e começando a ler, não iria trabalhar hoje então eu tinha tempo e esperaria o tempo que fosse necessário.
Escolhi conversar com a Luna, pois o pouco que eu me lembrava dela. Ela não era de agir por impulso, ela calculava bem as coisas e tenho certeza que faria tudo da melhor forma. Eu não podia fazer muito, não sabia onde Luise morava, não tinha acesso a ela, então era meio inútil nesse momento.
Esperei quase uma hora até que ouvi o sininho da loja tocar, indicando que alguém havia chego e me levantei. Senti um frio na barriga quando Luna pareceu falar com Kate e então se virou e sorriu pra mim.
— Gabriel?—Indagou abrindo os braços pra mim—Quanto tempo— Lhe abracei— Tudo bem?
— Tudo—Respondo me afastando dela— Você quer falar comigo? Vamos lá encima—Ela me mostrou o caminho e eu a segui.
Subimos uma escada curta e ela abriu a porta me dando passagem.
— Olha, estou tentando pensar em um motivo para que tenha vindo até mim—Falou deixando a bolsa encima de sua mesa.
Eu me sentei na cadeira de frente pra ela e sorri.
— Eu precisava falar com alguém da sua família—Sua testa se franziu.
— Está precisando de emprego?
— Não, eu voltei pra Nova York exatamente por isso. Não vim atrás de trabalho—Ela concordou e cruzou os braços me olhando atenta—Eu voltei tem pouco tempo—Olho em volta tentando buscar as palavras pra falar com ela—E eu precisava falar com algum de vocês. E pensei que você era a melhor pessoa pra isso. Eu estive num supermercado ontem, e eu vi uma coisa—Vi quando a preocupação apareceu em seu rosto—Eu vi a Luise e o Alex no estacionamento…e ele bateu nela—A mulher se ajeitou desconfortável na cadeira e me olhou chocada—Ele deu um tapa no braço dela, bateu bem forte e eu acabei me metendo e acabamos brigando…
—A marca nela no outro dia—Ela disse baixo e cobriu a boca me olhando—Ela sempre aparece com roupas de manga longa. No outro dia ela apareceu com o braço roxo e eu perguntei, ela me disse que tinha batido…não acreditei muito.
—Eu fiquei sem jeito de ir até os pais dela, espero que você consigo fazer alguma coisa e caso precisa, pode falar comigo— Falo e ela concorda com o semblante preocupado.
— O Alex é muito manipulador—Diz— Ele consegue esconder de todo mundo o que ele é de verdade— Eu concordei—Eu vou dar um jeito nisso Gabriel, muito obrigado por ser preocupar e vir até mim.
